Com pouco mais 500 mil habitantes e apenas 82 km de norte a sul, Luxemburgo é o segundo menor país do mundo, atrás apenas do Vaticano. Terra de duques e duquesas, o minúsculo país espremido entre Bélgica, França e Alemanha é repleto de castelos, fortes e monumentos, ostenta paisagens exuberantes e parece ter saído de um conto de fadas. Sua capital de mesmo nome exala história por todos os cantos, traço evidente em suas ruas estreitas e construções históricas. É ali ao lado, no vilarejo de Goeblange, que está localizada a “Row of 2 Houses”, projeto residencial de 320 metros quadrados assinado pelos arquitetos do atelier Metaform.
Diferentemente da capital, o vilarejo exibe ruas largas e edificações modernas. Ainda assim, a linguagem arquitetônica da “Row of 2 Houses” destaca-se em meio à de suas vizinhas. Tanto na fachada quanto nos espaços internos, o vidro talvez possa não ser o elemento predominante. Mas, certamente, é o mais estratégico recurso empregado pelo arquitetos para atingir os objetivos centrais do projeto: integrar ambientes e inundar cada cômodo com luz natural abundante. “No interior da residência, a laje de vidro que separa o térreo do primeiro andar é o traço mais marcante. Podemos dizer que é o elemento essencial do ambiente, responsável por determinar a divisão e a circulação da casa”, afirma a arquiteta do Metaform Yves Schlesser.
Outra importante vantagem da aplicação, lembra a arquiteta, é trazer ao hall de entrada claridade e luz natural, que penetram na casa através das claraboias instaladas no andar de cima. “Por meio dessas aberturas e do piso de vidro, eliminamos um dos maiores riscos de um projeto verticalizado: a falta de iluminação nos pisos inferiores”, diz a arquiteta. “No caso do hall, como ele tem 15 m de extensão, certamente seria um ambiente escuro não fossem as aplicações estratégicas do vidro.”
Ao longo de toda a cobertura, a casa conta com uma série de claraboias que permitem incidência de luz natural em diferentes períodos do dia, inclusive no final da tarde. “Esse recurso reduziu consideravelmente a necessidade de iluminação artificial”, ressalta Yves. O vidro também assume relevância em uma grande abertura lateral (de 10m X 3m), com propósito principal de suprimir a barreira visual entre a sala e a área de lazer externa, e ao mesmo tempo trazer ainda mais luz para o interior. As portas de correr ocupam uma parede inteira, conectando o living ao lago externo, ao mesmo tempo em que dão acesso da sala de jantar ao deck de madeira. “O vidro garante belos efeitos visuais, ao permitir que os raios solares que incidem na água se reflitam nas paredes e no teto do espaço central.”
No andar superior, guarda-corpos de vidro laminado, sem estruturas aparentes, intensificam a transparência e a linguagem clean do projeto de interiores. “O vidro também ganha evidência em uma divisória adjacente à escada com degraus de madeira que liga os dois andares da casa.Na cozinha, o destaque fica por conta de uma parede revestida com vidros pintados na cor pink. De fácil limpeza, o material recebe uma pintura especial na linha de produção, que lhe confere acabamento de cor mais mais intensa. Além de maior resistência, é especialmente indicado para móveis e revestimento de paredes. Sua principal vantagem é a facilidade de limpeza.
O piso de vidro que separa o térreo do primeiro andar é o elemento essencial do ambiente, responsável por determinar a divisão e a circulação da casa. No andar superior, guarda-corpos de vidro laminado, sem estruturas aparentes, intensificam a transparência e a linguagem clean do projeto.