Com o rápido avanço das tecnologias usadas em sua fabricação, o vidro se torna cada vez mais versátil em suas aplicações. Diretamente vinculado ao setor vidreiro, o de ferragens tem mostrado competência e habilidade para acompanhar essa evolução estética e tecnológica do material, oferecendo ao mercado soluções que se adaptam perfeitamente ao vidro e se tornam imbatíveis na valorização de ambientes que priorizam aspectos como leveza, conforto e integração.
Responsáveis pela sustentação do vidro, as ferragens são determinantes para atender à proposta estética e tecnológica dos projetos. “São as ferragens que mantêm o vidro em sua posição e dão a ele o dinamismo necessário para, por exemplo, se transformar numa porta”, observa Erico Miguel, gerente de marketing da fabricante Ideia Glass, especializada em ferragens para box, portas e prolongadores para sacada e guarda-corpos. “As ferragens são muito importantes na medida em que se harmonizam com o propósito da decoração. A relação entre a cor da ferragem e a cor do vidro pode ser fundamental para a estética da obra”, acrescenta a gerente Simone Camilo, responsável pela área comercial da fabricante paranaense Elber.
Quanto mais opções de ferragens estiverem disponíveis no mercado, maiores serão as possibilidades de utilização de vidro nos projetos arquitetônicos, ressalta a gerente de marketing Juli Lazaro, da Belga Metal. “Para cada tipo, peso e característica de projeto será necessário um tipo diferente de ferragem. Se a ferragem não for a adequada, põe-se em risco a segurança, a vida útil e a qualidade da instalação”, alerta.
Diferença nos detalhes
Apesar de, em princípio, aparecerem como elementos coadjuvantes, as ferragens e acessórios fazem grande diferença nas instalações em vidro. A escolha correta das peças pode agregar significativo valor aos projetos, no que se refere ao acabamento, ao material e ao design. “O vidro é um elemento sofisticado, que traz leveza aos ambientes. Ferragens grosseiras e falta de cuidado no acabamento podem comprometer os projetos visualmente”, avalia o gerente de marketing André Costanzo, da Glass Vetro, produtora e distribuidora de ferragens e acessórios. “Ideias ousadas invariavelmente dependem de materiais que, além de de fixar o vidro, não prejudiquem a estética”, diz.
Flexibilidade: lançamento recente da Glass Vetro, o kit box Roma para portas de correr é composto por ferragens em inox polido e pode ser instalado com diversos tamanhos de aberturas de vão. Os ajustes de posicionamento são feitos pelo próprio instalador
Para a gerente de marketing Adriana Santos, da paranaense Safira, as ferragens contribuem com design, tecnologia e traços que formam com o vidro um conjunto harmonioso. “São os detalhes no acabamento que fazem a diferença no resultado da obra”, diz.
Investimentos em novas tecnologias e em maior variedade de peças com visual diferenciado tornam-se estratégia fundamental para as empresas que buscam se destacar e ganhar terreno no setor de ferragens. É o caso da Roll it, que nos últimos anos concentrou investimentos em maquinários de última geração, para garantir qualidade na performance de seus produtos e acompanhar as tendências de aplicação do vidro. “Por muito tempo o setor de ferragens no Brasil ficou engessado, oferecendo os mesmos produtos por trinta, quarenta anos”, comenta o diretor da empresa, André Sangra. “Na busca por uma mudança nesse cenário, procuramos concentrar o foco não apenas na funcionalidade, mas sobretudo na qualidade e no design de nossas peças.”
Fabricadas em aço inoxidável e com acabamento em inox acetinado, as ferragens da Roll it incluem 9 modelos de guarda-corpo, 13 de portas de correr e 18 de box para banheiro, além de conectores, puxadores e suportes. Entre os lançamentos recentes da empresa estão o Sistema Duplex, para portas de correr de até 300 kg, e o Sistema de Box Square, com design quadrado. “Só de boxes para banheiro, temos 18 modelos diferentes, para oferecer ao arquiteto uma ampla opção da escolha mais adequada ao seu projeto”, afirma André. Segundo ele, as linhas mais retas, com formas quadradas, estão entre as principais tendências atuais neste segmento.
Com ferragens aparentes em inox, o sistema para portas de correr Duplex, da Roll it, suporta pesos de até 200 kg
Para Simone Camilo, da Elber, a evolução no setor de ferragens não deve depender exclusivamente das novas tecnologias empregadas no vidro. “Embora se complementem, uma não depende diretamente da inovação da outra”, diz. “O setor ferragista tem procurado inovação constante, para estar no nível do que há de melhor no mundo. Afinal, o avanço tecnológico no mercado é só parte da equação, pois enfrentamos a concorrência cada vez maior dos países asiáticos, e dos designers europeus”.
Tendências opostas
Embora o mercado busque soluções cada vez mais clean, em que as ferragens são menos evidenciadas, cresce também a tendência por soluções que ofereçam detalhes diferenciados, como é o caso das roldanas aparentes. “É uma solução que moderniza, destaca e embeleza o ambiente”, afirma Erico Miguel, da Ideia Glass.
Os Sistemas Solo, Solo M e Solo E, recentemente lançados pela Roll it, também incluem roldanas aparentes no piso. “Nossa proposta é desenvolver sistemas com ferragens aparentes, aliando design e tecnologia para fazer de objetos funcionais verdadeiras peças de decoração”, diz o gerente da empresa
“Mas também temos linhas em que as ferragens quase não aparecem, buscando destacar o vidro em primeiro lugar. Os trilhos das portas são os próprios vidros e as roldanas deslizam diretamente sobre eles”, descreve.
“Um número crescente de projetos têm utilizado o vidro como centro de seu conceito”, diz Claudia Lopes, gerente da divisão Glass da fabricante Dorma. “O que nós fornecedores percebemos é a necessidade do mercado de reduzir ao máximo as interferências visuais, ou seja, manter a amplitude do espaço e valorizar o contato entre os ambientes externo e interno.” Acompanhando essa visão, as portas com ferragens invisíveis estão entre as linhas mais avançadas da Dorma.
“A opção pelo clean é de uma época em que as ferragens tinham quase o mesmo peso do vidro. Quando não tinham qualquer apelo estético, e muito menos se pensava em design. Fechadura era pra fechar e ponto”, diz Simone Camilo, da Elber. “As novas tecnologias, aliadas à utilização do alumínio, que traz além da leveza, a possibilidade de explorar as cores, modificaram completamente este conceito.”
Para André Costanzo, da Glass Vetro, tudo depende do projeto. “As ferragens robustas podem ser bem aproveitadas se a intenção é ter um visual com maior personalidade. Mas em ambientes residenciais, a busca é maior por ferragens menos aparentes”, observa. Entre os destaques clean da Glass Vetro estão o kit para guarda-corpo Easy Glass, o kit para box SF 180 e os novos kits Roma e Milano.
Produção e acabamento
Alumínio, zamak, aço inox, latão e plástico são algumas das matérias-primas mais usadas para fabricação de ferragens e acessórios para vidro. “Cada um oferece suas utilidades específicas”, diz Erico Miguel, da Ideia Glass, que busca oferecer produtos que combinam todos esses materiais em um único kit. “O kit box Elegance, por exemplo, é composto por perfis e trilhos em alumínio, roldanas em zamak e acabamentos em plástico. Já o prolongador Max tem seu interior em alumínio e exterior em aço inox, além de proteções emborrachadas”, descreve o gerente.
Na Glass Vetro, a maioria dos produtos é fabricada em aço inox, devido à durabilidade do material. Já a AL Puxadores e Ferragens revolucionou o mercado de acessórios para vidro temperado ao utilizar o polímero como matéria-prima. “Essa mudança possibilitou oferecer um produto versátil, ecologicamente correto, prático, com novo design e ótima relação custo/beneficio”, diz o diretor da empresa, Max Del Olmo. A fabricante espera lançar em breve a linha Chrome, que promete ser uma evolução da ferragem tradicional. “A AL nasceu de uma vidraçaria e, já naquela época, ressaltávamos aos clientes que seu diferencial em relação à instalação do vizinho seria a ferragem e, principalmente, o puxador, itens que destacam e diferenciam a obra. Nossos produto oferecem detalhes como a cortiça de PVC, já cortada, colada e na cor da peça, que proporciona um acabamento mais clean, seguindo a tendência do vidro.”
Segundo Del Olmo, o polímeros vêm substituindo metais em vários segmentos, pela possibilidade de serem produzidos em grande escala e com acabamento incomparável. “O plástico é um material que não degrada e não oxida. Sendo assim, não ataca a camada de pintura ou cromação”, acrescenta.
Há alguns anos, lembra o diretor, o latão era predominante na fabricação de ferragens, mas pouco a pouco o material vem perdendo espaço, pelo custo e lugar. “Apesar de ser considerado um material nobre, que não oxida e tem uma boa condição para cromagem, o latão está sendo substituído, por questões de alto custo e dificuldade na produção”, afirma. “O zamak e o alumínio estão ganhando posição no mercado especialmente pelo preço baixo e possibilidade de injeção, que representa melhora na produção. Por outro lado, o zamak é limitado quanto à durabilidade, especialmente quando exposto à maresia, por exemplo. Já o alumínio tem durabilidade superior, mas também pode oxidar.
A AL Puxadores foi pioneira em substituir as antigas cortiça por peças de PVC (acima), que, já cortadas, coladas e na cor da peça, oferecem um acabamento mais clean, acompanhando a tendência do vidro
Na Elber, o alumínio destaca-se como matéria-prima principal. Entre suas vantagens, a leveza da peça, sem perda em qualidade, força e durabilidade. Além disso, a fixação da pintura eletrostática é excelente, dando uma vida útil muito maior à peça, afirma a gerente Simone Camilo. “Quanto ao acabamento, nosso padrão são as ferragens com PVC translúcido, material que permite fixação no vidro com total segurança e que apresenta grande resistência”, informa Simone. Entre os produtos fornecidos pela empresa, ela destaca o Sistema Deslizante, que permite abertura e fechamento de várias folhas em vidro temperado, com aplicação de força em somente uma das peças: a da extremidade onde fica a fechadura. “Este sistema é muito indicado nos fechamentos de grandes vãos, garagens ou salas abertas ao jardim e, principalmente, para os fechamentos de agências bancárias, separando-as do caixa eletrônico.”
