AGC prepara o terreno

AGC prepara o terreno

Capa: AGC prepara o terreno

Aplicáveis nos mais variados segmentos, os vidros com valor agregado despontam como apostas promissoras entre todas as fabricantes de float com presença no Brasil. Nunca antes o setor teve à disposição uma gama tão ampla de produtos com benefícios adicionados à superfície do vidro durante seu processo de fabricação. É o caso das linhas de espelhos e de coater, nas quais o vidro float serve como matéria-prima para ser transformado, por meio de processos online e offline, em produtos sofisticados e versáteis, com diferenciais estéticos e funcionais. Alinhada a essa tendência, vista pelo mercado como a mola a impulsionar o consumo de vidros no Brasil nos próximos anos, a fabricante AGC lançou dois produtos voltados para o segmento decorativo que se destacam pelo nível estético e de qualidade: os vidros pintados Lacobel T e os espelhos de origem belga da linha Glaverbel.

 

A poucos meses da inauguração de sua primeira fábrica no Brasil, os lançamentos são parte das ações estratégicas da empresa para se diferenciar no mercado brasileiro, sobretudo, como provedora de produtos com alto grau de inovação e qualidade. “A inovação é um dos valores corporativos da AGC e o que nos move e nos sustenta como líderes mundiais nesse mercado”, ressalta o gerente de comunicação e marketing da empresa no Brasil, Lucas Oliveira. E acrescenta: “O Lacobel T é o único vidro pintado temperável já fabricado.” 

 

Sucesso no mercado internacional, o produto é uma variação da linha de vidros pintados Lacobel, voltada para revestimentos, móveis e decoração em geral e fabricada com ampla variedade de cores. O principal diferencial do Lacobel T, explica Oliveira, reside na possibilidade de o produto ser temperado depois de pintado. “Trata-se de uma importante evolução tecnológica em vidros decorativos, que estabelece um novo padrão para esse mercado, tanto em aplicações internas como externas”, ressalta.

 

Disponível no mercado brasileiro nas cores preto (Deep Black em vidro plano incolor) e branco (Crisp White em vidro plano extraclaro) e em espessuras de 4, 6, 8, e 10 mm, a linha pode ser aplicada em móveis, em áreas com excesso de umidade e de calor, como revestimento de parede, e ainda em revestimentos externos, podendo compor fachadas inteiras. Segundo Oliveira, além de seus diferenciais estéticos, o produto oferece grande vantagem para o processador. “Ele não precisa se preocupar com a etapa de pintura ou serigrafia do processo: já recebe o vidro pintado, pronto para ser cortado, lapidado e temperado. E ainda pode furá-lo, laminá-lo e curvá-lo, conforme a necessidade”, explica. “Além disso, há ganhos em agilidade de produção e reposição e em flexibilidade, e a qualidade do resultado final é garantida.” Para arquitetos, designers e outros profissionais do ramo, a linha representa mais uma opção para o desenvolvimento de projetos flexíveis, modernos e customizados. 

 

Já os espelhos Glaverbel, que chegaram ao Brasil no início do ano, carregam no nome e no DNA a tradição de uma das mais tradicionais empresas do ramo no mercado europeu. De origem belga, a Glaverbel foi adquirida e incorporada pela AGC em 2002. Com sede em Bruxelas, a veterana fabricante fundada em 1925, atual AGC Glass Europe, como passou a chamar depois da aquisição, é considerada uma das mais importantes fabricantes de vidros planos e espelhos da Europa, tendo consolidado uma ampla gama de produtos com alto valor agregado, dentro e fora do continente. “Pela própria tradição de seu país de origem, a Glaverbel é referência mundial na fabricação de vidros e espelhos de alto padrão”, ressalta o gerente da AGC. “A união da milenar experiência vidreira japonesa com o know-how belga resultaram na produção de espelhos com padrões inéditos no mundo, com incomparável resistência à corrosão, manchas e produtos de limpeza”, ressalta Oliveira.    

 

Os espelhos Glaverbel, segundo ele, resultam de um processo fabricação eco amigável, no qual a camada de cobre que normalmente protege o revestimento de prata foi substituída por tratamento de superfície com teor de chumbo praticamente zero. A vantagem ambiental reside não apenas em eliminar a presença de cobre e chumbo no produto final, o que permite classificá-lo na categoria ‘resíduos inertes’, mas também na redução de 90% da concentração de matéria orgânica e de amoníaco nos efluentes gerados pelos processo de produção. Em outros termos, o processo adotado permite reduzir em 7 toneladas o consumo anual de cobre, em 84 toneladas o de amônia e em 248 toneladas o de chumbo. 

 

Inauguração próxima

 

Número 1 do mundo no segmento de vidros planos automotivos e arquitetônicos, a multinacional de origem japonesa passará a fabricar esses produtos internamente a partir do segundo semestre deste ano, quando inaugura sua fábrica em Guaratinguetá, no interior de São Paulo. “Será iniciado um novo ciclo da AGC no País”, ressalta Davide Capellino, presidente da AGC do Brasil. “Acreditamos que a evolução do mercado nacional está vinculada muito mais ao aumento da oferta de produtos de maior valor agregado do que ao crescimento em volume e faturamento propriamente dito”, avalia o presidente.   

 

A AGC anunciou sua entrada no mercado brasileiro em março de 2011. Em novembro do mesmo ano, deu início à construção da planta e já em fevereiro de 2012 realizou sua primeira venda no Brasil para o mercado de construção civil. “Desde então, tem conquistado clientes por meio dos seus serviços e produtos importados diretamente das suas fábricas na Europa”, diz Lucas Oliveira. “A previsão da partida do forno está prevista para julho e, até o final de agosto, o mercado brasileiro já contará com vidros AGC made in Brasil.” 

 

A nova planta contará com tecnologias inéditas para a limpeza e reaproveitamento de 100% do material excedente na produção. “Toda a sucata gerada será mantida na planta, para reciclagem. Ou seja, vidros com problemas serão refundidos e reaproveitados”, diz o gerente. “Contaremos com os sistemas mais avançados para tratamento dos produtos da combustão, ou seja, da fumaça produzida pela queima e de toda a água usada para resfriamento do forno.”
Além do vidro float – incolor, colorido e extra claro – a planta também terá uma linha de espelho e vidro pintado e uma linha de vidro refletivo, além da linha de vidro automotivo.  Segundo Oliveira, a AGC está trazendo para o Brasil o que há de mais moderno em todo o mundo em termos de tecnologia e processos. “A planta de Guaratinguetá vai, sem dúvida, entrar para a história, pela qualidade do seu produto final e pela excelência no controle da emissão de particulados”, garante o gerente. “Além disso, seremos a primeira planta integrada no Brasil, fabricando 800 toneladas de vidro com grande variedade de cores e espessuras, além de vidros com alta performance energética, que contribuirão para a difusão de edifícios mais eficientes”, acrescenta Cappellino.

 

Também conhecida por Asahi Glass, a empresa nasceu em 1907 e ganhou força nos mercados asiático, europeu e norte-americano a partir de 1996. Com fábricas em 17 países, a multinacional desenvolve um forte plano de expansão internacional, passando a contar com o Brasil em seu voo global. Apesar de ainda estar no início da construção,  a fábrica em Guaratinguetá já está em vias de ganhar um plano de duplicação.

 

Ao colocar o pé no mercado brasileiro, a AGC acredita estar no caminho certo para atingir a meta de ter 30% do seu faturamento total em 2020 vindo dos países emergentes. Hoje, a receita do grupo está na casa dos US$ 15 bilhões, valor em que as economias em crescimento têm representação de apenas 19%. Dentro de oito anos, estimativas da empresa apontam para resultados anuais no patamar dos US$ 25 bilhões. Os planos de atuação global da AGC concentram-se em sua área de vidros, cuja matriz está na Bélgica, e hoje representa mais da metade das operações globais do grupo.