De linhas arrojadas e design contemporâneo, as residências do arquiteto americano Guy Dreier são conhecidas por seus formatos inusitados. Espalhadas pelas mais diferentes cidades dos Estados Unidos, volumetrias que brincam com curvas e ângulos retos do concreto e se encaixam de modo versátil e dinâmico imprimem a assinatura do arquiteto em cada detalhe. “As casas que projetamos são personalizadas em todos os seus desenhos internos e externos. Cada uma é um estudo, uma experimentação de formas escultóricas e espaços orgânicos e aconchegantes, em um processo criativo que valoriza, acima de tudo, a descontração”, descreve o arquiteto, dono do escritório californiano Guy Dreier Designs. Exemplos emblemáticos da identidade de Dreier podem ser reconhecidos na casa projetada por ele em Bonsall, no sul da Califórnia, na qual é igualmente marcante a forma como a alta tecnologia de vidros fabricados sob encomenda é explorada em todo seu potencial. “É surpreendente o que o vidro possibilita hoje e “O material foi aplicado em toda a estrutura da casa, definindo modernos contornos, que refletem um ar de graciosidade, formas arqueadas e ângulos acentuados”, descreve Dreier.
A versatilidade do vidro torna-se proeminente em ambientes internos e externos, evidenciando quanto o material é capaz de maximizar vistas e comandar estilos em qualquer situação. Fornecidos pela GlasPro, os vidros customizados decoram, ampliam espaços e integram a residência com a paisagem ao redor. “O uso extensivo do vidro foi adotado não apenas para capturar o espetáculo visual que circunda a casa, mas, sobretudo, como elemento arquitetônico de propriedades estéticas únicas”, diz o engenheiro Justin Mayall, da Justin Mayall Installations (JMI), empresa sediada em Oceanside, também na Califórnia, responsável pela instalação dos vidros.
Para garantir fidelidade total à linguagem e às soluções propostas por Dreier, a JMI trabalhou lado a lado com o arquiteto ao longo de todo processo de instalação. O objetivo que norteou os trabalhos, ressalta Mayall, foi “tornar a visão de Dreier uma realidade, acrescentando a ela as contribuições do vidro em suas possibilidades de instalação e design das estruturas”. O resultado dessa parceria foi uma gama de componentes de vidro que se misturam perfeitamente em toda a extensão da casa, do interior para o exterior e de cômodo para cômodo, comprovando a forte presença que o material pode marcar em cada canto de uma residência.
À primeira vista, o uso mais expressivo do vidro pode ser notado em fechamentos e guarda-corpos. Especializada na produção de vidros estruturais, arquitetônicos e decorativos de alto desempenho, a GlassPro projetou e forneceu produtos específicos para a necessidade de cada ambiente. Uma grande quantidade de chapas curvas de grande dimensão foi a solução principal para
aplicação em janelas e parapeitos externos, propiciando amplas aberturas para a entrada de luz natural e generosas vistas panorâmicas da paisagem montanhosa da Califórnia.
A escolha do material, nesse caso, recaiu sobre o clear low-e Eclipse Advantage EverGreen, fabricado pela Pilkington, em tamanhos superiores a 3 m. O produto, especialmente desenvolvido para regiões de clima quente, combina propriedades baixo-emissivas, de controle solar e de alta luminosidade, com vistas à redução de consumo energético. O revestimento é aplicado durante a fabricação do produto na linha de float. “Trata-se de um processo de revestimento pirolítico, por meio de um método de aplicação de vapor químico em que um gás interage com a superfície semifundida do vidro fl oat para formar a camada refletiva sobre uma base clara e matizada”, descreve Vedran Matos, da área de marketing da filial alemã da Pilkington. Mayall destaca que a escolha do vidro foi um dos principais desafios do projeto, já que, por determinação do arquiteto, era necessário encontrar um produto que não apresentasse refletividade muito elevada e, ao mesmo tempo, oferecesse alto grau de resistência e isolamento térmico. “Esse tipo de desafi o é comum em projetos residenciais customizados”, observa o engenheiro.
“O vidro da Pilkington resultou em uma cor natural, com refletividade sutil e alta visibilidade, transmissão luminosa e controle de brilho interior.”
Dentro da casa, o caminho delineado pelo vidro ganha novos contornos e aplicações únicas, especialmente nos pisos transparentes e nos degraus iluminados das escadas. Nesse ponto, a solução oferecida pela GlasPro diferencia-se pelas cores e texturas customizadas. “Os vidros aplicados nas escadas da casa são fabricados com camadas intercalares exclusivas, com texturas de tecidos e imagens gráfi cas de alta defi nição”, descreve Marc Bennett, diretor de comunicação da empresa. Para essas composições, informa Bennett, os vidros escolhidos foram laminados de temperados com baixo teor de ferro (low-iron), extra-brancos, com acabamento de tiras prateadas.
Ao todo, são mais de 500 m² de vidro espalhados pela residência. Nos banheiros, uma linha especial da GlasPro compõe os conjuntos de boxes, que assumem diferentes formatos em cada cômodo. “Embora os chuveiros sem molduras definidas não tenham oferecido maiores dificuldades de instalação, um aspecto em particular mostrou-se desafi ador: “Em um dos banheiros, metade do chuveiro fi ca dentro de uma lareira”, diz Mayall.
“Isso nos deixou apreensivos com a possibilidade de ruptura térmica.” Da criatividade e experiência do profissional surgiu a solução. “O que fizemos foi usar espaçadores quadrados, de proximadamente 7,5 cm de comprimento, nos quais foram encaixadas as peças de vidro, uma de cada lado. Eles atuaram como suporte e também como isolantes térmicos”, explica o engenheiro. “Construímos uma espécie de unidade insulada, usando esses suportes de modo que o calor atingisse primeiro a peça de vidro externa, para depois alcançar a chapa interna.” Para Joe Green, proprietário da GlasPro, o vidro hoje encontra vida nova em quase todos os cômodos de uma casa. “Em ambientes internos, os banheiros ainda são o foco principal. Mas a inventividade que as novas tecnologias agregam ao material tem feito com que ele se infiltre cada vez mais em outros espaços, sendo explorados sobretudo como superfícies horizontais e não somente como paredes verticais”, diz Green.