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Tendência e Tecnologia

Envelopes de vidro

Além do efeito estético, fachadas envidraçadas contribuem para conforto térmico, acústico e eficiência energética

28/07/2016

VISÃO PANORÂMICA, sem colunas verticais. A fachada curva e segmentada do edifício Trajano, em Recife, conta com o sistema estrutural SW, da Avec Design. Montado sobre ancoragens fixadas na frente de viga, ele permite formar uma superfície contínua de

Não há como circular por qualquer grande metrópole dos dias atuais sem que se tenha a atenção atraída pelas cada vez mais ostensivas cortinas envidraçadas que revestem um número crescente de novos edifícios.

 

A tendência dominante, entre arquitetos e construtores, de usar extensas superfícies de vidro para envelopar edificações, em especial as de uso comercial, tem transformado radicalmente o cenário dos grandes centros urbanos. Nas últimas décadas, os conceitos de construção de fachadas passaram por uma revolução tecnológica de grandes proporções, abrindo espaço para o domínio da concepção de envoltórios transparentes.

 

“A evolução das fachadas é visível nos prédios das grandes cidades, tanto no Brasil como no exterior. As mais antigas são marcadas por grandes volumes de alumínio, enquanto as mais recentes revelam apenas o vidro”, observa o vice-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Lage Mourão Gozzi. São propostas que mostram como a indústria da construção responde, técnica e esteticamente, a solicitações cada vez mais criativas dos arquitetos. Leveza e transparência são  as principais características que fazem do vidro um material insubstituível na arquitetura.

 

 

“A primeira função do vidro nas fachadas é garantir a visibilidade nas duas direções. A segunda é trazer luz natural para dentro do edifício”, afirma o engenheiro e consultor de fachadas Paulo Duarte. Além de ligar os ambientes de forma visual e emocional, o material tem contribuído de forma decisiva para a proliferação dos chamados edifícios verdes, com altos índices de eficiência  energética. “O vidro não é apenas mais um produto, ele é o principal componente de uma fachada”, avalia a arquiteta Audrey Dias, da consultoria Aluparts. “O material tem forte influência no conforto, na economia, no desempenho termo-acústico e na segurança da edificação.”

 

 


Por suas características peculiares, o vidro tem seduzido e lançado desafios a construtores e arquitetos desde o final do século XIX, quando passou a fazer parte dos materiais de construção. Mas foi somente nos anos 70 que o material passou a ser integrado aos sistemas de fachada, quando o aço deu lugar ao alumínio extrudado. “O sistema convencional utilizado era o que conhecemos por fachada cortina, que tinha suas linhas verticais e horizontais muito marcadas pelo alumínio, interferindo bastante na arquitetura”, explica Nelson Firmino, engenheiro e consultor da Aluparts. As fachadas de vidro passaram a ser vistas como símbolo de status para prédios de escritórios, repetindo o padrão estético predominante nas grandes cidades norte-americanas. 

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