Glass fusing

Glass fusing

Capa: Glass fusing

Dentre todos os materiais usados pelo homem, o vidro certamente fi gura entre os de origem mais remota: há registros sobre ele anteriores ao ano 4000 A.C. Tendo o vidro como matéria-prima, a técnica empregada pela artista Rossana Gobbi em seus trabalhos, o glass fusing também é milenar. “O sistema de fusão de vidros foi descoberto por volta de 1500 A.C.”, conta Rossana, que há oito anos comanda o Atelier Azzurro, em São Paulo, especializado no desenvolvimento e produção de objetos utilitários e decorativos em vidro fundido (glass fusing).

 

Em linhas gerais, o glass fusing consiste em juntar pedaços de vidro em sobreposições, levados ao forno a temperatura acima dos 800ºC, até o ponto de fusão, para formar uma só peça.“Os vidros sobrepostos são moldados por meio de um processo que chamamos de slumping, que é a descida do vidro dentro do molde”, explica Rossana. A técnica de trabalho com o vidro fundido e uso de moldes é utilizada para dar forma, relevo, ou uma determinada textura ao vidro plano. “Antes de fundir essas placas de vidro, é possível usar a criatividade para explorar desenhos, inserir metais, cores, bolhas, o que permite a criação de peças originais e exclusivas”.
Nascida na Mesopotâmia, a arte do fusing se aprimorou com o passar do tempo. Grandes artistas colaboraram com avanços para que as obras em glass fusing chegassem ao patamar de hoje.

 

Entretanto, segundo Rossana, a fusão de vidros para transformar retalhos em arte não é para qualquer um. “É uma atividade que exige bom gosto e aptidão artística, além de sensibilidade, informação sobre as tendências nos ramos da arte, da decoração, da arquitetura e outras”, comenta. A artista deu seus primeiros passos sob a orientação do mestre vidreiro Roberto Bonino. Uruguaio radicado no Brasil, Bonino foi o grande difusor da técnica no País. “Foi ele que criou praticamente todas as tonalidades de esmaltes que uso no atelier”, conta Rossana.