Os primeiros passos para que uma produção em mosaico garanta movimento, leveza e exclusividade são o projeto e a escolha do material. O caminho das tesselas (peças de mosaico) permite transmitir e despertar sentimentos por meio de cores que transformam pequenos cacos em formas que brincam com a imaginação. No painel Carnaval em Veneza, o ponto de partida foi o fascínio pelas máscaras e seus mistérios. Há relatos de que, no século XI, os venezianos chegavam a festejar mascarados seis meses por ano.
A elite, finamente vestida, andava em meio ao povo exibindo suas valiosas máscaras. As festas, porém, fugiram ao controle das autoridades e diversos abusos,
cometidos por todas as classes, ficaram escondidos pelas máscaras.
No século XVII, o uso das fantasias chegou a ser proibido, mas o fascínio manteve a tradição que, no século XX, ganhou força para se transformar no fenômeno turístico que continua no século XXI.
O tema deste mosaico seria Carnaval em Veneza, mas como representar uma tradição de séculos? Com projeto e traços definidos era preciso escolher um material que transmitisse o luxo e o que há por trás das máscaras.
O Vidrotil, pastilha em vidro que, desde 1947, destaca-se no mercado brasileiro pelo corte artesanal, foi o material escolhido pela irreverência de suas formas e brilho que o vidro oferece. Está nas cores da máscara e no fundo preto que destaca o centro. As serpentinas, características nas festas da carne, exigiam muito movimento. O esmalte foi o material utilizado por suas nuances variadas.
O ouro, constante nas máscaras venezianas, está no contorno de toda a peça. As tesselas mínimas exigiram o uso de pinças para instalação. Vale destacar que as pastilhas em ouro utilizadas no painel são fabricadas pela Atlas, empresa que também é brasileira, e oferecem ao mosaico grande luminosidade de todos os ângulos.