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Papo Direto

Papo Direto: Ricardo Costa conta como conquistou a liderança no setor vidreiro e mercados fora do País

Depois de duas décadas atuando nos diversos segmentos do mercado vidreiro, o administrador de empresas Ricardo tem uma trajetória a se orgulhar com resultados satisfatórios

12/09/2017

De uma empresa que surgiu no porta-malas de seu carro nas viagens que fazia como representante comercial rendeu uma liderança no setor de acessórios e ferragens no setor do vidro, lançando tendências e muitos produtos que estão até hoje no mercado. O espírito empreendedor e a vontade de inovar o fez encarar um novo desafio. Partiu para o mercado de maquinários para vidro e venda de peças de reposição para preencher uma lacuna na atuação do pós-venda que existia no segmento.

 

Visionário e ousado, ainda apostou na fabricação de ferragens e acessórios para vidro na China, juntamente com um parceiro chinês, que distribui para a América Central e América do Sul, e logo mais estará também no Brasil. Conheça mais sobre sua história e posicionamento em relação ao atual momento do mercado vidreiro no Brasil.

 

Como iniciou sua trajetória no mercado vidreiro até decidir empreender?

Comecei como representante comercial da empresa Makivetro vendendo máquinas e equipamentos. Viajava bastante na época para visitar clientes e nessas viagens sempre levava ferramentas, rebolos e cortadores de vidro, entre outros, no carro para ajudar a pagar as despesas. Pouco a pouco as vendas foram tomando volume e vi uma oportunidade de negócio, assim como a necessidade de me formalizar como empresa.

 

Foi então que surgiu a GlassVetro, uma empresa que iniciou no porta-malas do carro e se tornou líder no setor. Fui sempre motivado ao novo, a inovar, e posso dizer que muitos produtos que hoje estão no mercado foram introduzidos pela GlassVetro. Há quatro anos vendi a minha parte societária e parti para um novo desafio. 

 

Como e quando surgiu a Glass Parts?

Após a venda da GlassVetro, contratualmente eu não poderia atuar com produtos similares. Pensei em sair do mercado, mas como havia atuado mais de 20 anos neste mercado, tinha que aproveitar o canal de vendas, credibilidade e a confiança conquistada em todos estes anos. 

 

Notei que nos últimos anos, como o mercado estava aquecido,  muitas empresas importaram máquinas, tanto chinesas como europeias, e havia uma deficiência no atendimento do pós-vendas no quesito de peças de reposição para a manutenção. Então, após uma pesquisa mais aprofundada surgiu a ideia de trabalhar com peças e máquinas para vidros.

 

Apesar de ter aberto a empresa em 2015, em um momento delicado da economia, e estar desacreditado, hoje já temos um bom posicionamento e dispomos de mais de 1.500 itens em nossa linha de produtos, ampliando cada dia mais e mais. Desta forma, conquistamos mais uma vez a confiança e o reconhecimento dos clientes. Nosso objetivo é atender o mercado com todos os insumos para indústria do vidro, suprimindo as necessidades com foco na qualidade.

 

“Apesar de ter aberto a empresa em 2015, em um momento delicado da economia, hoje já temos um bom posicionamento e dispomos de mais de 1.500 itens em nossa linha de produtos. Nosso objetivo é atender o mercado com todos os insumos para indústria do vidro, suprimindo as necessidades com foco na qualidade”

 

Além da atuação como empreendedor no setor do vidro no Brasil, ainda tem uma fábrica na China? 

Posso dizer que trabalhei diretamente em diversos segmentos do vidro, inicialmente com máquinas e equipamentos,  posteriormente com acessórios, ferramentas e ferragens,  mas nunca com  vidros, e hoje novamente com máquinas, equipamentos e suprimentos. Vejo o mercado cheio de oportunidades, temos apenas que nos informados para detectar as tendências mundiais  e introduzi-las em nosso mercado. A fábrica na China foi uma destas tendências.

 

Produzimos puxadores, conectores para guarda-corpo, fechaduras, acessórios  e ferragens para vidros em geral. Hoje atuamos principalmente nos países da América do Sul - exceto Brasil, onde iniciaremos atividades em breve -  e América Central.

 

Conte como surgiu esta ideia e como ela foi colocada em prática.

A ideia surgiu de uma necessidade. Muitos fabricantes chineses não tinham estabilidade na qualidade de seus produtos e havia uma necessidade de mantê-la para atender nossos clientes e minimizar os riscos. Haviam atrasos no embarque e também uma grande probabilidade de efetuarmos o pagamento e não receber a mercadoria. Pesando todos estes fatores, a ideia foi colocada em prática.

 

Como já tínhamos um volume considerável de importação de produtos da China foi mais viável e lógico para a tomada de decisão. Na verdade, foi uma grande oportunidade já que tínhamos volume de compras e um excelente parceiro chinês, que foi fundamental para que pudéssemos começar do zero este negócio em um país com tantas particularidades e cultura completamente diferente.

 

Conte mais sobre esta experiência e quais foram os desafios e vantagens de montar uma fábrica em outro país.

O maior desafio inicialmente era administrar de longe e superar as diferenças culturais, mas posso dizer que tive muita sorte em ter encontrado uma pessoa de confiança, um grande parceiro com o qual estamos empreendendo junto  há quase 15 anos. Desta forma foi possível manter a nossa qualidade dos produtos oferecidos, cumprir  prazos de embarque e dar segurança aos clientes que queriam importar sem riscos ou surpresas.

 

Com quais tipos de produtos comercializa pela Glass Parts aqui no Brasil?

A cada dia ampliamos mais a linha de produtos e atualmente contamos com mais de 1.500 itens a pronta entrega em nosso estoque, entre eles estão coifas, sapatas, pinças, engrenagens, correias, rebolos diamantados, óxido de cério e até máquinas para beneficiamento do vidro, também a pronta entrega. Além de importar e distribuir máquinas, componentes e peças para manutenção de equipamentos multimarcas nacionais, europeias e chinesas, produzimos e desenvolvemos peças técnicas através de desenho ou amostras.

 

Muitas empresas de médio e grande porte do nosso mercado que tinham rejeição aos equipamentos e aos produtos chineses hoje repensam. As máquinas e produtos chineses de empresas de primeira linha estão muito próximas às europeias a custos muito mais competitivos, viabilizando investimentos, pois têm um custo de manutenção e de investimento baixo com a mesma produtividade e qualidade.

 

Como vê o potencial do mercado do vidro hoje no Brasil e no mundo?

Apesar da retração do mercado vemos que algumas empresas estão começando a estabilizar a produção e sinalizando novos investimentos. Creio que o mercado ainda levará um período para acomodação nesta nova realidade. Muitas empresas ainda estão “contando os mortos”, ajustando sua produção e amadurecendo para este novo período, que julgo promissor para as empresas que se recriaram.  

 

A questão das normas técnicas vem para contribuir para o setor e ser positiva para os fabricantes e fornecedores?

Acho que todas as normas vêm para contribuir para ajustarmos algumas distorções que existem no mercado quanto a produtos e serviços. Vemos que os profissionais cada dia mais procuram parâmetros de segurança para que possam atender e garantir a seus clientes um produto e serviço de qualidade galgados em critérios técnicos.

 

 

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