Ainda inexistentes no Brasil, as usinas de geração de energia por meio da queima de resíduos sólidos se preparam para estrear no País, segundo reportagem do jornal DCI publicada sexta-feira (16).
A primeira empresa a instalar uma Unidade de Recuperação Energética (URE), com uma usina de produção de energia a partir de resíduos sólidos, deve ser a Foxx Haztec.
O projeto será instalado em Barueri, Região Metropolitana de São Paulo, e terá capacidade para tratar 825 toneladas de lixo por dia, com a consequente potência instalada de 20 MW.
A comercialização da energia se dará no mercado livre quando a usina ficar pronta, no primeiro semestre de 2018.
A energia gerada pelo empreendimento pode abastecer uma cidade de 80 mil casas, “como a própria Barueri, que passará a ser a primeira a adotar uma solução que contribui para o Ciclo Positivo do Resíduo, que soluciona passivos ambientais, transformando o lixo em energia”, de acordo com o grupo.
Segundo o DCI, com a instalação da primeira usina o setor espera que outras sigam o movimento.
Sérgio Guerreiro, presidente do Conselho de Pesquisa em Tecnologia de Geração de Energia a Partir de Resíduos (Congeneres), afirma que, se o preço do megawatt-hora (MWh) da eletricidade ficar em R$ 350, o retorno sobre o investimento necessário já fica atrativo.
Para se ter uma ideia, o valor máximo estipulado para a energia que será comercializada no próximo leilão de reserva ficou em R$ 381 a cada MWh gerado nas usinas solares fotovoltaicas.
As maiores dificuldades do modelo passam pela preferência dos municípios em investir nos aterros, pelos entraves ambientais e pela falta de conhecimento dos gestores públicos, aponta o engenheiro.
Falta, por enquanto, uma legislação específica que facilite a implementação de usinas, analisa o gerente de desenvolvimento de negócios da fabricante de turbinas TGM, Carlos Paletta. “Nem mesmo a edição da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ajudou a alavancar a tecnologia”, afirma ele.
Com relação ao custo de geração elevado, o gerente lembra que o processo ajuda a resolver o grande problema da destinação dos resíduos.
Em muitas cidades, diz ele, esse é um problema ambiental sério e extremamente caro, sendo que o transporte do lixo pode custar até R$ 150 por tonelada.
Fonte: Abividro