Uma das maiores empresas nacionais do segmento vidreiro, a Glassec teve 100% de suas ações adquiridas pela Viracon, fabricante americana de vidros para prédios de escritórios de alto padrão e dona de uma participação de 70% nesse mercado na América do Norte . Anunciada no final do ano passado, a compra da Glassec marca a entrada da Viracon no Brasil e sua expansão na América Latina. A empresa passa a se chamar GlassecViracon. “A Glassec construiu um grande negócio no Brasil e sua estratégia comercial está alinhada com a da Viracon – atuar em projetos comerciais complexos, com vidros de alta qualidade e eficiência energética”, afirma Dario Farhat, sócio da Glassec e agora gerente-geral da nova empresa.
Nos últimos cinco anos, a Viracon investiu US$ 100 milhões na expansão internacional, processo que inclui a incorporação da Glassec. Segundo o presidente da Viracon, Greg Silvestri, o processo de escolha da parceira brasileira levou em conta, sobretudo, a similaridade de produtos e foco de atuação. “A Glassec tinha a necessidade de aumentar a linha de produtos e a Viracon queria expandir sua atuação na América Latina. Unimos forças e vamos capitalizar a sinergia das duas empresas”, ressalta.
Obras importantes
Cerca de 70% das vendas da Glassec estão voltadas ao segmento de vidros com eficiência energética e controle solar, que reduzem os gastos com iluminação e ar condicionado. A Viracon também é especializada nesse tipo de produto e fabrica vidros que atendem às normas técnicas da certificação Leed, o selo verde do Green Building Council. “A GlassecViracon manterá o foco de atuação, oferecendo soluções em vidros para aplicação em grandes projetos e obras importantes”, destaca Farhat. Entre as obras que usaram vidros da Glassec, destacam-se o Centro Administrativo de Minas (MG), edifícios comerciais como o Landmark e o Rec Berrini, grandes shoppings e hospitais, como o Israelita Albert Einstein e o Santa Catarina, em São Paulo. Já soluções da Viracon estão presentes no Pavilhão do Air Force One, da Biblioteca e Museu Presidencial Ronald Reagan Simi Valley, Califórnia; no Seven World Trade Center, em Nova York; no Posteel Tower – Seul, na Coréia do Sul; e Taipei Financial 101, em Taipé, Taiwan.
Com faturamento de US$ 240 milhões ao ano, fundada em 1979, a Viracon é a maior divisão do grupo Apogee, empresa com ações negociadas na Nasdaq. A Apogee é líder em vedação e envidraçamento de edifícios e, no ano passado, teve receita de US$ 626 milhões na área de arquitetura. Com três fábricas nos Estados Unidos, a Viracon produz 170 mil m2 de vidro por ano.
Nos últimos anos, a Viracon buscou uma estratégia internacional agressiva e tem aumentado sua presença na Ásia, Austrália e Oriente Médio. A empresa recebeu recentemente o Prêmio de Comércio Internacional do Governo do Estado de Minnesota pela sua excelência em transações internacionais.
Na América Latina, a empresa desenvolve também projetos pontuais, atendendo demandas de clientes no Chile e na Argentina. “A Viracon conquistou presença em uma importante economia em desenvolvimento, que é difícil atender com exportações a partir dos Estados Unidos”, afirma Farhat. Com a criação da GlassecViracon, o Brasil se transformará em plataforma de exportação para os países vizinhos. “A operação no Brasil terá o objetivo de intensificar as exportações para a região. Nossa expectativa é que 20% da produção total da GlassecViracon seja exportada para América Latina e América Central nos próximos cinco anos.” Atualmente, as exportações representam 20% das vendas da Viracon nos Estados Unidos, tendo como principais destinos Canadá, Sudeste Asiático, América do Sul e Oriente Médio.
Com fábrica na cidade de Nazaré Paulista, a Glassec foi fundada há 19 anos. Tem receita bruta anual de R$ 75 milhões, emprega 250 funcionários e produz cerca de 15 mil toneladas de vidro por ano, incluídos laminados, serigrafados e duplos insulados (de controle solar). Segundo Dario Farhat, a expectativa é de um crescimento de 15% no faturamento da empresa este ano. “O Brasil é a maior economia da América Latina e a oitava no mundo, devendo atingir a quinta posição dentro de dez anos, segundo projeções. É um país em rápido crescimento e onde a recessão já acabou. Além disso, sediará a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016, o que criará uma forte demanda de desenvolvimento de infraestrutura”, conclui o gerente.