A tecnologia avança no setor vidreiro e torna possível funções estruturais jamais pensadas há alguns anos. A confiança no material e sua resistência também é maior e muitos desafiam a coragem para andar em plataformas e pontes de vidro a centenas ou milhares de metros do chão. No fim de julho, foi inaugurada na França uma ponte de vidro há 320 metros com vista privilegiada para as belas paisagens montanhosas dos Pirineus Franceses, no observatório Pic du Midi. No Brasil, está em projeto para o município catarinense de Bom Jardim da Serra uma plataforma de vidro com lance de 25 metros de avanço sobre o precipício.
Porém, a companhia Hybrid Air Vehicles foi ainda mais longe e desenvolveu um avião com chão de vidro. Na verdade trata-se de um híbrido de avião, dirigível e helicóptero, que tem 92 m de comprimento, que permite aos passageiros observar a paisagem a 5 mil metros de altitude durante a viagem. Com investimento de 25 milhões de libras (R$ 1,1 milhão), o Airlander 10 é basicamente um hotel cinco estrelas móvel, com cômodos espaçosos com capacidade para 19 passageiros em voos de três dias. A aeronave está em fase de teste e a expectativa é que os cruzeiros comecem em 2019.
A empresa não divulgou o tipo de vidro e espessura utilizados na aeronave com chão de vidro, mas, de acordo com a norma NBR 7199 — Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, instalações especiais em que o vidro é submetido a grandes esforços de resistência, como pisos, degraus, visores de piscina e aquários o indicado é o vidro laminado, formado por duas ou mais chapas com camadas intermediárias. Em caso de quebra de uma das placas de vidro as demais peças da composição devem suportar a carga até o evacuamento do local. Por se tratar de um vidro com função estrutural, deve ser especificado por profissionais de engenharia com conhecimento adequado.