A construção do grandioso centro de exposições Crystal Palace, estrutura vitoriana de ferro e vidro, levou oito meses, em 1851.
Mas uma proposta de incorporadores chineses de erguer uma réplica de 500 milhões de libras (R$ 3 bilhões) em um parque no sul de Londres exigiu mais de dois anos apenas em negociações e fracassou neste ano.
O desfecho sublinha os desafios que transações entre o Reino Unido e a China precisam superar para chegar a um final feliz.
O ZhongRong Group, de Hong Kong, planejou construir um “ponto de encontro cultural”, com espaço para exposições, conferências, galerias, lojas e um hotel, que criaria até 2.000 empregos.
A companhia queria garantir o controle do terreno antes de obter os alvarás de construção e produzir um plano de negócios detalhado.
No Reino Unido, um incorporador só tem o terreno após cumprir diversas obrigações contratuais -entre as quais, critérios de planejamento urbano e de negócios e financiamento, o que inclui vendas antecipadas.
O rigor é ainda maior ao se tratar do Crystal Palace, já que uma lei aprovada pelo Parlamento britânico em 1901 dispõe que qualquer nova construção erguida no local acompanhe o espírito do pavilhão original.
Projetado por sir Joseph Paxton, o Crystal Palace foi construído no Hyde Park por 5.000 operários e custou 150 mil libras. A estrutura foi transferida a uma colina em Sydenham e reprojetada em estilo mais grandioso.
Mas foi destruída por um incêndio em 1936 e agora é só um lugar desolado nos arredores do Centro Nacional do Esporte, em Londres.
Fonte: Jornal Floripa