Com o intuito de aproveitar ao máximo os recursos naturais e, simultaneamente, explorar uma linguagem arquitetônica tipicamente praiana, o projeto desta residência no litoral da Bahia encontrou na combinação entre vidro e madeira a resposta ideal para suas inúmeras e criativas idéias de aplicação. Projetada pelo arquiteto e urbanista Sidney Quintela, sócio do SQ+ Arquitetos Associados, a casa foi erguida com o propósito básico de se adequar à riqueza natural e ao quente, úmido e ensolarado clima da bela praia de Camaçari, ao norte de Salvador.
Na faixa dos 40 anos, o casal para o qual a casa foi idealizada queria um refúgio simples e confortável onde pudessem descansar em família, longe das grandes metrópoles tanto em quilômetros como no perfil. “Eles me pediram uma casa para andar descalços”, lembra Quintela. Além da linguagem praiana, o arquiteto buscou valorizar a natureza do entorno e as áreas sociais. Com inúmeros toques rústicos que acabam por neutralizar qualquer vestígio mais suntuoso, a sofisticada residência de 302 m², localizada no Condomínio Quinta das Lagoas, tem como estrutura central um deck de madeira ipê, a partir do qual seus quatro módulos podem ser vistos e acessados.
Eleito como solução ideal para atender às exigências dos proprietários, o deck é responsável por estruturar e interligar os quatro módulos da casa. Graças à planta modular, foi possível vencer o desafio de conciliar, na implantação da residência, a orientação solar mais adequada com a valorização da vista e a ventilação nas áreas sociais – que são muitas e privilegiadas. Entregue no final de 2010, a construção foi finalizada em pouco mais de um ano, entre projeto e obra.
A beleza do terreno de 1.469 m² e do seu entorno entra à vontade pelas esquadrias de correr preenchidas com vidro temperado transparente de 20 mm, fornecidos pela Princesa Vidros. “Com estrutura mista, fechamento de alvenaria, cobertura de eucalipto e esquadrias preenchidas com vidro temperado, todos os ambientes, tanto quartos como áreas sociais, possibilitam a inclusão da paisagem e da iluminação natural no cotidiano familiar”, diz Quintela. “Pela manhã, telas solares e cortinas blackout permitem que se continue dormindo depois do dia clarear”, acrescenta. Segundo descreve o arquiteto Guido Ramos, diretor de projetos do SQ+ Arquitetos Associados, as peças de vidro foram aplicadas em esquadrias fixas e móveis, com estrutura composta por vigas e perfis de alumínio e vedação em silicone. Para ele, o vidro é provavelmente o material mais versátil da arquitetura. “As aplicações são as mais variadas possíveis: em fechamentos, guarda-corpos, divisórias, mobiliário e eventualmente até como estrutura.” Como benefício mais emblemático e óbvio, Ramos cita a transparência do material, que permite utilizar a iluminação natural e proporcionar a leveza que a arquitetura frequentemente busca. “Tradicionalmente, o vidro é um material que absorve muito calor.
Portanto, no nosso clima, devemos sempre tomar certos cuidados ao optar por esse tipo de aplicação. Atualmente, temos uma variedade cada vez maior de vidros eficientes, que filtram o calor e os raios nocivos à saúde e a determinados objetos, como tecidos, móveis e produtos comerciais que ficam expostos em vitrines, por exemplo”, comenta o arquiteto. Sombrear e amenizar o calor nos ambientes internos foi a intenção dos pergolados de eucalipto tratados com cobertura dupla de vidro laminado e temperado. E para esconder algumas imperfeições dos cortes da madeira, foram utilizadas amarrações de sisal, que também aparecem em caibros nos forros.
Transparentes e integrados, os ambientes dialogam também com a área de lazer externa, que “abraça” a casa. A piscina de concreto armado tem revestimento de pastilhas de vidro em vários tons de azul e borda de mármore branco. Há espaço para hidromassagem, raia e deck molhado. E um quiosque gourmet ao lado.
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