Nascido em 1951 em Fort Belvoir, na Virgínia, e criado em Honolulu, no Havaí, Robert Mickelsen nutriu desde cedo uma intensa paixão não somente pela arte vidreira, mas sobretudo pelas inúmeras técnicas de que os artistas se apropriam para esculpir formas tão singulares quanto o próprio material. Mundialmente reconhecido por seu trabalho em vidro a fogo, Mickelsen é capaz de transformar a prática de esculpir o vidro em verdadeira magia.
E, com muita técnica, conhecimento das propriedades do material e, sobretudo, uma mente criativa e aberta a novas possibilidades de explorá-lo como matéria prima, o artesão inclui em seu portfólio um extenso rol de belas, transparentes, coloridas e inusitadas peças. “Cada coleção carrega sua própria linguagem e signifi cado artísticos.
Cada escultura é um refl exo dos sentimentos e ideias que estão povoando a mente do artista no momento da criação”, comenta Mickelsen. “Ouso dizer que é possível presumir o estilo de vida e o modo de pensar de uma pessoa pelas esculturas que ela produz. Cada peça é uma história que preenche as necessidades criativas do artista.”
Mickelsen acumula mais de quarenta anos de estrada, nos quais se dedicou exclusivamente a desenvolver novas técnicas e habilidades para moldar intricados desenhos, movimentos fl uidos e as mais delicadas formas. O artista teve seu primeiro contato com o vidro em meados dos anos 70, quando por dois anos foi aprendiz de “lampworkers” profi ssionais. “Comecei minha carreira em mercados de pulgas e em feiras artesanais, vendendo pequenos itens produzidos muito
rapidamente”, conta o artista.
“Conforme passavam os anos e minhas habilidades se desenvolviam, aumentava a ambição de tornar meu trabalho mais signifi cativo.” Foi então que Mickelsen
largou as feiras de artesanato e investiu na comercialização de seu trabalho exclusivamente para galerias.
Com uma rara habilidade para esculpir no vidro formas complexas e minuciosas, o artista afi rma ter buscado recurs os não somente na prática em si, mas sobretudo em suas incontáveis coleções de livros de arte. “Além das ferramentas apropriadas e da experiência prática, é importante recorrer a referências de outros artistas, para enriquecer o olhar e constantemente ampliar
a gama de possibilidades criativas”, recomenda ele.