No início de setembro foi aprovada a carta consulta em que o Grupo Cornélio Brennand solicita um financiamento de R$ 445 milhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, ao Banco do Nordeste e à Sudene, por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), destinado à construção da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP). Os trabalhos de terraplenagem para a construção do parque fabril começam ainda este mês, cumprindo o cronograma planejado. “Em seguida, daremos início ao processo construtivo de todos os prédios industriais”, afirma o presidente da CBVP, Paulo Drummond.
A nova fábrica fica no município de Goiana, a 63 quilômetros do Recife, e o início das operações está previsto para o início de 2013. “A CBVP será a primeira fábrica de vidros planos do Nordeste, região que tem registrado índices de crescimento acima da média nacional”, diz Drummond. “Além disso, será a única no Brasil com capital 100% nacional, que atuará como indústria intensiva em capital e tecnologia, o que representa um ganho para a região e para o Brasil.”
A implantação da CBVP em Goiana foi anunciada em março deste ano, quando o grupo pernambucano assinou protocolo de intenções com o Governo do Estado. A escolha de Pernambuco também levou em conta a posição geográfica estratégica do Estado em relação aos outros da região, além dos incentivos fiscais oferecidos pelo Governo local. “Esta indústria representará um importante passo rumo ao desenvolvimento do Nordeste, pois irá gerar um forte impacto na economia, pela grande movimentação de insumos e produtos”, ressalta Drummond. Segundo ele, a nova unidade propiciará empregos para a população local, que terá acesso a cursos e treinamentos no Brasil e em outros países detentores do know-how. “Na fase de construção está prevista a geração de até 3000 empregos”, informa.
Ainda segundo Drummond, a capacidade da fábrica também foi ampliada das 260 mil toneladas iniciais para 290 mil toneladas, significando 30 milhões de metros quadrados de vidro por ano. A companhia terá como principais clientes as indústrias da construção civil, decoração e automobilística localizadas prioritariamente no Norte e no Nordeste.
Cenário favorável
A crescente concorrência prevista para o setor, especialmente com a chegada de um novo player, a japonesa AGC, não chega a ser uma preocupação. Na avaliação de Drummond, o mercado de vidros planos no Brasil demonstra um enorme potencial de crescimento, o que o credencia como excelente oportunidade. “A entrada de um novo concorrente no mercado brasileiro já estava prevista em nossos estudos. Afinal, o Brasil apresenta, hoje, fundamentos econômicos atrativos em comparação com muitos outros países do mundo”, diz. “Acreditamos que o País está preparado para receber esses investimentos e que há mercado para absorver tais iniciativas.”
Para o presidente da CBVP, o vidro plano é um material que apresenta grande potencial e consumo ainda muito baixo no País. “À medida que fomos nos aprofundando no setor, percebemos uma enorme carência de serviços e especificações oferecidos pela indústria”, revela Drummond. “Do ponto de vista do mercado, nosso esforço será no sentido de aumentar a especificação e o consumo do vidro plano.”
O investimento total para implantação da nova fábrica será de R$ 550 milhões. Com 80 mil m² de área construída e capacidade de produção de 30 milhões de m² de vidros planos por ano, projeta-se que o faturamento anual da Companhia chegue a R$ 500 milhões, com geração de 370 empregos diretos e mais de 1,5 mil indiretos. Serão atendidas indústrias da construção civil e dos setores moveleiro e automobilístico. Numa segunda etapa do projeto está prevista a instalação, no mesmo terreno, de uma empresa transformadora – a Companhia Brasileira de Vidros Automotivos (CBVA), esta sim, para atender diretamente às montadoras, como a Fiat, que em breve irá anunciar sua instalação em Goiana. Serão investidos mais R$ 70 milhões na CBVA, com geração de outros 150 empregos diretos. O início da operação está previsto para 2014.
Parceiro estratégico
Em agosto, o Grupo Cornélio Brennand anunciou o parceiro que dará suporte tecnológico a todo o processo de instalação da CBVP, da terraplenagem ao início da operação, passando pela construção dos prédios da fábrica, recepção e testes das máquinas e construção dos fornos. A escolha recaiu sobre a Fives Stein, do Grupo Fives. Inédita no Brasil, a tecnologia empregada pelo grupo francês será a L.E.M. (Low Energy Melter), que reduz em até 20% o consumo de energia e emissão de gases de efeito estufa no processo de fusão do vidro, em relação à média mundial dessa indústria. “Optamos pelo Grupo Fives por ser reconhecido mundialmente por sua capacidade de executar projetos de grande porte utilizando as mais modernas tecnologias oferecidas hoje pelo mercado”, diz Drummond.
Presente em mais de 30 países nos seis continentes, o Grupo Fives é líder mundial no fornecimento de tecnologia para o segmento de vidros planos. Entre seus clientes estão Saint-Gobain, Guardian Industries, Pilkington, Euroglas, DüzceCam, China Southern Glass, Sangalli Group, Sezal Architectural Glass e Obeikan Glass Company.
Saiba mais sobre a nova fábrica da CBVP (Vivix) no município de Goiana: