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Arquitetura e Vidro

Oásis de vidro

Arquiteta propõe instalação de estufas como parques individuais em espaços urbanos de Paris

29/04/1951

instalação de estufas como parques individuais em espaços urbanos de Paris

Ler um jornal, meditar ou relaxar de bermuda e chinelo, sozinho, em meio a uma exuberante vegetação tropical.

 

A ideia não soaria nada inusitada se não estivéssemos falando em fazer isso no centro de uma praça em plena Paris. A proposta do Parc Disponible, projeto da arquiteta francesa Stefan Gzyl, é literalmente levar a floresta para dentro da cidade, mais precisamente cravá-la em alguns dos mais célebres espaços urbanos da Cidade Luz.

 

 

“O parque urbano é uma invenção moderna, que surgiu como resposta a uma necessidade específica da sociedade industrial. Os parques foram projetados sob o princípio de que, quanto maior a cidade e sua população, maior deve ser o parque”, diz a arquiteta.

 

 

 

“A idéia foi romper com essa lógica de estarmos sempre ou no parque ou na cidade, mas nunca nos dois ao mesmo tempo.” Finalista em um concurso de arquitetura internacional realizado recentemente em Paris, em que o desafio proposto foi criar formas de incorporar a natureza ao ambiente urbano de forma original e criativa, o conceito do Parc Disponible consiste em nada mais do que uma caixa de vidro encerrando uma espécie de miniparque para uso individual dentro da cidade.

 

 

“Os espaços naturais urbanos foram projetados com o objetivo final de fornecer, dentro da cidade, um meio de fugir dela. O resultado é uma relação com o contexto urbano baseada na exclusão mútua”, avalia Stefan.

 

Deixando a cidade para trás


Assim como funciona com cabines de banheiro, telefones e estações de transporte, as estufas criadas por Stefan estariam localizadas estrategicamente ao redor da cidade, formando uma rede de miniparques, disponível por no máximo 30 minutos para qualquer interessado mediante um cartão de acesso. “Este jardim ofereceria uma pausa momentânea da cidade dentro da cidade.” 

 

 

O oásis urbano serviria, ainda, como dispositivo ambiental: cada caixa de vidro pode reter e armazenar a água da chuva, usá-la para a irrigação, filtrá-la e devolvê-la para o abastecimento da cidade. Segundo a arquiteta, o vidro vedado, aliado a um sistema de controle de temperatura, cria um microclima que garante um espaço verde durante os 365 dias do ano. 

 


“Como um oásis no deserto, ou seja, um ambiente isolado e auto-sufi ciente cercado por terra árida, este espaço experimental verde é isolado da cidade por uma vegetação densa e integralmente enclausurada pelo vidro”, finaliza.

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