Utilizado como camada intermediária entre duas chapas de vidro para a constituição do laminado como alternativa ao PVB (polivinil butiral), o EVA (Etil Vinil Acetato) ganhou espaço no mercado por sua qualidade aliada a um baixo custo de fabricação. Isso porque sua produção é menos complexa e o investimento em equipamentos é menor se comparado com uma linha automática de laminação com PVB, podendo chegar a uma redução de 75%.
Entretanto, sua inserção no mercado demandou um processo de adaptação, pois havia um certo preconceito com o material e um questionamento sobre sua aplicabilidade e segurança. “Tivemos uma grande dificuldade no início porque havia um ‘tabu’ a ser quebrado, já que falavam que o correto era o vidro fabricado com PVB”, lembra Yveraldo Gusmão, diretor da GR Gusmão Representações, que introduziu no Brasil fornos para laminação com EVA.
Além da falta de conhecimento do produto, houve uma quebra de confiança em decorrência de empresas que anteriormente fabricavam sem controle de qualidade, denigrindo a imagem de um produto que ainda nem tinha conquistado o mercado, o que criou uma barreira ainda maior. “Tinham que fazer uso de várias folhas de EVA, onde após a laminação, o produto escorria nas bordas, ocorrendo uma distorção ótica até ficar esfumaçado”, conta Gusmão.
O empresário explica que para produzir o vidro laminado devem ser seguidas algumas normas, mas os processos são mais simples que na produção com PVB. Isso porque basta ter uma sala fechada, limpa e climatizada, assim como de funcionários treinado com rigor para manterem os critérios, sem a necessidade de ter um ambiente desumidificado e autoclave.
Forno para laminação
A GR Gusmão já tem vários fornos instalados no Brasil. A empresa começou de forma pioneira neste mercado, trazendo equipamentos da Keraglass da Itália cerca de dez anos atrás. Há cinco anos outras empresas entraram no segmento, mas as experiências foram negativas. Então, no ano passado, a GR Gusmão, em parceria com a Laminarts Soluções em Aquecimento-empresa 100% brasileira, passou a produzir equipamentos de qualidade a custo menor que os importados da Europa, com valores convertidos do euro.
Com experiência de 28 no mercado de fornos para laminação, a Laminarts, além de dar todo suporte para sua fabricação própria, aperfeiçoa e transforma fornos importados, alterando o sistema de controles com programação arcaica para automático. Os equipamentos garantem todas as vantagens e segurança, inclusive para vidros blindados múltiplos e aeronáuticos, até hoje aplicados em aviões de defesa e segurança.
Dessa forma, passaram a ter total controle das peças, receitas e assistência remota, podendo trabalhar com o equipamento no automático e não tendo mais a preocupação e a dependência da assistência técnica de fora do Brasil. “A Laminarts vem estudando as dificuldades encontradas na laminação com EVA desde 2010. Unimos as experiências e atingimos o núcleo do vidro laminado com EVA para poder ter as condições 100% segura do processo. Percebemos que as bolhas se formavam com base em diversos fatores, tanto nos equipamentos, como deficiência dos operadores e da qualidade do EVA”, relata Gusmão sobre alguns dos desafios.
Há cinco anos outras empresas entraram no segmento, mas as experiências foram negativas. Então, no ano passado, a GR Gusmão, em parceria com a Laminarts Soluções em Aquecimento, passou a produzir equipamentos de qualidade a custo menor que os importados da Europa.
Películas adequadas
Muitos fornecedores não orientavam corretamente os clientes e ofereciam o EVA para uso interno, o que causava opacidade nas peças. O indicado para a produção do laminado é o EVA para uso externo, que garante a transparência do vidro mesmo a película tendo contato com os raios UV. No início do processo a GR Gusmão teve que orientar seus clientes na compra deste insumo, pesquisando e indicando fornecedores confiáveis para garantir o sucesso do produto final.
“Tivemos que trabalhar com um fornecedor de custo mais alto, porém, seguimos buscando novas alternativas de fabricantes, até encontrar um que correspondesse com qualidade e preço justo. Sabemos que este produto se origina da China e Japão, sendo assim, muitas dificuldades nos afetaram até que conseguíssemos um resultado com excelência, na performance e no tempo de estocagem, para que nossos clientes pudessem ter tranquilidade”, lembra Gusmão.
Hoje a empresa tem experiência no assunto e encontrou um fabricante com comprometimento regular nno controle de qualidade, além de muito comprometimento no no suporte técnico no pós-venda, mantendo testes regulares a partir da fabricação da película até o fornecimento. “A GR Gusmão Representações tem conhecimento seguro para o fornecimento do EVA que comercializa. Trabalhamos com controle do fabricante dentro dos procedimentos exigidos para transporte e armazenagem para não haver dúvida na instalação externa. Toda a nossa logística para o recebimento de um novo container de EVA passa por controle e por testes de qualidade da Falcão Bauer”, garante o especialista.
O indicado para a produção do laminado é o EVA para uso externo, que garante a transparência do vidro mesmo a película tendo contato com os raios UV. Porém, a escolha da película certa e de um bom fornecedor é essencial, pois um EVA inadequado poderá causar opacidade no vidro