Uma casa de 115 m² encravada em uma encosta nos arredores de São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, SP, é o refúgio ideal para os psicólogos paulistanos Seiji e Bia fugirem do cotidiano nos fins de semana, feriados e temporadas de férias. “Buscamos inserir a casa na paisagem da maneira mais delicada possível, sem imitar as construções típicas do local, nem ostentar a imposição de uma arquitetura pretensamente moderna”, diz o arquiteto Denis Joelsons, responsável pelo projeto ao lado da arquiteta Gabriela Baraúna Uchida.
Para isso, a dupla optou pela estrutura de madeira garapeira, escolhida por ser tratar de um material mais leve, acessível na região e que possibilita o uso de menos concreto na construção. Essa alternativa também levou em conta a beleza estética e a vontade de realizar todas as esquadrias e caixilhos em madeira para a inserção das cortinas de vidro que envolvem toda a construção e a integram à natureza.
Os materiais internos, portanto, seguem esse conceito natural, a exemplo do piso de cerâmica queimada e das paredes de bloco cerâmico. Os proprietários possuíam o terreno de 2.560 m² há mais de 15 anos. Originalmente, a área era ocupada por uma cocheira reformada – que virou um espaço de estar comum, com cozinha, churrasqueira e forno a lenha –, e um pequeno chalé de madeira pré-fabricado com cozinha, banheiro e mezanino usado como quarto, que acomodava apenas o casal. “Queríamos uma casa maior para ir com mais gente”, lembra Seiji. Com o novo projeto, a área do antigo chalé conquistou parte do declive com três quartos e liberou espaço para a área social, que ganhou sala e cozinha. Um corredor com acesso aos quartos separa as duas áreas e também faz as vezes de um mirante, de onde se tem uma vista privilegiada das curvas dos morros da Serra da Mantiqueira graças a um rasgo no telhado, que banha a sala de luz.
A nova disposição dos ambientes também privilegiou a ventilação cruzada em todos os cômodos da casa, incluindo os quartos. As portas desses ambientes receberam elementos basculantes que podem ser abertos de forma independente e ainda enquadram a vista da montanha, possibilitando que seja apreciada por quem está deitado na cama. Quer privacidade? É só fechar as cortinas blecaute. Ou, se preferir, é só abrir a porta e pisar na grama ao amanhecer. “É uma casa que propicia convivência, mas também privacidade. Usamos tanto para descansar e ler como para passar horas conversando, bebendo e comendo com os amigos”, diz o proprietário.
Fonte: Casa e Jardim