De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 98% dos negócios são geridos em família. Este tipo de empreendedorismo é bastante comum no setor vidreiro, com habilidades que passam de pai para filho. A situação que mais acontece é aquele vidraceiro que aprende a fazer instalações de vidro observando um pai ou tio e logo cedo já começa a trabalhar como assistente do mesmo.
Juntos, evoluem com a vidraçaria da família e fazem uma carreira que perdura por muitos anos, se tudo der certo, porque o índice de insucesso de pequenas e médias empresas é relevante. Um dos principais motivadores é a gestão inadequada do negócio, o que pode ser acentuado em empresas familiares, já que fatores emocionais podem interferir nas decisões.
Fator emocional
A influência da parte emocional, do excesso de intimidade e de divergências de opiniões coloca em risco a qualidade da administração do negócio. Posicionamentos conflitantes podem ocorrer em qualquer relação de trabalho, mas, nestes casos, acabam sendo levados para casa e para o lado pessoal. O primeiro passo para isso não ocorrer é saber separar a relação de pai e filho da convivência no trabalho e sociedade. As discussões e problemas precisam ficar na vidraçaria.
Conflitos de gerações
Outra questão que costuma gerar conflitos e opiniões divergentes é em relação ao modo de gerir a vidraçaria, já que se tratam de gerações diferentes que aprenderam a trabalhar de formas muito distintas. A geração atual, por exemplo, está muito mais conectada e antenada com a era digital, estando mais preparada e aberta para apostar em um marketing online, o que muitas vezes não é compreendido pela geração que fundou a empresa.
Em relação ao aprendizado também houveram mudanças. A maioria dos fundadores montou seu negócio sem estudo, baseado em muita experiência de vida, tentativas, erros e acertos, ao longo de anos, e conhece a fundo a empresa que criou e desenvolveu. Já seus filhos não possuem a mesma vivência, mas trazem um conhecimento diferenciado, obtido em cursos e observações do mundo atual . Ambas as visões podem trazer benefícios se forem somadas e gerenciadas com equilíbrio. Estar aberto para novas ideias é fundamental.
Adaptação gradual
Trazer ideias inovadoras da nova geração traz um pouco de resistência à mudanças. Os pais batalharam muito e sabem o valor do que construíram, então têm muita cautela para passar para frente, mas em geral o fundador quer ajudar os filhos a seguirem naquele negócio. Porém, esta abertura é fundamental para que a transição do negócio ocorra de forma saudável. Pensando que um dia o fundador vai se aposentar e a vidraçaria será totalmente assumida pela próxima geração, os filhos precisam começar a participar da empresa muitos anos antes.
Devido a essa insegurança, muitos herdeiros não se prepararam adequadamente para assumir por completo a gestão de um negócio. O ideal é compartilhar as responsabilidades e decisões. O herdeiro tem que acompanhar a gestão do fundador ao longo de anos. Quem fundou tinha senso de negócio e a habilidade de tomar decisões acertadas. Essa é uma habilidade que deve ser desenvolvida e leva tempo.
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