China Glass

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Capa: China Glass

Depois de passar por um período de retração em 2014, reflexo sobretudo da crise no mercado imobiliário no país, a indústria de vidro chinesa vive em 2015 os primeiros sinais de retomada de crescimento. Atentas ao imenso potencial desse que é considerado o maior mercado do mundo, e que tem conseguido em poucos anos superar muitos de seus gargalos econômicos e limitações tecnológicas, empresas vidreiras de todas as partes do globo reuniram-se em maio para mais uma edição da China Glass, maior evento vidreiro do mercado asiático e um dos mais importantes do globo. Em 2015, o evento mudou de endereço e ocupou oito pavilhões do Centro Internacional de Exposições da China (China International Exhibition Center), em Pequim.

 

“A efervescência por que passou a indústria vidreira chinesa nos últimos anos, atestada em inúmeros projetos nos quais o vidro aparece como solução para complexas e inovadoras aplicações, foi fortemente refreada em 2014, em virtude de uma série de fatores econômicos desfavoráveis, entre eles os ligados ao excesso da capacidade produtiva”, afirma o executivo Joe Zhou, membro da comissão organizadora da China Glass. “Em 2015, no entanto, o ritmo do mercado tende a se normalizar e, pouco a pouco, retomar sua força, amparado pelo rápido avanço tecnológico que o setor experimenta nos últimos anos, reflexo sobretudo dos altos investimentos em tecnologia”, afirma Zhou.

 

Realizado entre os dias 20 e 23 de maio, o evento atingiu o recorde de 100 mil metros quadrados de área de exposição. Entre as empresas expositoras, 911 marcas, entre as quais 206 internacionais, levaram novidades e tecnologias de ponta aos mais de 25 mil visitantes. Formado por profissionais e empresários da indústria vidreira, além de arquitetos engenheiros e consultores e outros especialistas ligados à construção civil, o qualificado público do evento veio de mais de 70 países. Segundo os organizadores da feira, houve considerável aumento no número de expositores de pequeno e médio porte, que ofereceram aos visitantes um rico panorama do setor em âmbito mundial, apresentando suas novidades em máquinas, produtos e tecnologias.

 

Além de 700 companhias chinesas, o evento recebeu empresas de mais de 30 países, entre eles Alemanha, Itália, Estados Unidos, Bélgica, Reino Unido, França, Finlândia, Holanda, Suíça, Suécia, República Checa, Áustria, Austrália, Israel, Japão, Coréia, Canadá, Rússia, Índia, Indonésia, Singapura, Turquia, Vietnã, Egito, Irã, Jordânia e Costa Rica. Ao lado de tradicionais fabricantes, os expositores incluíam processadores e fornecedores de máquinas, acessórios, componentes e tecnologias de fabricação e aplicação.

 

Tradicionais participantes do evento, empresas da Itália, Alemanha e Estados Unidos contaram mais uma vez com pavilhões exclusivos, com área de 1,1 mil, 700 e 400 metros quadrados, respectivamente. “Um clima vibrante, otimista e repleto de atividades marcou a China Glass esse ano”, comenta o diretor de tecnologia industrial da fabricante americana Vesuvio.

 

Para Ramsey Bader, diretor de marketing da americana Quanex, que destacou suas mais recentes tecnologias para sistemas de isolamento termoacústico, a China Glass pode ser considerada o segundo evento internacional mais importante do setor, perdendo apenas para a alemã Glasstec. “Do ponto de vista do avanço tecnológico, a China tem muito a nos ensinar. Grandes projetos com vidros curvos levam a assinatura de fabricantes chinesas. Além disso, a capacidade produtiva da China em relação a temperados e laminados de grande dimensão, por exemplo, é algo que dificilmente se vê em outras partes do mundo.”

 

 

A austríaca Lisec enfatizou sua linha Base, voltada para empresas de médio porte

 

 

Entre as fabricantes de máquinas, Intermac, Bottero, Grenzebach, Glaston, Lisec, Hegla e Bystronic Glass foram alguns dos nomes em destaque. O Grupo Fenzi destacou sua linha de selantes e tintas e esmaltes para vidro. “O mercado asiático tem mostrado crescente interesse por nossos produtos”, afirma Stefano Pozzi, gerente geral da filial chinesa do Grupo Fenzi, que opera no país com uma planta integralmente ativa e que cresce ano a ano, com a introdução de novos produtos e a expansão dos atuais. “Estamos presentes na Ásia há mais de três décadas e sabemos que a sobrevivência nesse mercado depende de sermos competitivos em todas as áreas.” A austríaca Lisec marcou presença com a linha Base, voltada para empresas de médio porte. Os produtos em destaque no estande da empresa foram a mesa de corte Base Cut e a linha de insulado, além do sistema de classificação de vidros, apresentado sob o slogan “O caminho inteligente através da produção”.

 

Uma série de atividades técnicas e acadêmicas complementaram a programação paralela do evento, que incluiu um simpósio sobre tecnologias avançadas de fusão do vidro e inúmeros seminários técnicos, com foco em eficiência energética, baixa-emissão de carbono, análise do mercado e tendências e equipamentos para a indústria, processamento e aplicação do vidro, além de um fórum especial sobre novas tecnologias para a indústria de impressão digital no vidro.

 

Brasil representado

 

 

Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil marcou presença por meio da fabricante de rebolos Arbax, que expôs lançamentos e clássicos de sua linha em um estande exclusivo de 18 m2. “Foi uma excelente oportunidade de expandir nossos negócios internacionalmente”, afirma o diretor Fulvio Sirotto. “Estávamos em uma localização excelente, em frente ao estande da Lisec e ao lado da Glaston. Recebemos muitos visitantes, tanto estrangeiros como parceiros do Brasil.

 

Segundo o diretor, a participação de empresa visou reforçar sua presença no mercado chinês, enraizando sua marca e seus produtos. “Foi também uma oportunidade de exportar para novos países, pois o evento recebe milhares de pessoas do mundo todo”. Enquanto a tendência internacional é importar produtos da China, nós estamos exportando para eles. É um grande diferencial, pois para competir com os fabricantes chineses é preciso oferecer produtos de alta qualidade a um custo acesssível”, comenta Sirotto. “Estamos em uma fase de expansão de mercado e a China Glass tem nos impulsionado nesse processo.”