Segundo o professor Ricardo Ruther, coordenador do Laboratório de Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina (Labsolar/UFSC), a energia obtida de células fotovoltaicas é mesmo mais cara em todo o mundo: o cálculo básico que se faz é que uma fachada composta por vidros fotovoltaicos custa em média cinco vezes mais que uma fachada com vidros refletivos. “A diferença está nos incentivos que os governos dos países desenvolvidos dão para a utilização dessa tecnologia.”
O Labsolar/UFSC vem desenvolvendo projetos de estádios solares e aeroportos solares, em parceria com o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal) e com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), tendo estes como projeto piloto o novo terminal de passageiros de Florianópolis. “Os aeroportos são uma ótima vitrine para demonstrar a tecnologia fotovoltaica e, ao mesmo tempo, compensar um pouco das emissões de CO2 relacionadas à aviação comercial”, diz Rüther. Para que o aeroporto de Florianópolis ficasse completamente abastecido por energia solar, bastaria que, ao longo de um ano, cada um dos mais de 100 milhões de passageiros aéreos no Brasil pagasse menos de 25 centavos.
O apelo ecológico tem sido o maior impulsionador dos vidros fotovoltaicos, que, apesar do custo, já vêm sendo adotados por várias empresas e governos, pela imagem positiva que agregam à obra. A Alemanha, maior consumidor dessa tecnologia, registrou, só este ano, a instalação de cerca de 6000 megawatts. No Brasil, estão instalados apenas 20 megawatts, em locais onde não há fornecimento de eletricidade, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, além de 19 sistemas conectados à rede, em áreas já providas de energia elétrica.Os planos de incentivo no País ainda são escassos; uma exceção, segundo Elvis Rocha, é o programa implantado com esse objetivo pelo Estado do Ceará.