O Museu das Confluências, centro de ciências localizado em Lyon, na França, projetado pelo escritório austríaco Coop Himmelblau, exigiu uma complexa engenharia. A proposta combina em uma mesma edificação dois formatos diametralmente opostos: o de uma nuvem e o de um cristal. A ideia foi estabelecer um contraste entre dois volumes principais, um de característica mais rígida, com formas mais retas, e outro fluido, maleável e orgânico. Para criar este efeito, os arquitetos exploraram a movimentação criadas pelas ondas e inclinações do vidro curvado.
Um funil de vidro e aço de 36 m de altura foi parcialmente construído com painéis de vidro curvo dobrados. As unidades de vidro curvo são suportadas horizontalmente apenas por um sistema de envidraçamento estrutural e foram formatadas por modelos tridimensionais projetados por computação gráfica. A superfície do “cristal” soma mais de 3,5 mil m2 de vidro, e inclui aproximadamente 2 mil chapas do material. O processo que envolveu o projeto e a aplicação dos vidros que revestem o cone também foi bastante complexo.
Os painéis apresentam diferentes níveis de curvatura, sendo os 4 primeiros, situados na parte inferior, próximos à extremidade do cone, caracterizados por um raio de curvatura de apenas 500 mm. Esfericamente moldadas, as chapas tiveram de ser especialmente fabricadas para esse revestimento do “cristal”, e suas curvas aproximam-se dos limites tecnicamente viáveis. Os painéis de grande dimensão, com bordas de mais de 4,5 m de comprimento, tiveram de ser fabricados, moldados e curvados a quente inúmeras vezes, para que as bordas pudessem então ser cortadas nas dimensões exatas e encaixadas à estrutura com milimétrica precisão.