Amplitude vertical

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Capa: Amplitude vertical

Região montanhosa da Europa Oriental, a Transilvânia é especialmente famosa por ter sido o lar de Conde Vlad, príncipe da Valáquia que, de tão terrível, inspirou
o escritor Bram Stoker a criar seu personagem Drácula. Entre as mais encantadoras da Transilvânia, a cidade de Brasov, na Romênia, preserva boa parte de seus ares medievais, traço presente tanto em seu vibrante centro histórico como nos imponentes castelos, fortes e outros de seus marcos arquitetônicos.

 

Embora carregue boa parte do caráter medieval que permeia a Romênia de ponta a ponta, Brasov é também considerada uma das mais modernas cidades do país.
Exemplar de uma tendência construtiva que envereda por novas linguagens, o Cetatuia Loft é um projeto marcado por soluções únicas, que preservam aspectos tradicionais da arquitetura local, ao mesmo tempo em que incorporam inovações nas quais o vidro desempenha papel fundamental, tanto do ponto de vista estético como pelas funcionalidades que agrega.

 

Janelas instaladas na cobertura atuam como claraboias, convidando à incidência zenital de luminosidade. No banheiro, luzes de led interagem com  as superfícies transparentes

O projeto leva o mesmo nome da rua em que foi erguida, situada no limite do centro histórico de Brasov e que confere ao edifício uma fantástica vista panorâmica tanto da cidade como da cadeia de montanhas ao redor. Por essa razão, os traços do local e da paisagem foram explorados e enfatizados em cada detalhe da concepção arquitetônica, assinada pelo romeno Ion Popusoi. Ao mesmo tempo, os espaços internos são usados em seu potencial máximo.

“O vidro é o elemento capaz de estabelecer uma intensa conexão entre os andares, privilegiando o dinamismo, a transparência e a luminosidade”, diz o arquiteto.
O Cetatuia Loft foi desenvolvido para ocupar os últimos três andares do edifício, que, projetado para uso exclusivamente residencial, abrange um conjunto de seis apartamentos (dois por andar), mais dois lofts. Essa configuração levou o arquiteto a criar um projeto compacto e muito consciente de sua localização e das vistas privilegiadas que seria capaz de oferecer. Do lado de fora, o formato simples e limpo da edificação ganha contornos mais elaborados por meio cores e texturas específicas. 

 

Para garantir o efeito de integração e ao mesmo tempo tirar proveito máximo da luminosidade em um espaço compacto e verticalizado, o arquiteto não economizou vidro, que em diversas situações substitui o concreto na divisão dos ambientes. “As janelas laterais formam aberturas envidraçadas desde a altura do piso,
fazendo com que a sala pareça maior, inundada por luz, enquanto janelas instaladas na cobertura atuam como claraboias, convidando à incidência zenital de luminosidade, que flui para todos os espaços”, comenta o arquiteto.

 

 

A luz penetra de forma vertical e profunda pelos ambientes graças ao teto envidraçado, que serve como piso do andar superior. O vidro também substitui uma das paredes do quarto principal, situado no piso superior. Minimalistas, as escadas foram reduzidas a seus degraus. “Os guarda-corpos são praticamente desmaterializados pela transparência do vidro, que elimina qualquer interferência na percepção visual do espaço”, diz Popusoi.

 

 

Fabricados pela Saint-Gobain Glass, os vidros laminados de segurança SGG Stadip Protect aplicados no “piso-cobertura” são compostos por três folhas de vidro de 10 mm, unidas por duas interlayers de PVB de 0.76 mm cada, totalizando espessura de 34 mm. No guarda-corpo, foi escolhido o mesmo SGG Stadip Protect, porém com apenas duas camadas de vidro de 10 mm e uma de PVB. “Para a estrutura do piso, usamos esquadrias de metal de 120 X 60 mm”, informa o arquiteto. O projeto usou 50 metros quadrados de vidro no total.