Uma das grandes tecnologias que surgiram no mercado vidreiro é o vidro polarizado, um vidro que muda de cor controlando o nível de transparência e privacidade desejada pelo usuário com apenas um toque. “O processo se dá pela passagem de energia elétrica. Essa liberação pode ser através de um toque manual (via interruptor) ou ligado a uma automação”, menciona Andreia Santana, especificadora técnica da PKO do Brasil, que produz o vidro polarizado Privacy Glass.
O Privacy Glass é feito em um processo de laminação de dois vidros com um filme de cristal líquido com polímeros dispersos. Dessa forma, quando ligado, as moléculas se organizam em uma direção específica, tornando-o incolor. Quando o dispositivo é desligado, volta a sua condição original, de branco translúcido.
“O vidro polarizado funciona através de uma tecnologia que permite alternância da privacidade, isso se dá ao fato de ter uma película de LCD entre os vidros. Quando sem energia as moléculas estão desalinhadas, barrando a visibilidade, e quando energizadas se alinham permitindo a visibilidade”, explica Andreia.
Aplicado de um modo geral em locais que requerem privacidade ou limitação de visão, como hospitais, maternidades, clínicas, salas de reunião, ambientes residenciais e restaurantes, pode também pode ser utilizado como uma camada de micropersiana para substituir cortinas nas fachadas, proporcionando facilidade de limpeza, manutenção e a alta durabilidade.
Pela camada condutora de cristal líquido a corrente elétrica aplicada ao vidro também podem ser reproduzidas outras imagens, funcionando como uma tela de computador. De acordo com a especificadora técnica da PKO do Brasil, o Privacy Glass também possibilita a utilização racional dos espaços e a criação de ambientes tecnológicos. “Ao ser receber projeção, o vidro proporciona maior qualidade da imagem projetada, por ter em sua composição cristal líquido, podendo ainda ser feito sob medida para projetos especiais”.
Vidros termocrômico e eletrocrômico
Os vidros termocrômico e eletrocrômico são semelhantes ao vidro polarizado e por isso bastante confundidos. Porém, eles funcionam de maneira um pouco diferente. O vidro eletrocrômico modifica sua transparência ao apertar, de forma manual ou automática, um botão para liberar energia. O processo acontece através de materiais eletrocrômicos e o nível de transparência pode ser controlado.
Já o vidro termocrômico é sensitivo ao calor propriamente dito e muda de cor conforme a luminosidade. O vidro é feito com uma ou mais chapas de vidro recebe uma película de PVB com tecnologia especial termocrômica que altera a sua cor de acordo com a mudança de temperatura.
Quando a luz solar entra em contato com o vidro, a película absorve o calor e se torna mais escura. Em dias nublados e durante a noite o vidro continua transparente. Sua vantagem em relação ao polarizado e eletrocrômico é que o vidro termocrômico independe de eletricidade ou ação humana para mudar de cor e transparência.
Estas são tecnologias ainda caras no Brasil e pouco utilizadas, mas com grande potencial de crescimento, já que traz, por outro lado, economia de energia com a luz elétrica e, principalmente, com o uso menos intenso do ar condicionado. Também proporcionam redução do uso de água quando substituem a aplicação de uma cortina ou persiana.