Envelopes de vidro

Envelopes de vidro

Capa: Envelopes de vidro

Não há como circular por qualquer grande metrópole dos dias atuais sem que se tenha a atenção atraída pelas cada vez mais ostensivas cortinas envidraçadas que revestem um número crescente de novos edifícios.

 

A tendência dominante, entre arquitetos e construtores, de usar extensas superfícies de vidro para envelopar edificações, em especial as de uso comercial, tem transformado radicalmente o cenário dos grandes centros urbanos. Nas últimas décadas, os conceitos de construção de fachadas passaram por uma revolução tecnológica de grandes proporções, abrindo espaço para o domínio da concepção de envoltórios transparentes.

 

“A evolução das fachadas é visível nos prédios das grandes cidades, tanto no Brasil como no exterior. As mais antigas são marcadas por grandes volumes de alumínio, enquanto as mais recentes revelam apenas o vidro”, observa o vice-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Lage Mourão Gozzi. São propostas que mostram como a indústria da construção responde, técnica e esteticamente, a solicitações cada vez mais criativas dos arquitetos. Leveza e transparência são  as principais características que fazem do vidro um material insubstituível na arquitetura.

 

 

“A primeira função do vidro nas fachadas é garantir a visibilidade nas duas direções. A segunda é trazer luz natural para dentro do edifício”, afirma o engenheiro e consultor de fachadas Paulo Duarte. Além de ligar os ambientes de forma visual e emocional, o material tem contribuído de forma decisiva para a proliferação dos chamados edifícios verdes, com altos índices de eficiência  energética. “O vidro não é apenas mais um produto, ele é o principal componente de uma fachada”, avalia a arquiteta Audrey Dias, da consultoria Aluparts. “O material tem forte influência no conforto, na economia, no desempenho termo-acústico e na segurança da edificação.”

 

 

Por suas características peculiares, o vidro tem seduzido e lançado desafios a construtores e arquitetos desde o final do século XIX, quando passou a fazer parte dos materiais de construção. Mas foi somente nos anos 70 que o material passou a ser integrado aos sistemas de fachada, quando o aço deu lugar ao alumínio extrudado. “O sistema convencional utilizado era o que conhecemos por fachada cortina, que tinha suas linhas verticais e horizontais muito marcadas pelo alumínio, interferindo bastante na arquitetura”, explica Nelson Firmino, engenheiro e consultor da Aluparts. As fachadas de vidro passaram a ser vistas como símbolo de status para prédios de escritórios, repetindo o padrão estético predominante nas grandes cidades norte-americanas.