Vidreira Algarvia requalifica-se e cria 59 postos de trabalho

Vidreira Algarvia requalifica-se e cria 59 postos de trabalho

Capa: Vidreira Algarvia requalifica-se e cria 59 postos de trabalho

Foram criados 59 postos de trabalho especializados na Vidreira Algarvia, onde os novos proprietários investiram perto de 1 milhão de euros a requalificar a empresa de transformação e montagem de vidro plano, com produtos inexistentes a sul do país. Exportação é a meta.   

“Não há medidas normalizada na construção civil, o que prejudica a normalização da produção”, refere o atual gerente da Vidreira Algarvia, que foi fundada em 1976, nas novas instalações da fábrica, na Mexilhoeira Grande, onde os postos de trabalho estiveram em risco, dado que a empresa original estava a atravessar graves dificuldades.

A Algarvia foi maioritariamente adquirida pela empresa nortenha Virclar, SA e uma candidatura ao Sistema de Inovação do Programa Operacional do Algarve POAlgarve 21 permitiu ampliar as instalações, adquirir novos equipamentos já informatizados e certificar os produtos.

Vidro duplo, térmico e corta-fogo são novidades

Entre as novidades das novas instalações, está a produção do vidro temperado de capa que permite o controlo térmico dos espaços e é utilizado em fachadas de edifícios

“É um vidro muito mimoso, com uma capa de apenas milímetros, tem de ser trabalhado com luvas e adquirimos uma lavadora especial para o efeito” explica Simão Rodrigues.

A empresa fornece serviços de isolamento térmico, isolamento acústico, auto limpeza, decoração, segurança e montagem em obra e especializou-se ainda no vidro Securit, utilizado em portas corta-fogo, que é manuseado sobre uma almofada de ar gigante, uma das máquinas adquiridas no âmbito da requalificação.

Como mercados alvo surgem o Algarve e Alentejo e daí o desabafo do empresário quanto à falta de normalização das medidas na construção civil nacional que lhe dificultam a vida no que concerne à normalização da produção na oficina da vidreira.

Aumentar a exportação é meta no segundo ano de atividade

“Estamos já a exportar para os mercados de Angola, Moçambique e para Espanha e pretendemos duplicar o volume de negócios nessa área” conta por sua vez o responsável financeiro, João Diogo.

“Não olhamos para a Vidreira Algarvia uma empresa regional, a ideia é abranger o território nacional, incluindo Açores e Madeira e, no mercado espanhol os arquipélagos das Canárias e Baleares”, adianta.

Adquirida em novembro de 2009 com um passivo de 350 mil euros, as obras concluíram-se em meados de 2010. “Já possuíamos o know how, pelo que encaramos a aquisição como uma oportunidade de o negócio crescer porque não temos concorrência para este tipo de produtos no Sul do país”, comenta por sua vez o gerente Simão Rodrigues.

“O apoio dos fundos comunitários permitiu o investimento na maquinaria e no software, o que veio permitir que nos lançássemos de imediato na exportação” precisa o gerente.

Para um investimento de 958 milhões de euros o incentivo comunitário foi de 235 mil euros e em 2010 a Vidreira Algarvia já faturou 1,4 milhões de euros sendo a previsão para 2011 atingir os 5 milhões com o aumento da produção a incidir maioritariamente no mercado de exportação. Atualmente as oficinas garantem 59 postos de trabalho.

Da sua carteira de clientes, para lá de hotéis e obras públicas, surge a recente construção do AQUA Shopping, Portimão, numa joint venture com a espanhola Constructora San José, S.A., mas também obras em Lisboa e Porto.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRAlg) salientou a propósito, que não sendo o Algarve particularmente forte no que toca à indústria, “houve todo o interesse em apoiar um projeto produtivo”, visando diversificar a base económica regional.

“Acredito que assegurar o valor acrescentado do que é produzido (na região) é o mais importante, frisou João Faria, que na qualidade de gestor do PO Algarve 21 efetuou uma ronda por diversas empresas algarvias com projetos aprovados por aquele programa.

Curiosamente, a vidreira Algarvia importa a sua matéria prima, o vidro, da Sondovan, em Espanha e devolve-o acrescentando-lhe tecnologia e valor acrescentado, exportando para o país vizinho.

Fonte: Observato Rio do Algarve