Desde sábado (3) a Biblioteca Mario de Andrade apresenta ao público a mega instalação em vidro assinada pelo artista plástico Alex Flemming.
A obra é composta por 16 grandes placas de vidro fornecidas pela empresa AGC Vidros do Brasil e transformadas pela Speed Temper, pesando no total 1,5 toneladas e ocupando área de 150m2, instaladas ao longo do corredor de vidro da Biblioteca. Estampadas em três das quatro faces das placas, as obras podem ser vistas por quem está dentro e fora da biblioteca e de cada lado apresentando cores e sensações diferentes. O tema da instalação são retratos de pessoas que frequentam e que trabalham na biblioteca, além do tradicional autorretrato do artista.
Essa obra pública tem patrocínio da AGC e é uma iniciativa da Abividro, que tem se notabilizado por dar protagonismo ao vidro através das artes.
O projeto foi inspirado na famosa instalação assinada por Flemming na estação Sumaré do Metrô de São Paulo, em que as placas de vidro foram serigrafadas com retratos humanos. Mas diferentemente do projeto anterior, desta vez o artista incorpora uma aura de tridimensionalidade às imagens, utilizando-se de uma técnica especialmente desenvolvida pelo artista para esse projeto, a impressão digital em vidro.
Nessa obra, Flemming conseguiu trabalhar a ideia de diversidade e pluralidade com maestria. “Sempre fui fascinado pela beleza do ser humano, e como acredito que todos nós somos iguais, considero a miscigenação uma das grandes virtudes do Brasil. A pluralidade étnica é o amanhã. A cidade de São Paulo se apresenta como queremos o futuro para o mundo: cosmopolita, multicultural, inesgotável. Viva a miscigenação!”, diz ele.
Para o artista, há uma diferença importante entre esta e a série de retratos instalados na estação Sumaré do Metrô. “Não poderia repetir as obras que realizei 18 anos atrás. O trabalho do artista deve ser dinâmico, refletir o momento em que é realizado. Nessa série para a Biblioteca Mario de Andrade eu me utilizei de inúmeras inovações de ordem técnica e introduzi a cor dentro o conceito da imagem-retrato. A Biblioteca é um organismo vivo, pulsante, multifacetado. Ela vibra por causa das pessoas que circulam aqui diariamente, e eu concretizei plasticamente nos meus retratos a ideia de um conceito de um mundo livre, sem amarras e sem preconceitos.”
Paulistano, radicado há muitos anos na Alemanha, Flemming possui relação intensa com São Paulo desde o início de sua carreira, quando mostrou suas gravuras da Série Paulistana no MASP em 1980. Atualmente, o artista tem retrospectiva com obras dos últimos 40 anos de sua carreira no Museu de Arte Contemporânea – MAC-Ibirapuera.
Fonte: Abividro