Crianças e jovens com síndrome de Down reúnem-se na cozinha, onde têm a oportunidade de desenvolver a autoestima e a coordenação motora, além de lidar com os conceitos de quantidade e higiene e, de quebra, aprender a fazer pratos para a família. Esta é a proposta do projeto Chefs Especiais, que inaugurou sua sede ontem (22 de agosto), no bairro de Higienópolis, e conta com a fabricante de vidros planos Guardian como uma das empresas apoiadoras.
Assinado pela arquiteta Mari Ani Oglouyan, o espaço é equipado com cozinha, laboratório, cozinha de eventos, auditório, recepção e churrasqueira para cursos e eventos. Como parceira, a Guardian foi responsável pela doação de vidros incolores para fechamento, beneficiados pela Cyberglass e instalados pela Glass Company.
Alunos do projeto Chefs Especiais em treinamento: autoestima em alta, trabalho e participação
As oficinas gratuitas, oferecidas pelo menos uma vez por mês, começaram em 2006 por iniciativa do casal Márcio e Simone Berti. “Começamos a pesquisar e percebemos que havia muitos projetos voltados para os idosos, para a população de baixa renda, para as crianças. Mas vimos que não tinha, na época, nenhum que não fosse na área de saúde voltado para pessoas com síndrome de Down”, afirma Simone. As aulas práticas de gastronomia ministradas por chefs de cozinha voluntários já superou a marca de 300 alunos e 100 estão na lista de espera. Mais de 80 chefs e gourmets já passaram pelo projeto. O modelo premiado no Brasil foi replicado em Portugal.
Além da capacitação em gastronomia, cursos práticos de barman, hostess e garçom são ministrados por profissionais, visando apoiar o fortalecimento de habilidades pessoais para o desenvolvimento de atividades econômicas. Em outras frentes, o Instituto trabalha o apoio aos pais, por meio de palestras e encontros individualizados e em grupos, e atua em conjunto com empresas e escolas, como fonte e disseminador de informação sobre o tema.
“Com a autoestima lá em cima, todo o resto fica mais fácil. Eles se interessam mais em estudar, aprendem a trabalhar em equipe, ficam mais participantes em casa”, diz Simone. A idealizadora do projeto enumera ainda outras vantagens que tem percebido ao longo desses anos. “O conceito de quantidade, que costuma ser muito difícil para eles, fica mais palpável quando eu falo que 1 kg de açúcar é muito para fazer aquele doce.”
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