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Os vidros ganham a forma, a versatilidade e o estilo das curvas

Os vidros curvos são fabricados a partir do aquecimento e resfriamento do float sobre uma matriz com a curvação desejada

07/02/2012

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Para as empresas processadoras, é uma nova oportunidade de aumentar a linha de produtos e expandir os negócios. Já arquitetos e engenheiros vislumbram nos vidros curvos uma forma de ampliar o processo criativo nas obras e decorações. As soluções disponíveis são inúmeras e a demanda cresce na preferência dos profissionais e clientes, embora ainda tímida diante do verdadeiro potencial.

 Segundo o diretor da Simpovidro Orlando Nascimento, os vidros curvos são produzidos em fornos especiais que elevam a temperatura até 750°C, com resfriamento rápido no caso do vidro temperado ou resfriamento lento para o termo-endurecido. “A têmpera química (imersão em tanques especiais com sais líquidos aquecidos) é indicada para materiais com espessura abaixo de 3 mm ou para a obtenção de níveis mais elevados de resistência físico-mecânica que o normal.” O vidro float é colocado sobre uma matriz aberta, fechada ou ajustável, de cerâmica ou aço comum, dentro de um veículo que leva o material até o forno suspenso. A definição da forma acontece por meio da gravidade e o tempo varia de acordo com a espessura e o raio de curvatura.

 

Para o diretor da Unividros José Paycorich, a especificação do vidro curvo é simples. “Bastam as medidas de espessura, perímetro (arco), diagonal (corda), flecha, raio, modelo e altura. No entanto, cada tipo de aplicação deve atender as normas da ABNT”, esclarece.

Para quem tem interesse em um produto moderno, diferenciado e de qualidade, as aplicações são infinitas.

 

Grande parte da produção é destinada aos segmentos de transporte (automotivo, aeronáutico e ferroviário) e eletrodoméstico (linha branca). Mas a busca por estruturas que sugerem flexibilidade e movimento tem expandido o uso do produto na construção civil (guarda-corpos e fachadas de edifícios) e indústria moveleira, assim como em decoração, refrigeração e iluminação, entre outras.

A instalação pode ser feita em caixilhos, spiders, prolongadores, ferragens e perfis especiais para vidros, embutidos ou não. De acordo com a gerente de engenharia da Fanavid, Danila Ferrari, o produto oferece bom custo-benefício ao valorizar e customizar o projeto por meio da diversidade de formas e aproveitamento do ambiente. “O desempenho de cada produto depende da especificação, aplicação, utilização e manutenção, que são semelhantes às do vidro plano”, compara.

 

Eventuais problemas estão relacionados na projeção do vidro curvo, com falhas na qualidade ótica e na curvação que podem resultar da regulação incorreta de temperaturas, do ciclo do forno ou por uma matriz errada. “O produto não necessita de nenhum cuidado especial, mas convém ter atenção no fornecimento de ferragens e perfis adequados para garantir as dimensões especificadas”, observa o sócio proprietário da Glass Company, Luiz Carlos Mello.

 

“Precaução com acabamento, manuseio, limpeza e transporte são fundamentais, e fabricar com pequenas curvaturas e sem formas, os principais desafios”, enfatiza o engenheiro de aplicação da Cebrace, Wagner Domingues.

 

A elegância e o desempenho das linhas arredondadas estão sujeitos ao controle dos parâmetros de produção, como temperatura, ciclo e material do molde. “As vantagens estéticas giram em torno da versatilidade, das formas onduladas e da economia de espaço”, comenta.


Os vidros curvos podem ser comuns, temperados laminados, duplos e termo-acústicos. De tipos coloridos, incolores, metalizados, serigrafados, impressos e baixo emissivos com formas esféricas, cilíndricas ou com raio não contínuo.

                                                  

 

 

                                                    

 

 

                                                    

 

                                                                              Produção sinuosa

O processo de curvatura dos vidros exige um equipamento específico para cada tipo de aplicação.

Existem no mercado empresas que fabricam ou importam máquinas que oferecem eficiência e rendimento, com variações nos tamanhos, espessuras e aberturas mais fechadas ou agudas do material, conforme projeto e gosto do cliente.

Com tecnologia desenvolvida em conjunto com a Finlândia e China, a linha de fornos da Tamglass do Brasil já instalou dezenas de máquinas, especialmente em São Paulo – estado com maior demanda por esse produto. Os equipamentos são exportados para todo o mundo, especialmente para a América Latina. Recentemente, a empresa exportou para a Rússia um modelo fabricado apenas no Brasil. Segundo o diretor industrial e de produto da Tamglass, Reginaldo Moreira, o maquinário deve ser customizado, porque existe uma gama de produtos com grandes complexidades e particularidades. “As atuais tendências de design e arquitetura tendem a instalações de vidros curvos de diversas medidas e graus de abertura”, afirma. “Frente a essa premissa, a empresa produz inúmeros tipos de fornos, desde as máquinas de pequeno porte para vidros blindados até as mais inovadoras para curvatura e têmpera, com altíssima produção de 100.000 m²/mês.”

Na Tamglass, as máquinas requerem de uma a seis semanas para instalação, incluindo o treinamento dos operadores, etapa em que são fornecidas todas as informações para a manutenção preventiva.

“Para melhor controle e acompanhamento do desempenho, a empresa também oferece o ‘Glaston Care’, serviço de cuidados periódicos com ações corretivas, reposição de peças e capacitação regular”, ressalta o executivo. “Focar nesse quesito evita episódios de máquina parada e aumenta o volume de produção”.

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