Desde 2016 um comitê da CB37 se reúne para definir as competências que um vidraceiro deve ter, que irão constar na nova norma de Profissionalização do Vidraceiro, e que irão nortear os profissionais do setor vidreiro. O intuito é determinar as competências mínimas de um vidraceiro e definir categorias em diferentes níveis e especialidades.
A profissão foi dividida em quatro categorias. A primeira é o vidraceiro vendedor, aquele que tem o primeiro contato com o cliente e que irá colher as informações para que elaboração do orçamento. Em seguida o vidraceiro especificador, que especifica corretamente os produtos de acordo com as normas vigentes do nosso setor e as NR’s vigentes.
Outra categoria é o vidraceiro transportador, profissional responsável pelo manuseio, transporte e logística dos produtos relacionados ao projeto em questão. E por último, e muito importante, está o vidraceiro instalador, que faz instalação dos vidros, componentes, perfis e outros itens referentes a cada tipo de aplicação do vidro.
A comissão também tem definido quais são os tipos de instalação mínimo que um vidraceiro deve saber fazer. Entre elas essas habilidades estão montar quadros e molduras, fazer divisão de ambientes, guichês, espelhos de pequenas dimensões, vidros decorativos em geral, porta de correr, etc. Esta seria a primeira categoria, com habilidades mínimas.
No primeiro nível de habilidade, o vidraceiro deve saber instalar o vidro e seus componentes, estudar o vão e planejar a instalação, e curvo ou fora de esquadro, verificar o substrato, se há interferências dos elementos do ambiente, verificar iluminação, saber dimensionar e registrar isso em um croqui e identificar que tipo de ferragem será aplicada, assim como fazer manutenções, podendo analisar, inclusive, instalações de terceiros.
Já instalações mais complexas seguem em outra categoria, como fazer instalações acima de uma certa altura, com vidros de dimensão jumbo por exemplo, porque teria que entender o peso daquele vidro e o risco da instalação. A equipe está analisando como definir e dividir essas funções, se por tipo de instalações ou tipo de vidro, temperado, laminado, etc, ou tipos de interferências, vidros maiores, do chão ao teto, curvo.
“Estamos dando um passo à profissionalização de nosso setor. O vidraceiro é o indivíduo mais importante da cadeia, pois ele precisa conhecer de vidro, de ferragem, de alumínio, de substrato, de aplicações, enfim, é este profissional que irá realizar o desejo e o sonho do cliente na aquisição do produto em si. É importante frisar que todos estes profissionais terão pré requisito para exercer cada uma destas competências, podendo inclusive acumular todas, que seria o caso do vidraceiro MEI, que executa todas estas funções”, afirma Cirilo Paes, técnico em aplicação de produtos da Glass Peças.
“Esta norma terá uma importância muito significativa para a profissão do vidraceiro, pois será através dela que iremos elevar o nível do profissional. Até hoje nosso setor tem sido desqualificado e desinformado, o vidraceiro é uma profissão que se aprendia por observação, hoje temos vários cursos, em nosso mercado que tem colaborado bastante para a qualificação do vidraceiro, mas isso não é o suficiente, temos que criar um cultura em todo o setor para que o profissional que queira trabalhar com vidro ter no mínimo o conhecimento básico do produto que trabalhamos”, acrescenta Paes.
O profissional tranquiliza os profissionais do setor e diz que a ideia não é tirar ninguém do mercado, mas adicionar conhecimento àqueles que estão no mercado e cobrar o conhecimento daqueles que irão entrar. Com isso teremos melhores serviços, melhores profissionais, um profissional mais valorizado, e principalmente, serviços com segurança.