Vidro possibilita interação intensa com animais em aquários e zoológicos

Aquários do mundo todo chamam a atenção pelas formas arrojadas de aplicação do vidro, proporcionando uma representação quase fiel do microclima presente em rios, mares e oceanos. Esta tendência de criar interação com a natureza e o habitat natural de diferentes e exóticas espécies através da transparência do vidro tem se estendido também para hotéis e restaurantes, que exploram ainda mais, com a ajuda deste material versátil, a natureza de diversas regiões do mundo, assim como para a vida animal terrestre. 

Apesar do comportamento dos animais nos zoológicos não ser completamente natural, já que acabam tendo extintos como caçar seu próprio alimento, migrar e encontrar parceiros, estes espaços conseguem, com a ajuda da tecnologia vidreira, recriar um habitat o mais próximo possível da realidade e bastante proximidade com o público, promovendo um contato intenso e trazendo conhecimento sobre as espécies animais e a natureza, com conforto e segurança para ambos.

O vidro, diferentemente de grades, permite a proteção física sem criar uma barreira visual. Outra vantagem é o total isolamento acrescido das funcionalidades extras que o vidro pode trazer como conforto acústico. O isolamento acústico pode trazer conforto para o animal também, já que o barulho externo da movimentação dos visitantes, ou até as tentativas de chamar o animal batendo no vidro, pode estressá-los e prejudicar seu sono e descanso.

Segurança reforçada

Em grandes aquários e oceanários o vidro tem a função não só de impedir a passagem dos animais, mas também de suportar toda a pressão feita pelo volume de água. A especificação deste tipo de vidro requer engenheiros, arquitetos e consultores técnicos para edificações habilitados em cálculo estrutural, mas, em geral, são utilizados vidros multilaminados. 

“A composição exata dependerá do projeto, dimensão das peças e carga de água aplicada sobre o mesmo. A espessura das chapas é definida em função da aplicação e da carga solicitante, uma análise estrutural deve ser conduzida por um técnico a fim de validar a composição e determinar necessidade de reforço”, define Fábio Reis, gerente técnico comercial para América do Sul da Guardian Glass.

“Para aplicações arquiteturais são consideradas as cargas de vento de acordo com as normas ABNT vigentes. Para aplicações específicas como zoológico o técnico deve avaliar cada projeto individualmente para considerar as cargas críticas da aplicação. Em aplicações de múltiplas cargas e configurações de vidro particulares é indicado um programa de cálculo estrutural com elementos finitos”, completa o especialista da Guardian Glass.

Fábio Reis explica que a deflexão sob carga em vidros na vertical para aplicação arquitetônica  é avaliada de acordo com os critérios pré-definidos para a aplicação. “Já em aplicações específicas como pisos e paredes de aquário a situação é completamente distinta e os estudos devem ser conduzidos individualmente por projeto e aplicação para validação das composições sendo mais complexos que vidros na vertical para construção civil”. 

Esta imagem no Zoo de Munique registrada pelo fotógrafo Nicolas Armer chamou a atenção pela tentativa do leão não perceber a existência do vidro e tentar contato com uma das funcionárias do zoológico. Cercado por vidro, o espaço permite uma boa visualização por todos os lados dos animais diversos que habitam no local, como ursos polares e pinguins. 

O restaurante Subsix, localizado seis metros abaixo da linha do mar, que faz parte do resort Per Aquum Niyama, nas Ilhas Maldivas, proporciona aos visitantes refeições observando a rica vida marinha do Oceano Índico através do vidro. Através da transparência do material é possível observar cerca de 90 espécies de recifes de corais na água, além de diversos peixes, moreias e muitos outros animais marinhos. A decoração também ajuda a incorporar a estética do fundo do oceano. Os lustres, por exemplo, imitam estrelas-do-mar e no teto foram penduradas peças que simulam conchas. As cadeiras parecem anêmonas-do-mar. 

Bambu Inda Hotel

O Bambu Inda Hotel construiu um quarto de hotel com piso de vidro sobre uma lagoa cheia de peixes para que os hóspedes possam ter a experiência de usufruir ainda mais da beleza da ilha de Bali, na Indonésia. O ecologicamente correto Bambu Inda Hotel é composto por mais de uma dúzia de casas javanesas centenárias, esculpidas a mão por artesãos locais. Uma das casas não somente o piso de vidro proporciona a visão da vida marinha, mas também um banheiro com teto de vidro permite um banho à luz de estrelas. O local é ainda decorado com itens típicos de pescadores, como ossos de baleias gigantes e cestas antigas de camarão.

Conrad 

Localizado a 5 metros abaixo do nível do mar,  o restaurante Ithaa Undersea, do Hotel Conrad, nas Ilhas Maldivas, permite que os hóspedes desfrutem dos pratos enquanto admiram, através do vidro, a bela vista do fundo do mar. O local abriga somente 15 pessoas por vez.

Aqua Rio

Considerado o maior do Brasil e da América do Sul, o Aquário Marinho do Rio de Janeiro, o AquaRio, possui área de 26 mil m², com cinco andares e 28 tanques que somam 4,5 milhões de litros de água salgada. Cerca de três mil animais de 350 espécies diferentes podem ser vistos nos mais diversos ecossistemas marinhos. A maior atração é o Recinto Oceânico, com 3,5 milhões de litros de água e sete metros de profundidade, onde o público tem a chance de atravessar o tanque através de um túnel subaquático, além de poder viver a experiência de mergulhar com peixes, raias e os temidos tubarões. Outro atrativo são os chamados tanques de toque, que oferecem uma oportunidade única de se aproximar ainda mais dos seres aquáticos e encostar em raias e tubarões. Os demais recintos hospedam espécies como peixe-cirurgião, garoupa, badejo, tubarão-gato, peixe-leão, tubarão-bambu, moréias, tubarão galha branca de recife, entre outras.

Aquário Denmark

Maior aquário do norte da Europa,  com um design em espiral, o Aquário Nacional da Dinamarca tem como objetivo dar aos visitantes a sensação de estarem debaixo d’água, já que podem escolher seu próprio caminho ao redor do aquário para ver os animais exóticos. O local concentra 450 espécies diferentes, incluindo peixes, tubarões, leões marinhos, crocodilos anões, moreias, barracudas entre outros animais aquáticos.

Vencedor de vários prêmios, o projeto também se destaca pela forma escultural e pela experiência da entrada. Sua fachada é coberta por pequenas placas de alumínio em forma de diamante. São telhas que se adaptam à forma orgânica do edifício. Assim como a água, o alumínio reflete as cores e a luz do céu, portanto, o prédio tem uma expressão muito variada como a própria natureza.

Aquário de Baltimore

Ícone cultural e singular da cidade, o Aquário Nacional de Baltimore, em Maryland, nos Estados Unidos, foi inaugurado em 1981 e, desde então, tornou-se referência básica para projetos similares que vieram depois. O projeto foi concebido pelo escritório Peter Chermayeff, que ostenta em seu portfólio inúmeros aquários espalhados pelo globo, todos tendo o vidro como material estratégico e preponderante. 

Ocupando uma área de mais de 6 mil metros quadrados, a construção foi projetada de modo a organizar o trajeto da visita de forma vertical e ascendente. O edifício, que passou por ampla restauração entre 2001 e 2005, foi projetado de dentro para fora, e sua concepção teve como objetivo celebrar a vida em habitats aquáticos diversos, incluindo espécies que vão de peixes e corais típicos dos recifes caribenhos a tubarões encontrados em mar aberto e anfíbios, répteis e mamíferos da Floresta Amazônica. 

O projeto de ampliação consistiu em criar uma estrutura com paredes transparentes de vidro, além de uma cobertura inclinada, também em vidro, reproduzindo em seu nível mais elevado um novo habitat marinho, desta vez com espécies advindas de cânions australianos. A nova estrutura passou a contar com cinco níveis ao todo, moldados em concreto para dar sustentação aos habitats artificiais e envoltos por duas paredes e uma cobertura de vidro e aço. 

O teto inclinado é estruturado por cordas e cabos de aço, às quais se sobrepõe uma claraboia composta por um sistema de envidraçamento especial, em que foram aplicados vidros insulados extraclear de 1,5, além de uma camada externa de vidro laminado e um revestimento extra de vidros baixo-emissivos, amparados por aranhas de aço inoxidável de 8.   

Aquário de Okinawa 

O Okinawa Churaumi Aquarium recria o meio-ambiente marinho das águas do arquipélago que fica entre a China e o Japão. O aquário tem 77 tanques distribuídos em quatro andares, permitindo que visitantes observem um imenso mundo submarino repleto de tubarões-baleia, arraias, corais e peixes tropicais. O aquário é famoso pelo Tanque Marinho Kuroshio, que vai do segundo ao primeiro andar. O enorme tanque tem 27 metros de largura, 35 metros de extensão e 10 metros de profundidade.