Agora é oficial. Palco de um cenário de signifi cativas mudanças na base industrial do setor vidreiro, o solo brasileiro abriga a mais nova planta em operação da maior fabricante de vidros planos do mundo, a japonesa AGC. Situado na cidade de Guaratinguetá, no interior de São Paulo, o primeiro forno de float da empresa no País foi aceso no dia 9 de setembro, e sua produção passará a abastecer o mercado nacional a partir da primeira quinzena de outubro. À frente do ato de acendimento, que envolveu uma equipe formada por mais de 30 técnicos vindos de fora do País, estiveram o chairman Kay Yonamoto e o CEO da AGC do Brasil, Davide Cappellino. “Um novo ciclo se inicia no País para a AGC”, afirmou o presidente. “Acreditamos que a evolução do mercado nacional está vinculada muito mais ao aumento da oferta de produtos de maior valor agregado do que ao crescimento em volume e faturamento propriamente dito.”
Para marcar a largada ofi cial de sua produção no Brasil, a empresa já anunciou que planeja oferecer um open house no dia 18 de outubro, quando clientes e parceiros poderão conferir a nova fábrica em pleno funcionamento. Entre os sistemas e diferenciais adotados, será possível conhecer, por exemplo, os mecanismos do sistema APC, ou controle de poluição do ar, que faz da unidade da AGC em Guaratinguetá a fábrica de vidros mais eco amigável em todo o Brasil. “É um sistema único, que vai permitir um controle incomparável sobre as emissões e particulados que são intrínsecos ao processo de produção de vidro”, informa o diretor de marketing da AGC, Denis Ramboux.
O diretor informa que foi por meio desse sistema que a AGC conseguiu obter em tempo recorde sua licença de instalação junto aos órgãos competentes. “Além disso, vamos produzir vidros a partir de 1,6 mm, outro diferencial inédito. O forno da AGC passa a ser o único na América Latina que produz vidros com essa espessura. Também em Guaratinguetá vamos produzir o melhor espelho do mundo, seguindo a receita do tradicional espelho de qualidade belga Glaverbel.” Nessa primeira etapa do projeto, a capacidade de produção diária da AGC no Brasil será de 600 toneladas. “Nossa opção por essa capacidade de produção é para garantir uma qualidade sem igual em nosso produto final.” A poucas semanas da inauguração a fabricante já havia reunido clientes, parceiros e membros de associações vidreiras nacionais em um evento para apresentação da planta, ocasião em que os visitantes tiveram a oportunidade de percorrer as instalações da fábrica e conhecer por dentro o forno de fusão que, a partir de agora, atingirá temperaturas de até 1.600o C e funcionará ininterruptamente por cerca de 18 anos. “O que estamos apresentando aqui é resultado de 16 meses de trabalho e investimento”, afirmou Capellino, durante a apresentação da planta.
Número 1 do mundo no segmento de vidros planos automotivos e arquitetônicos, a multinacional é também referência em inovação para o mercado vidreiro global. “Como anunciamos no lançamento da pedra fundamental, no início de 2012, viemos para o Brasil para crescer com ele. Estamos investindo mais de R$ 1 bilhão na construção da nossa primeira fábrica no Brasil. Já estamos colocando à disposição do mercado brasileiro nossos produtos únicos e soluções inovadoras.
A AGC anunciou sua entrada no mercado brasileiro em março de 2011. Em novembro do mesmo ano, deu início à construção da planta e já em fevereiro de 2012 realizou sua primeira venda no Brasil para o mercado da construção civil. “Desde então, a empresa tem conquistado clientes por meio dos seus serviços e produtos importados das suas fábricas na Europa”, afirma Ramboux. “A AGC é referência em inovação para o mercado vidreiro em todo o mundo, e no Brasil não será diferente. Temos o melhor espelho do mundo, temos o Lacobel T, único vidro pintado temperável já produzido. Temos também o único vidro antibacteriano
do mundo, que elimina 99,9% dos fungos e bactérias que entram em contato com a superfície do vidro. Isso sem citar as diversas soluções em vidros refletivos de controle solar e isolamento térmico”, exemplifica o diretor.
Às margens da Rodovia Presidente Dutra, a planta da AGC estende-se por 750 mil m² de terreno e mais de 100 mil m² de área construída, somente em sua primeira etapa. Com infraestrutura de ponta e equipamentos de última geração, a empresa implantou em sua planta no Brasil os mais avançados processos industriais voltados para o setor. “A pedra refratária do nosso forno, por exemplo, é produzida pela própria AGC no Japão”, informa o gerente de marketing Lucas Oliveira. Ele ressalta que a pedra refratária de um forno é fundamental para um vidro de alta qualidade. “Desde 1916 a AGC conta com uma unidade de negócios totalmente dedicada à produção dessas pedras refratárias, a AGC Ceramics”, informa o gerente.
Além do vidro float – incolor, colorido e extraclaro – a planta também terá uma linha de espelho e vidro pintado e uma linha de vidro refl etivo, além da linha de vidro automotivo. Segundo Oliveira, a AGC está trazendo para o Brasil o que há de mais moderno em todo o mundo em termos de tecnologia e processos. “A planta de Guaratinguetá vai, sem dúvida, entrar para a história, pela qualidade do seu produto fi nal e pela excelência no controle da emissão de particulados”, garante o gerente. “Além disso, seremos a primeira planta integrada no Brasil, fabricando 600 toneladas de vidro com grande variedade
de cores e espessuras, além de vidros com alta performance energética, que contribuirão para a difusão de edifícios mais eficientes”, acrescenta Cappellino.
Ao vislumbrar o cenário de mercado previsto para os próximos anos, as perspectivas da AGC no Brasil são as mais otimistas possíveis. “O mercado vidreiro brasileiro está em pleno crescimento e é muito promissor. Hoje, a demanda é crescente graças aos profissionais do ramo que se esforçam para promover junto ao mercado consumidor maior acesso ao vidro e aos seus benefícios”, afirma Ramboux. Na visão do diretor, o estímulo ao consumo é a principal aposta para afastar defi nitivamente a possibilidade de a produção interna exceder a demanda, especialmente com a chegada de novos players e plantas de float ativas no País. “Se considerarmos as variáveis atuais do mercado, não há risco de produção excedente”, avalia. “O volume das importações tem reduzido significativamente e, além disso, há um nítido consenso da cadeia vidreira para estimular o consumo de vidro”, comenta o diretor. “Vale lembrar que o consumo de vidro per capita no Brasil ainda é muito baixo quando comparado a outros mercados e, portanto, carrega enorme potencialidade de crescimento. Ou seja, o consumidor final ainda está ‘descobrindo’ as vantagens e benefícios desse produto fantástico.”