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Tendência e Tecnologia

Vidros para dar visibilidade

O material é priorizado em fachadas de edifícios comerciais, fazendo um convite para quem passa pelo local

17/11/2016

Idealizada pelo escritório GPA&A, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim (MG) possui a fachada feita toda em vidro transparente. A obra já foi premiada pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil - seção Minas Gerais. Segundo o arquiteto responsável pelo projeto, Gustavo Penna, a transparência do vidro diminui a separação entre o exterior e interior da edificação, comunicando o caráter público do edifício. O Sindicatos dos Metalúrgicos relaciona-se com a cidade de Betim através de seu grande átrio. A fachada principal foi fixada em sistema Spider. Já nas demais fachadas do prédio a fixação foi feita em sistema Stick, onde o vidro é fixado ao caixilho com silicone. Já as especificações do vidros utilizados são variadas. A fachada em Spider contou com vidro 10mm + 4PVBs + 10mm. Nas demais fachadas foram usados vidros laminados de 8mm com PVB, 12mm com PVB e 10mm (6mm + 4mm) com PVB. Para evitar atos de vandalismo, foram aplicados dois vidros temperados e laminados, aumentando assim a resistência do vidro - temperados de 8mm no gradil e laminação feita com Sentry Glass 1,52mm. 

 

Os vidros ganharam um espaço de destaque em diversas aplicações, entre elas as fachadas. Não só para ampliar a luminosidade e trazer modernidade aos empreendimentos, muitos arquitetos têm optado por aplicações que, inclusive, “abrem mão” da privacidade para dar total visibilidade ao interior do ambiente, expondo toda a rotina interna e funcionando como um convite de entrada aos transeuntes. Logo, a transparência gera uma conexão entre o interno e externo e tem sido utilizada como ferramenta de marketing e divulgação de empreendimentos comerciais, uma tendência bastante comum, proporcionando ainda uma experiência mais agradável aos usuários ao causar a impressão de amplitude o contato com o mundo exterior. Várias edificações no Brasil afora fazem uso dessa técnica, que se consolida como uma tendência crescente para novos projetos.

O Eataly é um dos ícones arquitetônicos de São Paulo e um dos mais inovadores. O prédio faz uso de vidros para priorizar a entrada de luz natural e tornar visível sua movimentação interna

Eataly

Um dos edifícios mais belos de São Paulo, o Eataly, complexo que comercializa produtos alimentícios e comporta restaurantes, chama a atenção pela sua estrutura de vidro. Localizado na avenida Juscelino Kubitschek, em São Paulo, o mercado italiano conta com a fachada envidraçada, com o propósito de utilizar luz natural em abundância. O escritório responsável pelo projeto é Espaçonovo. Foram utilizados quatro grandes sheds envidraçados voltados para a face sul, minimizando a incidência do sol na área de mesas, além de grandes panos de vidro na fachada, dando maior visibilidade à loja. Também foram projetadas janelas nas fachadas laterais.

Todos os guarda-corpos são em vidro aumentando a integração interna dos espaços. No restaurante do último andar  foi criada uma cobertura retrátil em estrutura metálica e vidro. O tipo de vidro usado foi o laminado nas dimensões de 1,40 x 2,80m e fixação em alumínio. Para o Espaçonovo, “hoje é importante que quem passe pela rua visualize o ambiente interno e se anime em entrar, bem como quem está dentro interaja com aspectos externos. Essa tendência de vidros já está consolidada e a transparência, em muitos casos, é um ponto a favor da segurança, já que deixa visível qualquer situação atípica que possa vir a ocorrer na parte interna”. 

 

 

“Hoje é importante que quem passe pela rua visualize o ambiente interno e se anime em entrar, bem como quem está dentro interaja com aspectos externos. Essa tendência de vidros já está consolidada e a transparência, em muitos casos, é um ponto a favor da segurança” - Espaçonovo Arquitetura.

 

Y&R – Agência de Publicidade e Propaganda 

Quem passa pela Marginal Pinheiros, em São Paulo, já deve ter reparado em um edifício todo espelhado. A sede da Y&R Agência de Publicidade e Propaganda chama a atenção pela fachada toda de vidro. Durante o dia, somente quem está dentro do edifício vê a cidade. Já a noite, a cidade pode contemplar toda parte interna do escritório. O projeto foi idealizado em 2003, porém passou por uma repaginada em 2015 pelo escritório de arquitetura SCAA. De acordo com Sérgio Camargo, arquiteto responsável pelo retrofit, nos dois momentos de concretização do edifício o vidro tinha como proposta a transparência. 

 

 

“O projeto, tanto internamente como externamente, se vale da transparência para valorizar o jogo da volumetria e dos espaços contínuos e sobrepostos. Era importante que todos os pavimentos do edifício tivesse contato visual com os demais. Juntamente com à volumetria interna pensada para tal, há uma integração total dos locais operacionais, mesmo estando em três níveis diferentes”, explica. Um outro aspecto importante é a transparência bivalente, que acontece porque o tipo de vidro utilizado foi o laminado Antélio prata de 8mm em panos de 1,2 x 3,2m Foram também instalados guarda-corpos de vidro temperado laminado 20mm, 10x10 incolores, suportados por pilaretes em aço galvanizado. Para o arquiteto, o uso do vidro tem o apelo arquitetônico seguido da filosofia “cidade democrática”. “A cidade tem que se abrir para si mesma. A transparência pode estar em quase todo tipo de edifício. Isso tem a ver com a relação com o externo, pois meio ambiente não é sinônimo de área verde. A cidade bruta e suas loucuras também é um meio ambiente”. 

“A cidade tem que se abrir para si mesma. A transparência pode estar em quase todo tipo de edifício. Isso tem a ver com a relação com o externo, pois meio ambiente não é sinônimo de área verde. A cidade bruta e suas loucuras também é um meio ambiente” - Sergio Camargo, arquiteto do SCAA. 

 

Bar do Victor 

Arquitetura com valorização do espaço público. Essa foi uma das propostas do escritório do arquiteto Jayme Bernardo, de Curitiba, quando projetou o Bar do Victor, localizado em frente à praça da Espanha, área nobre e bastante movimentada da cidade. Segundo o arquiteto, desde a primeira reunião com o cliente a ideia era de um ambiente mais claro, bem iluminado e que valorizasse o entorno da praça.

“O apelo do uso do vidro foi pelo bem estar dos clientes, para que eles pudessem apreciar a movimentação nas ruas e da praça, muito frequentada nos fins de tarde, devido ao grande número de bares e restaurantes. Logo, a vantagem comercial acabou sendo consequência. O restaurante se transforma em uma grande vitrine à noite”, define. O vidro escolhido para essa obra foi o laminado 5+5 incolor. Foram utilizadas esquadrias de alumínio com pintura eletroestática na cor preta, perfil contínuo piso/teto e fixação por silicone estrutural. Os vidros são da Cebrace. Já as ferragens e acessórios foram fornecidos pela Alumisistem. 

 

 

Sindicato dos Metalúrgicos de Betim 

 

Idealizada pelo escritório GPA&A, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim (MG) possui a fachada feita toda em vidro transparente. A obra já foi premiada pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil - seção Minas Gerais. Segundo o arquiteto responsável pelo projeto, Gustavo Penna, a transparência do vidro diminui a separação entre o exterior e interior da edificação, comunicando o caráter público do edifício.

O Sindicatos dos Metalúrgicos relaciona-se com a cidade de Betim através de seu grande átrio. A fachada principal foi fixada em sistema Spider. Já nas demais fachadas do prédio a fixação foi feita em sistema Stick, onde o vidro é fixado ao caixilho com silicone. Já as especificações do vidros utilizados são variadas. A fachada em Spider contou com vidro 10mm + 4PVBs + 10mm. Nas demais fachadas foram usados vidros laminados de 8mm com PVB, 12mm com PVB e 10mm (6mm + 4mm) com PVB. Para evitar atos de vandalismo, foram aplicados dois vidros temperados e laminados, aumentando assim a resistência do vidro - temperados de 8mm no gradil e laminação feita com Sentry Glass 1,52mm. 

 

 

Hospital Moriah 

O Hospital Moriah fica próximo ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Um pouco incoerente, certo? Não para o arquiteto Zanettini, responsável pela obra. Para aliar a sensação de vitrine com o silêncio que um hospital deve ter, foram utilizados vidros laminados de 16mm com quatro películas de PVB. Os responsáveis pelo Hospital tinham como plano construir novas unidades hospitalares.

Nesse sentido todo o tratamento espacial, o zoneamento dos fluxos, os materiais de revestimentos e acabamento foram de design exclusivo e caracteriza-se como um protótipo de um edifício médico-hospitalar diferenciado, uma “vitrine” da futura rede. A fixação toda das esquadrias foi executada com sistema Spider fixando os quatro cantos de cada painel, ancorados em estruturas tubulares em arco verticais e horizontais.

Para atenuar a radiação solar, foi posto externamente uma película protetora. Na fachada oposta voltada para a rua onde está situada a internação foram utilizados duas chapas de vidros, uma externa laminada tipo VCH de 8mm insulado com micro persiana embutida numa câmara de 20mm separando uma externa temperada incolor de 6mm com caixilharia de alumínio. Nas marquises metálicas horizontais foram utilizados vidro laminado verde Ray-ban com espessura de 12mm.

 

Mesmo em se tratando de um hospital, o arquiteto teve o cuidado de utilizar vidros que barrassem a incidência de ruídos, uma vez que o prédio fica próximo ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. 

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