Com início marcado às 9h de quarta-feira (29), profissionais do setor vidreiro se reuniram no Teatro BTC, na Vila Mariana em São Paulo (SP), para discutir o tema escolhido para o 1º Fórum de União dos Vidraceiros: Fiscalização de Obras. Com o objetivo de encontrar soluções efetivas e assertivas, o tema foi dividido em quatro tópicos: “O que fiscalizar?”, “Quais tipos de obras deve-se focar a fiscalização?”, “Baseada em quais normas?” e “Quem irá fiscalizar? Como seria?”.
O fórum começou com a apresentação dos membros presentes nas mesas de debate e uma explanação sobre a ANAVIDRO (Associação Nacional de Vidraçarias), feita pelo presidente em exercício, Claudio Luís Acedo e por Francisco Marin, membro da associação.
De acordo com as primeiras discussões acerca das normas da ABNT que gerem o trabalho dos profissionais do mercado vidreiro, a primeira conclusão unânime das mesas foi a de que somente a aplicabilidade das normas pode unir todos os setores da cadeia vidreira para melhorar os serviços prestados pelos vidraceiros, após uso dos produtos de fabricantes e fornecedores.
O diretor da Alclean, Sérgio Koloszuk, realizou a primeira palestra do fórum com o tema “Como um fornecedor pode ser responsável pela fiscalização indireta através da qualificação da sua rede”.
Logo após, a mesa debateu sobre o assunto, onde o responsável técnico da Glass Peças, Cirilo Paes, explanou sobre o conhecimento que a indústria precisa ter sobre as normas. A mesa também debateu a necessidade de fiscalizar a venda somente para empresas com CNPJ e reforçar o feedback entre vidraceiros e fornecedores, quando obras apresentarem problemas, formando uma parceria entre vidraceiros e indústria.
QUALIFICAÇÃO DAS OBRAS E DO SETOR
Celina Araújo, membro da Abravidro, ressaltou a imaturidade do mercado vidreiro, mas que atualmente, a maioria sabe distinguir a qualidade dos produtos. “Segurança não é pré requisito para a compra, as pessoas só veem beleza e qualidade. Estamos no meio de um processo de conscientização”, apontou.
A mesa ainda discutiu a participação de órgãos fiscalizadores em obras que levam vidro, como o Corpo de Bombeiros (responsável por emitir o AVCB, documento de aprovação da corporação para edifícios) e CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), que pode receber denúncias de obras fora da regularidade.
Segundo o presidente da ANAVIDRO, Claudio Luís Acedo, a ideia é fazer com que os profissionais do setor se sintam abertos para realizar reclamações e enviar demandas para associação desenvolver estratégias e melhorar os problemas e reforçar a fiscalização de produtos da indústria, bem como a fiscalização de obras realizadas pelos vidraceiros. Foi ressaltado, ainda, que os vidraceiros procurem adquirir produtos de fabricantes e fornecedores que seguem as normas vigentes e exigir que essas empresas de adequem, para melhorar a qualidade do serviço prestado pelos vidraceiros ao público final.
A IMPORTÂNCIA DOS ENSAIOS
A segunda palestra do dia ficou por conta da engenheira Michele Gleice, do Instituto Tecnológico de Construção Civil (ITEC), que sorteou dois ensaios para empresas presentes no evento: um de Envidraçamento de Sacada e outro de Guarda-Corpo e Corrimão.
A profissional explanou sobre a necessidade de ensaiar os produtos e sua aplicabilidade e resistência, bem como a importância de possuir um certificado do instituto atestando a eficiência dos produtos. Além disso, Michele falou sobre como os ensaios são realizados visando a realidade de cada região, considerando velocidade do vento e outros eventos climáticos que influenciam a performance dos produtos. Reforçou também a importância das vidraçarias trabalharem com produtos e instalações conforme as normas vigentes evitando acidentes fatais.
BALANÇO DO FÓRUM
Após cerca de seis horas de debate, com grande interação do público fazendo perguntas e tirando dúvidas, a mesa chegou à conclusão de que o vidraceiro é um dos principais agentes fiscalizadores, tendo como papel exigir que as empresas fabricantes e fornecedores tenham conhecimento das normas técnicas. Dessa forma, os vidraceiros “forçam” à indústria a melhorarem seus produtos, gerando mais segurança e qualidade nas aplicações.
Para que isso aconteça, a ANAVIDRO e seus apoiadores terão como objetivo tornar as normas cada vez mais conhecidas por todos os profissionais do mercado vidreiro e até mesmo fazê-las chegarem ao consumidor final.
O presidente Claudio Luís Acedo agradeceu a presença de todos. “A gente tem que subir o nível, um degrau de cada vez. O fórum foi o primeiro degrau. Estamos aprendendo a fazer esse fórum. Fico emocionado pelo evento que fizemos hoje, foi um grande passo, pode ter certeza”, concluiu.
Composição das Mesas: Silvio de Carvalho (ABRAVIDRO), Celina Araújo (ABRAVIDRO), Max Del Olmo (AL Puxadores), Vanessa Kairis (Divibras), Paulo Franceschelli (Landy Kits), Alberto Henrique Cordeiro (AFEAL), Luís Henrique Tavares (Revista Contramarco e membro ANAVIDRO), Claudio Acedo (Mansur e presidente da Anavidro), Francisco Palácios Marin (consultor e membro da Anavidro), Gabriel Rosa (Qualitas Vidros), Cirilo Paes (Glass Peças), Gabriel Batista (Setor Vidreiro), Felipe Almeida (Vidraceiro), Valter Galdino (TecVidro).
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