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CASA COR

Sob o mote “A Casa Viva”, que destaca a harmonia com a natureza, a convivência e a confraternização, um estilo de vida rodeado de verde e de memórias afetivas, a Casa Cor percorreu diversas capitais brasileiras. O último ciclo incluiu Bahia, Espírito

14/01/2019

A Casa Cor Brasília apresentou, de 12 de setembro a 30 de outubro, a Casa da Manchete, em uma construção com projeto de Oscar Niemeyer no Setor de Indústria Gráficas (SIG), a 27ª edição da mostra, que reuniu 39 ambientes em espaços que somaram 5 mil². Foram envolvidos cerca de 60 profissionais renomados nacionalmente e jovens talentos da cidade, que participam com projetos para ambientes como living, estúdio, quarto de bebê, varanda, banhos, lavabo, garagem, lounges, jardins, estúdios e lofts, assim como espaços corporativos e comerciais (banheiros públicos, loja, restaurante, lounge bar e café).

 

Um dos ambientes da mostra, intitulado Casa de vidro, projetado pelo Estúdio Orla, trouxe o charme cosmopolita de Nova York para a construção do espaço de mais de 100m². O café Dean & Deluca, por exemplo, conhecido point da cena gastronômica na Big Apple, traz as influências de madeira, vidro e elementos industriais. Já o Hudson Hotel, exemplo de hospedagem tipo boutique da cidade americana, inspirou o telhado, todo feito a partir de plantas. O objetivo é conectar o visitante à natureza, trazendo as tendências do decorativo conceito de florestas urbanas.

 

Por estar o espaço cercado por jardins, a dupla André Alf e Marina Lage, da Alf Arquitetura, criou a casa de vidro Box 26, que se harmoniza com sol, chuva, sombra, vegetação e vento. O concreto, base da construção de Brasília, é a fonte inspiradora do ambiente de 70m² em homenagem a multimídia Paula Santana. O material está no piso, escada, mobiliário, bancada, paredes e cubos assimétricos da entrada de acesso. O projeto traz teto ripado em alumínio com acabamento em madeira e fotografias do renomado Bento Viana. A varanda recebe uma marquise de aço corten e uma lareira ecológica de teto. Em evidência, um aquário com espécies exóticas de peixes, transformado em estrutura de apoio ao bar.

 

Com 50 m², o espaço Paper Flowers do Studio Gontijo Arquitetura e Interiores abrigou uma joalheria pautada pela natureza, com concreto, água, madeira, vidro, plantas, entre outros elementos. A ideia foi associar a beleza das peças e dos materiais utilizados (ouro, prata, diamantes, entre outros), ao conceito arquitetônico e de design do local. O destaque é uma árvore de flores de papel que remete à recente campanha “Paper Flowers”, criada em reverência às flores pela joalheria fundada em Nova York.

 

O Studio Denise Zuba criou o Refúgio Veredas Cinex com referências mineiras, portuguesas e brasilienses em uma área de 500m². O cerrado está presente através da vegetação natural, nas imagens artísticas do fotógrafo brasiliense Bento Viana e em peças produzidas na região. O ambiente evoca os sertões mineiros, onde nasceu Denise Zuba, e Portugal, principal origem do povo brasileiro, com uma árvore Oliveira de 200 anos. A interação com o verde é proporcionada pelos grandes vãos das portas deslizantes que dão para o jardim criado pelo escritório. Os vidros dos ambientes foram fornecidos pela Cebrace.

 

Casa Cor-Brasília  - Crédito das fotos: Jomar Bragança

 

Em alguns ambientes da Casa Cor Espírito Santo 2018, que aconteceu de 19 de setembro e 7 de novembro, o vidro foi destaque do projeto. Um deles foi o Casa Viva, montando em uma área de 90 m² da arquiteta, urbanista e especialista em iluminação Carol Zanetti Campanharo para o Sebrae-ES, que foi nomeado assim justamente por ser um espaço “vivo”. A fachada, em vidro, transforma a Casa Viva numa “vitrine” e permite uma ampla visão para o mar, colocando o canal também como uma obra de arte natural.

 

O estilo é contemporâneo, com estrutura e telhado colonial reaproveitado do Clube Álvares Cabral. Apresenta, ainda, cimento queimado, madeira aparente e estilo rústico, e uma moldura vazada que possibilita aos visitantes fazerem fotos conectadas com a bela vista do ambiente. Inspirada em um ateliê de arte, a Casa Viva é destinada a amantes da arte e admiradores da paisagem e traz um mix de estilos e tendências que, juntos, formam uma conexão entre a arquitetura e a arte. Nela, obras de 12 artistas capixabas estão expostas e interagindo com a natureza.

 

Utilizando módulos em aço que se conectam para criar ou aumentar um ambiente, o arquiteto e urbanista Henrique Gasparini desenvolveu um projeto arrojado, batizado de Zig Out. O espaço tem 350 m² e a ousada proposta de atender a uma família moderna, que busca ter uma obra limpa, prática, rápida e, principalmente, moldada de acordo com suas necessidades. Motivado pela imponência, dinamicidade e modernidade proporcionadas por esta forma, o arquiteto deixa expostos no ambiente o aço estrutural dos módulos, assim como o acabamento em rocha natural, vidro, concreto e madeira no interior.

 

Conceitualmente inédito na história da mostra capixaba, o Refúgio do Tenista, da arquiteta Cristiane Locatelli, é um dos maiores projetos da edição, com aproximadamente 600 m². Destes, 170 m² são de área construída, com conceito sustentável, utilizando materiais que reduzem o impacto no ambiente e inovam no processo construtivo. Feito com estrutura metálica, foi idealizado para ser uma construção rápida, sem resíduos e desperdício, de fácil execução e com redução dos gastos em mão de obra.

 

Movido pela adrenalina das quadras, é em seu lar que o tenista encontra o ambiente ideal para recarregar as energias e refugiar-se da extenuante rotina. Antenado em tendências que prezam pelo prazer e conforto, sem abrir mão de um design moderno, o esportista aproveita cada canto de seu refúgio e aposta na integração das áreas internas e externas - através do uso de esquadrias de pvc e vidro - para dar vida à sua casa e conectá-lo à natureza.

 

Fotos: Espírito Santo - Crédito das fotos: Felipe Araujo

 

Uma Casa Cor Rio em sintonia com seu tempo. A mostra deste ano, que aconteceu na Glória de 18 de setembro a 4 de novembro, apresentou as novas formas de morar e trabalhar: coliving, estúdios, apartamentos feitos sob medida para ele (de um lado) e para ela (do outro), coworking. Tudo num mesmo condomínio com espaços que variam dos 25m² aos 120m² e podem ser ocupados por profissionais em início de carreira, jovens casais, solteiros de todas as idades, idosos, famílias.

 

O evento, organizado pela 3Plus, reuniu 42 espaços, produzidos por 72 profissionais, em cerca de 6 mil m². A propriedade, antiga sede do grupo Monteiro Aranha, conta com um prédio, uma casa colonial e uma área verde de 2,5 mil m². Se destacaram uma casa com paredes de vidro (InTown Arquitetura), um loft com paredes de vidro (Bruno Carvalho e Camila Avelar), e um Consultório de Psicanálise com painéis pivotantes de vidro translúcido (Isabella Lucena e Paula Gusmão).

 

Com uma configuração simples e refinada e certa carga poética, o Consultório de Psicanálise de Isabella Lucena e Paula Gusmão convida os visitantes a adentrarem numa experiência sensorial. Num jogo de transparências, painéis pivotantes de policarbonato translúcido dividem a área de trabalho de um ambiente de leituras, com uma mesa que se abre para receber mais pessoas. O piso é de granilite cimentíceo, que alia o despojamento do cimento ao charme das pedras naturais.

 

Refúgio Urbano - Casa Unlimited, projetado por Bruno Carvalho e Camila Avelar - BC Arquitetos. Uma casa com layout que valoriza a circulação, usando os espaços vazios como estratégia para valorizar o mobiliário. Com paredes de vidro, a construção incorpora a pedreira e a vegetação do terreno, criando uma relação muito próxima com a paisagem, com destaque para o paisagismo de Daniel Nunes. Num total de 200 m², os ambientes são integrados ao terraço com piscina.

 

O Loft Renault, de Alexandre Gedeon e Hugo Schwartz da InTown Arquitetura, traz uma arquitetura itinerante, livre para ir de um lugar a outro. Ocupando uma caixa de vidro, aço e concreto, o dúplex de 75 m², com visual contemporâneo, pode ser transportado já pronto para montar, gerando menos resíduos e, consequentemente, sendo amigável ao meio ambiente. Outras soluções de sustentabilidade adotadas foram o uso de grandes painéis nas esquadrias, que proporcionam ventilação cruzada, dispensando o uso de ar condicionado, e a impermeabilização reflexiva na laje de teto, que reduz em 90% a absorção do calor. A iluminação, com lâmpadas LED, foi projetada com cenários pré-estabelecidos, que se ajustam ao toque de um botão. Na decoração, a dupla aposta num mix de peças contemporâneas e clássicas.

Fotos: Casa Cor Rio - Crédito fotos: André Nazareth

 

De 02 de outubro e 11 de novembro foi a vez da Bahia receber a Casa Cor 2018, na Chácara Baluarte, em Salvador, com sua vista deslumbrante para a Baía de Todos os Santos, bastante explorada através da aplicação de grandes panos de vidro, matrial que foi o destaque deste ano. A mostra celebrou o futuro e a era do compartilhamento, que chegou de vez ao mercado de habitação em todas as grandes cidades do mundo.
 

No masterplan assinado pelo renomado arquiteto David Bastos, o visitante encontrou três grandes espaços: a área dos lofts, o coliving e a costore, totalizando 36 ambientes. O espaço Coliving ou Morar Compartilhado reuniu diversos ambientes, criando uma atmosfera de morar compartilhado. O coliving é uma celebração ao compartilhamento. Essa tendência, que é bastante conhecida no mercado de turismo (AirBNB) e mobilidade urbana (Uber), chegou de vez na Arquitetura e Decoração.

 

Nesse espaço, o visitante vai encontrar 4 apartamentos individuais (20 m²) com conexão para uma área de uso compartilhado, com living, cozinha, sala de TV, coworking e banheiros. Essa é uma tendência mundial que vem na contramão do isolamento proporcionado pelas novas tecnologias e, em especial, os smartphones, que permitem que as pessoas façam quase tudo sem contato com outra pessoa.

 

Casa Cor-Bahia - Crédito da foto: Marcelo Negromonte

 

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