Na trilha do vidro

Na trilha do vidro

Capa: Na trilha do vidro

Que o vidro arquitetônico evoluiu de forma rápida e surpreendente nos últimos anos é uma constatação unânime não somente entre profissionais e especialistas do ramo, mas também entre o público leigo, até mesmo o consumidor final menos atento às construções que se erguem ao seu redor. No entanto, as crescentes possibilidades criativas e, sobretudo, os benefícios propiciados pelo material, em aplicações voltadas aos mais variados perfis, segmentos e portes, ainda estão longe de se tornarem conhecidos e explorados na plenitude. Evidenciar esse rico potencial que o vidro carrega em seu DNA, e que se intensifica pelas avançadas tecnologias que é capaz de agregar é o principal intuito do 1o Glass Show – na Trilha do Vidro, evento que teve sua primeira rodada realizada em maio, nas cidades de Brasília (DF)  e Anápolis (GO). 
A ação resulta de uma parceria estratégica entre três nomes de peso ligados ao setor: Saint-Gobain Glass, Cebrace e Glass Vetro. A ideia é reunir a expertise das três empresas, que se complementam em seus respectivos segmentos de atuação, para difundir o uso e aumentar o consumo do vidro no País. “O público teve a possibilidade de conhecer as novidades dessas três indústrias: vidros impressos, vidros planos e acessórios”, afirma Marcela Felix, responsável pelo marketing da Saint-Gobain Glass. Realizada nos dias 14 em Brasília e no dia 16 em Anápolis, a primeira rodada do Glass Show recebeu arquitetos, estudantes, instaladores, vidraceiros e outros profissionais da cadeia vidreira, que conheceram as novas tendências na utilização de ferragens e vidros na arquitetura contemporânea. “Além disso, tiveram a oportunidade de viajar no tempo e se aprofundar na história do vidro no Brasil e na importância que foi ganhando na arquitetura nacional”, diz Marcela.
Entre essas tendências, os participantes puderam conferir diferentes maneiras de tornar os ambientes mais sofisticados por meio das ferragens da Glass Vetro em sinergia com os vidros impressos da Saint-Gobain Glass. Para os arquitetos, segundo Marcela, a ideia é apontar as demandas atuais do mercado, como por exemplo a necessidade de ambientes integrados e com luminosidade, e demonstrar como o vidro e as ferragens desempenham muito bem esse papel. “Já os instaladores podem conferir as mais práticas soluções disponíveis, além das possibilidades de utilizar produtos versáteis de forma segura.”
Os caminhos do mercado da construção civil no Brasil, conceitos, utilização e benefícios de produtos diferenciados e mudança de postura profissional foram alguns enfoques. O objetivo central, explica Nelson Libonatti, diretor comercial da Glass Vetro, é chegar a diferentes localidades brasileiras para proporcionar gratuitamente conhecimentos sobre vidro e ferragens utilizados em conjunto, com abordagens adaptadas a dois públicos principais: arquitetos e vidraceiros. “A ideia surgiu a partir de nossas palestras ministradas pelo Brasil, nas quais temos contato direto com distribuidores, vidraceiros e instaladores”, diz o diretor. “Identificamos uma forte necessidade por parte desses profissionais de conhecer novos produtos, saber como vendê-los, aplicá-los e, mais ainda, onde encontrá-los”, diz Libonatti. “Esse diagnóstico foi então apresentado à Saint-Gobain e Cebrace, e dele nasceu a ideia de um evento que levasse a esse público um formato diferente de palestras, que não abordassem apenas o produto e sim o conceito.”
O conteúdo é transmitido a partir de cases de projetos em 3D e apresentações dinâmicas para o melhor conhecimento dos produtos, observações de tendências, busca de inovação nos projetos, entre outros. As primeiras edições, diz Marcela, já deram claros sinais dos benefícios que o evento deverá disseminar Brasil a fora. “Acreditamos que toda iniciativa de formação contribui para o fortalecimento do mercado no todo”, observa. “Muitos arquitetos revelaram que de fato ainda não conheciam tantas variedades de texturas dos vidros impressos e suas infinitas possibilidades de aplicações.” 
Ao todo, o evento deverá contar com mais oito rodadas até o final do ano. As próximas edições estão programadas para os dias 2 e 4 de julho, respectivamente em Campinas e em Ribeirão Preto, e para os dias 6 e 8 de agosto, em Curitiba e Porto Alegre. Em setembro é a vez de Salvador e Recife, nos dias 17 e 19. Já em outubro o evento aporta em Vitória, no dia 15, e no Rio de Janeiro, no dia 17. Inscrições e informações pelo site www.glasshow.com.br.

 

Entrevista

Nelson Libonatti
diretor comercial da Glass Vetro

 

– Que balanço faz do evento?
Acho que ainda é cedo para fazermos um balanço mais apurado, mas já deu pra ver que estamos no caminho certo. A participação de arquitetos, vidraceiros e instaladores foi maravilhosa, percebemos que eles querem ter acesso a informações que os capacitem e os preparem para esse mercado extremamente competitivo, onde o “diferencial” é fator preponderante para bons resultados nos negócios.

– Como foi a participação da Glass Vetro? 
Superou todas as nossas expectativas. Principalmente na palestra para vidraceiros e instaladores, em que mostramos a importância desses profissionais se prepararem bem para o novo cenário do mercado brasileiro, assimilando as mudanças de conceito e de postura empresarial. Certamente eles estarão preparados para uma boa prestação de serviços e consequentemente, obter melhores resultados.

– Quais as próximas ações previstas? 
Apesar de termos uma agenda com uma programação pré-estabelecida, somos flexíveis. Vamos trabalhar de acordo com as necessidades passadas pelo público em cada evento e tentar responder a essas expectativas nas edições seguintes, sem mudar o foco da proposta. Queremos interagir rapidamente com nosso público.

– Quais benefícios imediatos e de longo prazo que esse projeto trará ao setor vidreiro e ao mercado da construção civil?
O maior benefício é expor ao mercado que os produtos com maior tecnologia estão aí para serem utilizados. Mostrar ao distribuidor que o cliente pode utilizar esses produtos com mais frequência. Esperamos com isso que distribuidores, arquitetos, vidraceiros e instaladores disponham dos argumentos necessários para vender melhor esses produtos, tornando-os provedores de soluções ao cliente final.

– Por que os profissionais ligados ao setor ainda desconhecem o potencial do vidro em todas suas possibilidades de aplicação? Qual a responsabilidade de cada um para reverter esse cenário?
Hoje há muitos concorrendo pelo mesmo filão. As margens estão caindo para todos. O profissional brasileiro se acostumou a vender o que é mais fácil. No momento em que perceber que vender commodities vai reduzir cada vez mais suas chances de ganho, ele vai procurar formas de otimizar esses ganhos. Alguns já estão fazendo isso há mais tempo e já perceberam que a mudança é inevitável. Precisamos sair da condição de simples vendedores e nos tornar provedores de soluções. Isso significa conhecer melhor o que há no mercado, como utilizar e aplicar esses produtos e, acima de tudo, saber demonstrar seus benefícios para o cliente final. O consumidor brasileiro quer coisas melhores e diferentes. Nossa responsabilidade nesse cenário é levar para essa base tudo o que existe de melhor entre os produtos que comercializamos.

– Qual a importância de iniciativas como essa para aumentar o consumo do vidro no Brasil? 
O consumo de vidros e ferragens vem crescendo, mas ainda está concentrado nos produtos mais simples. Sempre vai existir mercado para vidro monolítico e para ferragens tradicionais. Mas será que vale a pena concentrarmos o consumo nesses produtos? Não está na hora de direcionar o mercado para o consumo de produtos mais específicos e com diferenciais significativos? Precisamos levar mais informações para essa base de clientes. Quanto mais fizermos eventos como este, mais estaremos próximos desses clientes e de suas necessidades. Se tivermos mais profissionais preparados, mais produtos serão vendidos e consumidos.