É cada dia mais comum que ocorram fenômenos atmosféricos que atinjam áreas com grandes construções, inclusive prédios e residências com sacadas de vidro. Eventos como ciclones dão origem a ventos fortes que exercem pressões excessivas sobre as construções, o que pode causar estrago nos imóveis e até mesmo acidentes e mortes.
Não há como evitar que esses fenômenos aconteçam, mas é possível certificar a resistência dos materiais utilizados nos projetos, que incluem as esquadrias, acessórios e chapas de vidro; dessa forma, a segurança da instalação é reforçada e garantida.
Para que isso seja possível, é necessário que todo sistema de envidraçamento de sacadas seja aprovado em uma série de ensaios que colocam sua resistência à prova, saiba mais sobre estes testes a seguir:
Ensaios para envidraçamento de sacadas
Existem duas normas que são essenciais para o entendimento e aplicação das sacadas de vidro: a NBR 16259 – Sistemas de envidraçamento de sacadas e a NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações. De acordo com a primeira, os tipos de vidro que podem ser aplicados neste tipo de instalação são o temperado e o laminado (ambos vidros de segurança). Tendo isso mente, confira quais são os ensaios necessários para a aprovação e utilização dos sistema de envidraçamento de sacadas:
1 – Testes de pressão do vento
Neste momento, um protótipo do sistema – que deve medir 2.300 mm de largura e 2.300 mm de altura, além de ser dividido em quatro folhas com cerca de 575 mm de largura cada – é fixado em uma câmara de ensaio, então a pressão do vento é lançada contra o vidro de forma artificial por meio de um sistema de aplicação.
Neste momento, é avaliado o desempenho do sistema com a aplicação da pressão, que atinge cerca de 1480 Pascais (equivalente a ventos de 175 km/h). Depois, é verificado se a abertura e fechamento do sistema estão funcionando adequadamente e se houve algum problema como quebra do vidro ou ruptura dos perfis e componentes; caso tudo esteja em perfeitas condições, é aplicada então a pressão em 2210 Pascais (equivalentes a 216 km/h).
Estes procedimentos são aplicados tanto com a pressão positiva (contra o vidro), quanto com a pressão negativa (de sucção). O desempenho do sistema é avaliado após cada uma dessas etapas: se aprovado, os componentes do sistema passam para a próxima “fase” do processo;
2 – Teste de resistência à corrosão
Essa parte do ensaio é dividida em 3 etapas, e utiliza como base os requisitos da NBR 8094 – Material metálico revestido e não revestido – Corrosão por exposição à névoa salina:
Todas as roldanas, parafusos e demais acessórios são colocados dentro de uma câmara de teste pelo total de 72 horas. Neste meio tempo, o laboratorista verifica a cada 24 horas se os componentes apresentam algum tipo de corrosão (verde, vermelha ou branca), caso não, são aprovados nesta parte do ensaio.
4 – Teste de ciclo de abertura
Os acessórios são instalados no protótipo utilizado nos testes, que precisa fazer 10 mil ciclos de abertura sem nenhum problema. Assim que aprovado nesta parte, o protótipo é submetido ao último teste.
5 – Teste de Impacto de Corpo Mole
É arremessado um saco que aplica a energia de 240 Joules contra o vidro. Depois disso, o laboratorista movimenta os materiais algumas vezes para verificar se existe algum tipo de ruptura ou quebra no vidro e nos componentes. O desempenho para abertura e fechamento também deve manter a mesma qualidade ao fim dos testes. Caso esteja tudo ok, o sistema é enfim aprovado.
Todas as exigências, apesar de trabalhosas, são necessárias para que os sistemas de envidraçamento possuam alta qualidade e segurança mesmo nos locais com condições climáticas e atmosféricas mais adversas.
Você já sabia de todos os requisitos necessários para a utilização e instalação das sacadas de vidro? Se você gostou do conteúdo, não deixe de conferir os outros posts da Vidro Impresso no portal e nas redes sociais para encontrar mais curiosidades, dicas e novidades sobre a indústria direcionadas aos profissionais da área!
