Durante encontro de comemoração dos 60 anos da Soprano, palestrante alerta para cenário desfavorável em 2015

Durante encontro de comemoração dos 60 anos da Soprano, palestrante alerta para cenário desfavorável em 2015

Capa: Durante encontro de comemoração dos 60 anos da Soprano, palestrante alerta para cenário desfavorável em 2015

“2015 será um ano difícil, vai ser um ano de reajustes. Não vai ser uma mudança rápida e sim lenta. Diferentemente da Argentina, Brasil caminha lentamente, mas para a direção certa. A retomada vem em 2016.” A análise é do economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, palestrante da reunião-almoço desta segunda-feira (10), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, que comemorou os 60 anos da Soprano. O ex-assessor do Ministério da Fazenda durante o Plano Real fez projeções sobre o cenário econômico do País no próximo governo da presidente Dilma Rousseff.

 

Padovani destacou que com as eleições apertadas o governo deve sofrer uma pressão inédita do ponto de vista político e econômico. Para ele, não resta alternativa à presidente Dilma senão melhorar a economia e mudar os sentimentos de desconfiança e descrença do empresariado a respeito do governo. “Para o próximo ano o cenário é de confiança muito baixa, inflação muito alta, dólar e desemprego subindo, crédito travado, consumo em desaceleração e baixos investimentos”, disse.

 

O economista explicou que a carga tributária pesada, os custos altos e a economia esfriando fizeram com que a classe empresarial se retraísse e se tornasse pessimista, cortando custos e investimentos, o que despertou na população o medo do desemprego e, consequentemente, a retração do consumo. “O fato é que o País chegou ao limite. Como reverter esse cenário? Baixando a inflação, diminuindo a carga tributária, melhorando a infraestrutura e elevando a produtividade da mão de obra. Nenhum governo se mantém no poder sem apoio do empresariado e da classe média. E quando a economia vai mal, o governo também vai mal”, definiu.

 

Em seu recado final, Padovani pediu cautela e otimismo e sugeriu parceria entre empresários e funcionários para a manutenção dos empregos. “Não comprem um pessimismo exagerado”, finalizou.

 

60 anos da Soprano

 

Com cinco plantas industriais (três em Farroupilha – incluindo a matriz, Caxias do Sul e Campo Grande – MS), quatro Centros de Distribuição no país e no exterior, presente no mercado de 16 países e mais de 1, 3 mil profissionais, a farroupilhense Soprano comemorou 60 anos de existência na reunião-almoço da CIC de Caxias. O diretor-executivo da Soprano, Gustavo Miotti, recebeu, em nome da empresa, homenagens da CIC e do Sindicato das Indústrias Plásticas do Nordeste Gaúcho (Simplás), por meio de placa entregue por seus presidentes, Carlos Heinen, e Jaime Lorandi, respectivamente.

 

Heinen parabenizou a empresa que aparece no ranking do levantamento “500 Maiores do Sul – Grandes&Líderes”, realizado pela AMANHÃ e PwC, na 197ª posição, além de ocupar o 9º lugar entre as principais companhias gaúchas levando em conta o índice Liquidez. “A CIC sente-se honrada de comemorar esse marco e queremos lembrar com saudades nesse dia a figura sempre estimada do fundador e amigo desta Casa Adelino Miotti”, evidenciou.

 

Em pronunciamento, Miotti referenciou a história da Soprano e explicou que a empresa atua em quatro unidades de negócio diferentes – Divisão Utilidades, Divisão de Materiais Elétricos, Divisão da Construção Civil e Divisão Hidráulica. “A capacidade de se reinventar está no nosso DNA. E esse é o segredo das empresas de sucesso do Brasil”, resumiu.