A inovação na arte de criar objetos decorativos e simultaneamente funcionais tem sido cada vez mais ousada entre designers e artistas vidreiros ao redor do mundo. Um exemplo emblemático é a criação do designer sueco Eric Therner, que chamou a atenção da imprensa especializada com uma ideia nada convencional: dar formato de diamantes às lâmpadas de nossas casas, por ele batizadas de Diamond Lights. “Costumo definir a Diamond Light como uma espécie de escultura funcional. A intenção foi brincar com o conceito do bulbo das lâmpadas comuns, que por si só já têm como característica serem brilhantes”, comenta Eric. “As pessoas se acostumaram com o brilho da lâmpada, que, ao assumir a forma de um diamante, deixa de ser um mero objeto de utilidade para se converter em uma peça de arte.”
Usando o vidro como matéria-prima, Therner deu às lâmpadas de halogênio de 15 watts um tom moderno e sutilmente romântico. “Trata-se de um objeto em que muitas vezes não prestamos atenção. Ao trabalhar o vidro dessa maneira, damos um visual carismático à lâmpada”, acrescenta o designer sueco. Ele ressalta que o conceito da criação não veio da tentativa de desenvolver uma lâmpada melhor ou mais eficiente. “É uma lâmpada comum com uma personalidade diferente”, brinca o designer. “A ideia foi intensificar o ar místico e retrô de um bulbo comum. E minha inspiração para isso veio de um objeto facilmente reconhecido, o diamante. A intenção foi justamente captar essa áurea mística e romântica da pedra preciosa e uni-la ao tom clássico de uma lâmpada usual.”
As lâmpadas diamantes ganharam fama pelo mundo depois de serem expostas no Festival de Design de Londres do ano passado, onde cerca de 20 exemplares foram vendidos a 30 libras cada – cerca de 80 reais. Desde então, são comercializadas nas mais conhecidas lojas de objetos de design da Europa e também em websites especializados.
Bulbos Decorados
A ideia de criar lâmpadas com bulbos inusitados não é mais novidade entre os artistas vidreiros. Outro interessante projeto, idealizado pela conceituada designer sueca Ingegerd Raman, é o Light Shadow Bulb, uma série de quatro bulbos luminosos decorados com jatos de areia, cada um com um desenho diferente. O diferencial da criação de Raman reside nos desenhos formados pelos jogos de luz e sombra criados nas paredes do ambiente. “A inspiração veio das minhas fantasias de infância, das brincadeiras com os efeitos de luz e sombra que gostava de criar na parede”, conta a designer. Semelhante a uma bolha de sabão, o bulbo gigante é o elemento central de onde a luz irradia, projetando sombras dançantes nas paredes e no teto. “De formas diferentes, o efeito estético é garantido estando as lâmpadas acesas ou apagadas”, ressalta a criadora do projeto. Os Light Shadow Bulbs foram produzidos pela grife sueca Orrefors, especializada em artigos e objetos de arte em vidro exclusivos ou produzidos em edições limitadas.
Originalidade e leveza
A luminária Spore, desenvolvida pelo designer italiano Massimo Iosa Ghini
A luminária Spore, desenvolvida pelo designer italiano Massimo Iosa Ghini, é outro exemplo das ilimitadas possibilidades criativas que transformam lâmpadas em objetos de arte. Composta por uma estrutura de metal cromado e um difusor de vidro soprado de 28 cm de diâmetro, com oito placas de led 3W em seu interior, a luminária confere atmosfera requintada aos ambientes.
“O contorno amorfo e irregular é delineado por um véu de vidro, que envolve e protege o interior da luz”, descreve o designer. “O acabamento acetinado e placas transparentes foram desenvolvidos para garantir o brilho intenso e uniforme das leds, uma das mais fascinantes fontes de luz do futuro.”