Atualmente o Brasil ocupa a 4º posição em um ranking de 143 países, com o maior número de edificações registradas na certificação internacional LEED, atrás de Estados Unidos, China e Emirados Árabes, com perspectivas de, no curto prazo, melhorar ainda mais a sua posição. São quase 900 projetos registrados e mais de 160 certificados.
Em 2013, um estudo realizado pela EY apontou que a representatividade destes projetos, com base na metragem quadrada e valor médio de mercado, impactava cerca de 10% do PIB Nacional da Construção Civil. “Para ter-se uma ideia, a soma de toda a área já registrada no Brasil representa 34 milhões de m² construídos”, ressalta Felipe Faria, diretor geral do Green Building Council Brasil.
Para que um imóvel garanta a certificação é necessário cumprir pré-requisitos e sugestões de práticas de green building, que devem gerar redução do consumo de energia, água e diminuir o impacto no meio ambiente. E neste contexto, a utilização do vidro é fundamental, pois além de ser um material de potencial altamente reciclável, contribui para diminuição do consumo de energia e conforto dos usuários do empreendimento.
“Os benefícios em termos de contribuição ao desempenho energético, conforto e acústica também são atributos a serem ressaltados do vidro quando sua especificação é acompanhada de um processo integrado de conceituação de projeto, alinhando-se correta orientação da edificação, aproveitamento da iluminação natural, ao mesmo tempo em que se permite a redução da carga térmica da edificação”, explica Faria.
A indústria brasileira vem avançando e naturalmente novas tecnologias explorando vidro serão vistas no mercado. O executivo do GBC Brasil destaca os vidros Low-e convencionais, o desenvolvimento de vidros eletrocrômico, que ajustam dinamicamente a tonalidade para bloquear ganho de calor e diminuir incidência de luz ou permitir maior entrada de iluminação natural sem comprometer o aumento da carga térmica da edificação, e a utilização da tecnologia fotovoltaica aplicada em fachadas de vidro.
“Acreditamos que o avanço desta tecnologia, alinhado com políticas públicas como a Regulamentação da ANEEL para a micro e mini geração de energia renovável em loco e a superveniência de leis de incentivo irão culminar no melhor aproveitamento destas tecnologias no Brasil”, analisa Felipe Faria.
Segundo ele, o “feedback” da indústria de materiais é que o movimento de “green building” vem auxiliando na aceleração da elevação do padrão técnico como um todo. “Soluções e inovações com foco em eficiência e mitigação de impactos sócio ambientais ganham maior visibilidade. A cada dia a visão imediatista do setor, vem sendo substituída por uma visão holística de todo o processo de concepção, construção e operação. Paulatinamente, estamos deixando de analisar custo de construção para discutir custo da edificação, onde as vantagens operacionais se fazem presentes, o que propicia oportunidades a inovações e metodologias responsáveis”, completa.