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Arte em Vidro

Texturas celulares.

Após dois anos de testes e pesquisas, nova técnica com vidro traz resultado único e incomum. Os estudos para sua criação envolveram erros e defeitos, transformados, em alguns casos, em característica e inovação.

11/10/2013

“Com a técnica, é possível desenvolver esculturas, criar painéis e objetos impregnados de perfurações, que remetem a texturas celulares”.

A busca por novas técnicas e materiais para criação nos leva pelo caminho dos experimentos e estimula nossa criatividade e originalidade. Ao fazermos pesquisa bibliográfica e trocarmos informações com outros vidreiros, por exemplo, abrimos um leque enorme para a reutilização e reciclagem de materiais. Assim chegamos a resultados muito úteis para o desenvolvimento de projetos de cunho socioambiental. 

 

O curioso é que a dificuldade de acesso a materiais, ferramentas e   equipamentos para a arte do vidro faz com que o vidreiro no Brasil potencialize sua capacidade de criação. Parece que isso faz parte da cultura do nosso país, que não desiste nunca. Como resultado, tenho visto trabalhos de altíssimo nível tanto técnico quanto formal, que não perdem em nada quando comparados com o que tem sido feito no Exterior.

 

A técnica desenvolvida por mim resulta de pesquisas realizadas com diversos tipos de vidro, óxidos e curvas de queima. Os estudos envolveram também erros e defeitos, detectando fronteiras para a obtenção de novas texturas e transformando o que em alguns casos é considerado defeito em característica e inovação. 

 

O Vidro Celular, como a técnica foi denominada, atribui ao vidro fundido maior plasticidade e explora ao máximo todas as possibilidades de cada tipo de material.

 

A ação de alta temperatura sobre grânulos de vidro produz texturas impregnadasd e perfurações de tamanhos variados,conferindo composições e desenhos
únicos em cada peça.

 

Da confecção de moldes, passando a preparação do vidro e acabamento, todo o processo é manual. A fusão passa por dois processos e leva em torno de 50 horas, com curvas específicas para a obtenção de cada tipo de textura.

 

Com a técnica, é possível criar esculturas, painéis e objetos tomados por esses pequenos furos que remetem a texturas celulares.Meu trabalho foi selecionado para uma exposição individual no Museu Alfredo Andersen. Na exposição, foram mostrados esculturas, painéis e uma grande instalação suspensa.

 

Désirée Sessegolo Designer e Vidreira Formada em design pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), atua em design, comunicação e marketing desde 1985.

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