A arquitetura hospitalar vem assumindo novas características, voltadas não somente a tornar os espaços mais funcionais, mas, sobretudo, a criar ambientes mais acolhedores, que estimulem a recuperação dos pacientes.
Fachadas que contribuam para criar espaços iluminados e esteticamente diferenciados ganham crescente espaço, rompendo com o padrão tradicional.
É o caso do hospital Moriah, em São Paulo, projeto assinado pelo arquiteto Siegbert Zanettini, concluído em meados do ano passado.
A linguagem inovadora e contemporânea é evidenciada logo na fachada, marcada por um átrio protegido por duas meias cúpulas de vidro.
Para cada aplicação, uma solução diferenciada. Nas marquises e coberturas metálicas horizontais, laminados verdes ray-ban de 12 mm
A edificação é resultado de uma revitalização e ampliação do prédio da TV Record, construído na década de 50, com foco em estabelecer uma nova solução estética ao empreendimento.
“O desenvolvimento desse projeto foi um grande desafio, pois a arquitetura do prédio não apresentava condições espaciais, estruturais e principalmente dos sistemas de energia, água e gás condizentes com as necessidades de um hospital”, comenta o arquiteto.
A orientação era manter a estrutura original tanto quanto possível, acrescentando ao projeto as características de um hospital modelo para futuras unidades da rede, pertencente ao Grupo Life Empresarial Saúde.
“O bloco existente estava em deterioração, por isso foi necessário um estudo minucioso das condições estruturais do concreto armado, alvenaria e sistemas prediais”, conta Zanettini.
A proposta conceitual foi agregar os atributos de um edifício arrojado, com alta tecnologia construtiva de equipamentos e funcionalidade, incluindo soluções de sustentabilidade e eficiência energética. “Esses conceitos são visíveis desde a área ajardinada externa, na entrada do hospital, aos recursos espaciais de cada setor do hospital”, ressalta o arquiteto.
Nas fachadas frontais em arco, esquadrias com vidros laminados de 16 mm, com 4 películas de PVB para atenuar ruídos externos. Na fachada oposta, insulados (laminados de 8 mm + câmara de 20 mm) com micropersiana embutida em caixilharia de alumínio
Entre as soluções adotadas, Zanettini optou por um visual de fachada diferente: a face da Avenida Moreira Guimarães foi transformada na entrada principal do hospital, envolvida por dois grandes panos de vidro em forma de meia cúpula. Essa pele de vidro estrutural curva foi dividida em duas partes, que totalizam 700 metros quadrados. Nessa entrada estão localizados os acessos principais aos ambientes de recepção, atendimento, guichês de marcação de consultas, auditório e pavimentos superiores, onde ficam a lanchonete e os escritórios.
Formados por uma estrutura metálica com pé-direito triplo, os panos de vidro que vedam o átrio garantem leveza e transformam a edificação em um ícone marcante para quem passa pela avenida. A estética do projeto dificilmente seria associada à de um hospital, não fosse a placa que o identifica logo na entrada. Partindo do chão em ângulo reto, a estrutura metálica se torna curva na intersecção com o concreto que constitui a fachada do prédio antigo.
Nos apartamentos, as janelas receberam caixilhos móveis produzidos com perfis de alumínio da linha Atlanta, da Belmetal, e vidros laminados insulados com persianas.
A preocupação com a iluminação natural abundante também contemplou as salas administrativas na cobertura, que receberam vidros laminados de proteção solar instalados em aberturas que dominam toda a altura das salas. Essa face do edifício também recebeu brises de alumínio móveis, individualmente ajustáveis conforme a posição do sol. Além disso, como o edifício se localiza quase em frente ao Aeroporto de Congonhas, foi necessário um estudo para avaliar a acústica dos ambientes e trabalhar com materiais que funcionassem como barreira ao ruído. Assim, nas janelas das fachadas, a escolha recaiu sobre vidros insulados e vidros estruturais laminados e temperados de 16 mm.
Na fachada curva, as chapas de vidro laminado de 16 milímetros foram fixadas por sistema spider, com peças presas à estrutura metálica. Fitas de vedação e silicone neutro unem as placas de vidro umas às outras. Para garantir sombreamento nas estações mais quentes, à face interna dos vidros foi aplicada uma película de proteção na cor branca, formando linhas horizontais com diferentes espessuras e espaçamentos. Na parte inferior da fachada, vidros 100% transparentes abrem vistas para o belo projeto paisagístico das áreas externas. Nas marquises metálicas que marcam as entradas do átrio foi instalada uma cobertura de vidro laminado incolor de 12 mm.