Força paulista

Força paulista

Capa: Força paulista

 

Sua história de vida já se misturou com o mundo vidreiro de modo inseparável. Vinte e dois anos depois de iniciar seu primeiro trabalho no ramo, como funcionário de vidraçaria em São Paulo, o empresário Alfredo Martins define sua relação com o vidro como “paixão à primeira vista”. A identificação com o segmento com o qual iria se envolver de forma definitiva o levou a fundar com o irmão sua própria vidraçaria. Tendo percebido uma demanda crescente no mercado paulista, investiu mais tarde em sua primeira unidade de processamento de vidro, que o levou a se engajar em trabalhos para o fortalecimento do setor na região. Seu comprometimento com a evolução do segmento vidreiro em São Paulo levou Martins a uma aproximação cada vez mais estreita com entidades de classe, relação que culminou em setembro de 2012, quando assumiu a presidência do Sinbevidros (Sindicato das Indústrias de Beneficiamento e Transformação de Vidros e Cristais Planos do Estado de São Paulo), cargo que ocupa até hoje. Diretor e proprietário da beneficiadora Speed Temper, Martins compartilha em entrevista a Vidro Impresso um pouco de sua experiência no ramo, tanto como empresário quanto como executivo à frente de uma das mais importantes associações vidreiras do País. 

 
Como descreve sua trajetória profissional no ramo vidreiro? 

Há mais de 20 anos, eu e meu irmão mais velho, Raul, começamos a trabalhar em uma vidraçaria no bairro Cerqueira César, perto da Avenida Paulista, em São Paulo. Com visão de futuro e senso de empreendedorismo, a família investiu numa vidraçaria própria. Com muito trabalho, em pouco tempo houve expressivo crescimento na demanda e tivemos a percepção de escassez de fornecedores no mercado. Foi quando resolvemos investir nas imediações de São Paulo, na cidade de São Roque, com a aquisição da área e das primeiras máquinas. Posso afirmar que foi ali que nasci para o vidro. Foi paixão à primeira vista, e desde então, como diretor de minha atual empresa Speed Temper, percebi que poderia trabalhar e contribuir muito mais com o fortalecimento e a transformação do ramo vidreiro. Pensei comigo: “Por que não inovar e buscar a evolução constante deste mercado?” E hoje aqui estou, representando a categoria e fomentando seu crescimento. Claro que o trabalho é de nós todos, não fazemos nada sozinhos. Por isso costumo convocar toda a classe e as empresas que representamos para trabalharmos em novas ideias e propostas para o segmento. 

 

 

Como assumiu a presidência do Sinbevidros? 

 

Assumi a presidência em setembro de 2012, substituindo Roberto Menedin, que nos representou muito bem em sua gestão. O processo foi tranquilo, porém sempre acompanhado de muito trabalho, no intuito de fortalecer nossa categoria e a cada ano trazer novas conquistas. 

 

 

Como avalia a evolução da indústria de beneficiamento e transformação de vidros planos em São Paulo? 

 

Mesmo com a atual situação econômica no País, estamos em um Estado que evolui a cada dia. Em São Paulo se faz necessária a busca constante de mudança para melhor, e o vidro é uma das matérias primas que mais se destaca, em termos de tecnologia e design. 

 

 

Como descreve a evolução do segmento vidreiro ao longo dos anos em que atua nele? Quais destacaria como os principais marcos e o que acarretaram para o mercado de um modo geral?

 

Houve uma evolução muito significativa nos segmentos de construção civil, moveleiro e arquitetura, ao qual estão ligadas as empresas que representamos. Por isso enfatizamos a importância de acompanharmos esse crescimento. Posso dizer que uma das principais marcas no mercado vidreiro foram os investimentos em inovação e maquinários de alta tecnologia. 

 

 

Quais têm sido os principais aspectos de sua atuação na presidência do Sinbevidros?

 

A missão do Sinbevidros é representar, fortalecer, fomentar o crescimento do setor vidreiro no Estado de São Paulo. Para que possamos atingir esse objetivo, a entidade trabalha junto aos órgãos governamentais, à Fiesp e demais entidades que nos apoiam em diversas ações. Também nos empenhamos em promover treinamentos, palestras e debates sobre questões de interesse dos associados.  

 

 

 

 

Como define a importância da atuação do Sinbevidros para o setor vidreiro?

 

Com certeza é de grande valia, nós procuramos sempre levar o conhecimento e interagir com os nossos associados, treinando e orientando sempre que necessário. 

 

 

Fale um pouco sobre a história do Sinbevidros.

 

O Sinbevidros foi fundado em 15 de maio de 1941 por um grupo de empresários da época que buscavam uma entidade que os representasse de forma profissional. 

 

 

Quais as perspectivas para 2016 e principais dificuldades a serem superadas em sua avaliação?

 

Para o ano de 2016 ainda vejo algumas dificuldades. Temos de avaliar o mercado a cada instante, buscando ferramentas adequadas a cada momento. Como tenho dito aos empresários do setor, não devemos virar as costas para crise, que pode servir para reavaliar alguns parâmetros que às vezes não são percebidos e requerem ajustes e mudanças. A paciência será o nosso aliado para 2016. 

 

 

Como avalia o momento do mercado vidreiro paulista? O que representa esse mercado em relação à indústria vidreira nacional?

 

Um dos maiores do país, nosso mercado está em constante oscilação, mas estamos nos esforçando para que a situação se estabilize, algo que envolve muita responsabilidade de nossa parte. 

 

 

Qual o perfil das principais empresas transformadoras de vidro no Estado de São Paulo?  

 

O setor de beneficiamento de vidros no estado de São Paulo contempla empresas de diversos portes, são cerca de 350 empresas em várias regiões do Estado, segundo nosso banco de dados. 

 

 

De que forma o Sinbevidros tem atuado para promover a integração entre processadores de São Paulo e de todo o Brasil? 

 

O Sinbevidros mantém um ótimo relacionamento com as indústrias de outros Estados, muitas das quais participam de nossos eventos, além fazer usos de serviços oferecidos pela entidade. Por meio desse intercâmbio e troca de experiências podemos encontrar soluções para questões que muitas vezes são comuns a um grupo de empresas, que podem inclusive, auxiliar umas às outras. 

 

 

Na sua avaliação, quais as principais dificuldades que as empresas beneficiadoras de vidro paulistas enfrentam atualmente?

 

Além da atual crise econômica, o investimento em novos maquinários, o custo de mão de obra e de matérias-primas, algumas devido à alta da moeda estrangeira. A crise política resulta em falta de confiança, dificultando investimentos no país. 

 

 

De um modo geral, os processadores de vidro plano no Brasil têm apresentado aumento de faturamento, investimentos em novas unidades e em capacidade produtiva. O mesmo pode ser verificado no Estado de São Paulo, em particular? 

 

Podemos considerar o cenário positivo. Por isso a importância do Sinbevidros na busca de caminhos menos estreitos, dando respaldo às empresas. Convoco todas essas empresas e também as que ainda não se associaram a se juntarem a nós, porque juntos, com certeza, venceremos esta etapa. 

 

 

Como descreve a relação do Sindicato com a Fiesp? 

 

A Fiesp é a principal parceira do Sinbevidros. Em conjunto com a entidade são realizados treinamentos buscando a capacitação das indústrias vidreiras, além de ações junto aos departamentos, que oferecem subsídios para que o Sinbevidros possa atender a demanda de seus associados. A Fiesp conta com especialistas nos mais variados segmentos e oferece total apoio às ações do Sindicato.