Mostrando a que veio

Mostrando a que veio

Capa: Mostrando a que veio

Em grande estilo, o Grupo Cornélio Brennand descerrou no dia 2 de abril a placa de inauguração da primeira planta de vidros planos 100% brasileira, a Vivix Vidros Planos, no município de Goiana (PE). Entre os presentes, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, acionistas do Grupo Cornélio Brennand, dirigentes de entidades financeiras, associações do setor e colaboradores da empresa.  

Do início ao fim, o evento foi marcado pelo entusiasmo de dirigentes e colaboradores da empresa, assim como de representantes das principais entidades vidreiras nacionais e da comunidade local. Não apenas pela expectativa de desenvolvimento da Zona da Mata pernambucana, região até pouco tempo dominada por extensas áreas canavieiras e carente de qualquer investimento industrial, mas também pelas perspectivas econômicas da chegada de um player importante e diferenciado. 

“Estamos gerando cerca de 410 novos empregos diretos, estáveis e ininterruptos, e mais de 1,5 mil empregos indiretos na Zona da Mata Norte, sendo 75% dessas vagas preenchidas por mão de obra local. Além disso, estamos favorecendo uma cadeia produtiva estimada em 250 mil pessoas, entre beneficiadores e vidraceiros”, destacou na cerimônia o presidente da Vivix, Paulo Drummond. “Poucas cadeias produtivas têm uma geração de empregos tão virtuosa”, acrescentou. 

Drummond ressaltou a importância para o País da implantação de uma fábrica de vidros planos com capital 100% nacional. “Este empreendimento é um orgulho para nós e para todos os brasileiros. Estamos nacionalizando um conhecimento antes dominado apenas por empresas estrangeiras”, destacou Drummond. “Muitos estão preocupados com o Brasil. Nós, aqui, estamos ocupados com o Brasil”, enfatizou, lembrando os investimentos em capacitação realizados pela Vivix desde o início do projeto. “Enviamos colaboradores para diversos países, onde puderam absorver as melhores práticas para produção do vidro plano”.

Drummond destacou a capacidade produtiva da fábrica, que atingirá a marca de 900 toneladas por dia, podendo chegar a mil toneladas, dependendo do produto. Atualmente, a empresa está produzindo uma média de 650 toneladas por dia. A fábrica da Vivix já acumula em estoque cerca de 14 mil toneladas produzidas em Goiana. “Temos a oportunidade de atender com produção nacional o espaço que hoje é ocupado com o produto importado”, comentou. 
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, destacou a importância do investimento para o Estado. “Para consolidar este polo e começar uma alteração no arranjo produtivo da Zona da Mata, tivemos que tomar muitas decisões difíceis. Hoje, nós estamos colhendo os frutos dessa decisão, tomada no início do nosso Governo, em 2007”, afirmou.  

O presidente da Abravidro, Alexandre Pestana, ressaltou a importância da chegada da Vivix para o setor, assim como sua responsabilidade de romper modelos obsoletos e traçar novas diretrizes para a dinâmica da base vidreira no Brasil, há tempos em mãos de um reduzido número de players. “A Vivix chega para desempenhar um papel estratégico em nosso setor, que exige dinamismo de todos os elos da cadeia. O Brasil ainda apresenta um consumo baixo, três vezes menor que o de países como a Alemanha, por exemplo”, lembrou o executivo. “Portanto, há demanda por capital intensivo e uma mudança real no padrão de serviços. Vemos a Vivix como uma fabricante independente, que chega para quebrar paradigmas solidificados. Nossa expectativa é grande. Esperamos que a Vivix se diferencie, sobretudo, por uma nova forma de se relacionar com os processadores de vidro”, ressaltou Pestana. 

 

Polo vidreiro

 

A operação da Vivix Vidros Planos representa o início do que se converterá em breve no Polo Vidreiro de Pernambuco, em Goiana, na Zona da Mata Norte. No entorno da planta, às margens da BR-101, seis nomes da indústria de transformação do vidro vão começar a implantação de suas fábricas nos próximos 60 dias, somando mais de R$ 60 milhões ao complexo. As novas unidades devem empregar cerca de 500 pessoas.

Intervidro, Norvidro, Pórtico Esquadrias, Sanvidro, Target Engenharia Blindagem e Casas Bandeirantes são as empresas já confirmadas para o polo de vidros. A doação da área pelo Estado, em 2012, e os incentivos do Programa para o Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe) foram determinantes para a escolha de Goiana para a implantação das unidades na Mata Norte. O Estado concedeu 95% de desconto no crédito presumido do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a Vivix Vidros Planos.Durante o evento de inauguração oficial da fábrica, Paulo Drummond não descartou a possibilidade de mais investimentos locais. “Em dois anos, já teremos a decisão de um novo parque fabril ou a expansão da unidade pernambucana”, antecipou. 

Estado da arte

 

Resultado do investimento de mais de R$1 bilhão, a Vivix foi erguida sob a coordenação de um corpo técnico altamente qualificado e experiente, responsável pela implantação de uma das mais modernas fábricas de vidros planos do mundo, equipada com as mais avançadas tecnologias disponíveis para o segmento. O parceiro tecnológico da empresa no empreendimento é o grupo francês Fives, líder mundial em tecnologia para fabricação de vidros planos, presente em mais de trinta países. A Vivix emprega uma tecnologia inédita no Brasil, a L.E.M.™ (Low Energy Melter™), que assegura máxima eficiência energética. “Estamos aqui para provar que desenvolvimento e sustentabilidade não são incompatíveis”, destacou Drummond. A empresa é uma das poucas indústrias de vidros float do mundo a usar o processo “Mine to Line”, que consiste no acompanhamento da produção do vidro desde a extração das matérias-primas em minas próprias.

A empresa iniciou a produção das suas primeiras chapas de vidro no início de março, após um período de aquecimento do forno, acendido em janeiro em uma cerimônia restrita ao público interno e acionistas. O equipamento passou por um processo de aquecimento gradativo, acompanhado de perto por técnicos das diversas empresas contratadas, até alcançar a temperatura de fusão do vidro. Poucos dias depois, a Vivix passou a produzir chapas de vidros planos incolores de diversas espessuras, que já começaram a ser distribuídas para o mercado. 

Segundo o diretor industrial da empresa, Odir Pedrazzi, o próximo passo será a produção de espelhos e laminados, prevista para ser iniciada em julho. “Ambas as linhas já estão praticamente prontas e entrarão em fase de testes e homologações dentro de um mês”, afirmou o diretor durante a visita à fábrica, em que os convidados puderam testemunhar a alta tecnologia, funcionalidade, diferenciais técnicos e estéticos da linha da Vivix.

A planta tem capacidade produtiva de 900 toneladas/dia de vidros planos, e neste primeiro mês de operação já atingiu picos de produção de 91% em relação à capacidade máxima. O material produzido se destina a atender aos mercados da construção civil e moveleiro de todo o País. A construção do empreendimento durou 24 meses, a partir do início das obras civis, e contou com a participação de empresas especializadas de 15 países. Durante a implantação, cerca de 5.600 pessoas trabalharam no local, entre colaboradores e parceiros. 

Para atender ao mercado nacional, a empresa conta com um armazém de 50 mil m2, na própria planta, com capacidade de 45 mil toneladas de vidros planos, e um centro de distribuição em São Paulo, com área de armazenamento de 15 mil m2 e capacidade para 15 mil toneladas de vidros planos. Com estrutura capacitada a montar vidros jumbo em colares, a empresa adota como modelo principal a expedição a granel em cavaletes. 

“O vidro produzido pela Vivix já começa a substituir importações que eram significativas no mercado. Esta é uma importante contribuição para o desenvolvimento do nosso País”, comenta Drummond