Uma fachada de vidro facetada que cobre toda a sua superfície é o aspecto mais marcante do centro cultural The Culture Yard, localizado na cidade de Elsionre, na Dinamarca.Nas mãos dos profissionais da AART Architects, a antiga construção formada por estaleiros desativados foi convertida em um exuberante e transparente edifício de 17 mil m², que comporta um museu naval e uma biblioteca pública, além de café, salas de conferência e auditório, entre outras instalações.
“Por muitos anos as atenções de turistas e moradores locais eram voltadas para o espaço adjacente, o Kronborg Castle, Patrimônio Mundial da UNESCO que Shakespeare tornou famoso em sua peça Hamlet”, conta o arquiteto da AART, Anders Barslund Christensen.
“Desde 2011, no entanto, quando o Culture Yard foi fundado, a região se converteu de uma antiga vila industrial em um moderno polo cultural e artístico.” Nesse sentido, afirma o arquiteto, o projeto foi concebido como um elo, uma fenda que se abre entre o passado e o presente, reforçando a identidade local, ao mesmo tempo em que exprime uma postura de internacionalização, reafirmando a relação entre as duas comunidades: regional e global.
Características arquitetônicas como escadas de ferro e elementos de concreto interagindo com modernas estruturas de vidro e arrojado design de interiores evidenciam o contraste entre os tempos passados e os atuais.
“Essa foi a forma que encontramos para brincar com este campo de tensão entre o velho e o novo, trazendo à tona a noção de passado versus presente, sociedade industrial versus sociedade da informação”, conta Christensen.
Particularmente impressionante quando avistadas da costa ou do Kronborg Castle, as formas multifacetadas da fachada onstituem a característica mais emblemática do edifício do The Culture Yard. Com uma estrutura de aspecto fragmentado mas ainda assim rígido e forte, a fachada de vidro e aço configura-se como um verdadeiro desafio à carga histórica local e parece estar contemplando com firmeza o estreito de Sound, que separa a Dinamarca de sua vizinha Suécia.
“Além disso, sua transparência reforça a relação entre os ambientes interno e externo, na medida em que é possível, de qualquer andar do edifício, a partir de nível da rua, usufruir de magníficas vistas tanto do mar quanto do castelo”, realça o arquiteto.