Vidro ultrarresistente ajudará submarino a atingir o ponto mais fundo dos oceanos

Vidro ultrarresistente ajudará submarino a atingir o ponto mais fundo dos oceanos

Capa: Vidro ultrarresistente ajudará submarino a atingir o ponto mais fundo dos oceanos

A mais de 11 quilômetros de profundidade, a Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico, é um dos pontos extremos da Terra. As condições locais são tão severas que um único submersível tripulado chegou lá, o batiscafo Trieste, em 1960. Agora, uma empresa americana, a Triton Submarines, desenvolve um submarino capaz de atingir novamente o ponto mais fundo dos oceanos do planeta.

— Este é um verdadeiro veículo de trabalho comercial e científico que esperamos que tenha muitos usos — disse Bruce Jones, presidente da Triton Submarines, ao site “Discovery News”. — Não é só uma coisa como “bem, vamos para o fundo do oceano de depois doar para que um museu o ponha em uma prateleira”.

Batizado Triton 36000, o submarino incorpora novas tecnologias de materiais, substituindo o tradicional acrílico usado nos compartimentos de passageiros por um novo tipo de vidro criado pela fabricante de vidros Rayotek Scientific, empresa que tem entre seus clientes a Boeing e a Nasa. O vidro será moldado em uma esfera que deverá ser capaz de aguentar a enorme pressão do mergulho.

— O vidro, sob pressão, fica mais forte — explicou Bill Raggio, presidente da Rayotek. — Você poderia contratar uma lula gigante para bater nele com uma marreta e ainda assim não conseguiria danificá-lo.

Os materiais se expandem e contraem a taxas diferentes. Assim, metal e vidro juntos podem apresentar problemas estruturais a grandes profundidades. Para evitar isso, a Rayotek desenvolveu uma técnica própria para fazer uma esfera de um tipo de vidro ultrarresistente conhecido como borosilicato. Os planos são para que o submarino acomode três tripulantes, um piloto e dois passageiros. Os dois hemisférios do casco terão um selo que será removido para a entrada e saída dos tripulantes, sendo recolocado de maneira semelhante aos domos usados em caças a jato.

— Chamamos isso de fronteira de pressão, pois é a fronteira entre você e uma morte instantânea — contou Raggio.

O Triton 36000 ainda está na fase de desenho e engenharia e Jones está buscando possíveis financiadores e clientes. Ele espera que cada submarino saia por uma média de US$ 15 milhões, bem abaixo dos US$ 60 milhões que afirma costumar custar um submarino tripulado capaz de atingir 6 mil metros de profundidade.

Fonte: Globo.com