A força do made in Italy

A força do made in Italy

Capa: A força do made in Italy

Reconhecidas pelos produtos e tecnologias de ponta que ano após ano ofertam no mercado, as empresas italianas de acessórios, máquinas e equipamentos para o processamento do vidro figuram no topo do ranking das mais avançadas indústrias do segmento vidreiro em todo o mundo. Representada pela associação italiana Gimav, e ao lado de pesos-pesados do setor em âmbito global, a cadeia vidreira italiana estará reunida em Milão para a 10a edição da Vitrum. Entre os dias 23 e 26 de outubro, elas terão mais uma vez a oportunidade de reafirmar as contribuições que têm sido capaz de dar para o desenvolvimento de empresas do mundo todo, quase sempre adeptas e admiradoras das tecnologias made in Italy, e de mostrar por que se tornaram inquestionáveis referências no segmento. Diretora da Vitrum e da Gimav, a executiva Renata Gaffo revela, em entrevista exclusiva a Vidro Impresso, o clima de mercado em que a feira italiana será realizada este ano, e aponta os motivos que levaram a indústria vidreira italiana ao lugar de honra que ocupa na economia mundial.

 

 

Fale um pouco sobre a Gimav e seus associados. Qual o perfil da entidade e das empresas que representa?

 

A GIMAV é uma associação que congrega os fabricantes e fornecedores de máquinas, equipamentos e produtos especiais para o processamento de vidro no mercado italiano. Criada em 1980 por um pequeno grupo de empresários, a associação tem desempenhado papel fundamental em toda a cadeia industrial vidreira, tanto nacional como internacionalmente. Como membro da Confindustria, Federvarie e Federmacchine, durante seus 25 anos de atividade, a Gimav fortaleceu sua presença representativa em toda a indústria de transformação do vidro e hoje desempenha uma função indispensável nas relações com instituições públicas e privadas. As vendas das empresas associadas respondem por aproximadamente 80% do volume total de negócios da indústria e por 77% das exportações de máquinas, acessórios e produtos especiais para o processamento de vidro.

 

 

Quais têm sido as principais contribuições propiciadas pela atuação da entidade?

 

Como resultado de sua credibilidade e ações bem-sucedidas, a Gimav hoje conta com uma notável fidelidade de seus membros, cujo número tem crescido constantemente ao longo dos anos. Os primeiros membros se juntaram posteriormente a grandes grupos industriais, mas vale ressaltar a importância das pequenas e médias empresas, que constituem a verdadeira face e espinha dorsal da indústria. A importância de cada participante, o respeito mútuo e o fato de a que a todos é dada igual oportunidade de participar e contribuir com decisões políticas e de gestão da associação, tudo isso lançou as bases para a formação de um grupo coeso, com forte caráter internacional.

 

 

Como descreve o cenário atual da indústria vidreira na Europa e na Itália de forma específica? Qual tem sido o comportamento do mercado para driblar a crise econômica que atingiu o continente?

 

Um relatório da indústria publicado recentemente nos oferece sinais encorajadores de vitalidade. Ao longo de todo o ano de 2012 observamos que o setor, como um todo, foi capaz de manter vigor e bons resultados. O volume global de negócios apresentou aumento de 1,50% em relação a 2011, com especial desempenho da indústria de vidros ocos, que aumentou seu faturamento em 9,72%. Ao todo, as vendas de ambos os setores – dos vidros planos e ocos – foram avaliadas em mais de 1,1 bilhão de euros, sendo que 77,99% desse montante foram destinados a exportações. Em comparação com o biênio 2010-2011, a queda da demanda no continente europeu parece ter dado uma reviravolta, e a União Europeia volta a ocupar o topo do ranking entre os compradores de máquinas e acessórios da indústria vidreira italiana, que recuperou a posição que havia perdido para o mercado asiático em 2011.

 

 

E com relação às exportações?

 

As exportações estão em uma curva ascendente desde a crise em 2009, embora esse desempenho tenha tido altos e baixos até o final de 2012. O crescimento total foi de 3,44%, sendo que o segmento de vidros planos manteve a posição saudável já alcançada em 2011, enquanto o dos vidros ocos deu um salto de 10,95% em relação ao ano anterior. De um modo geral, as áreas geográficas de maior impacto incluíram todo o continente europeu, dentro e fora da União Europeia, que sozinha absorveu pouco menos de 50% das exportações da Itália e recuperou seu posto de destino número um, graças sobretudo à recuperação de países não pertencentes à UE, e a um período de calmaria em meio à recessão que atingiu os países do Mediterrâneo. Na sequência vem a Ásia, que, com uma fatia de 23,10%, realmente pôs o pé no freio em relação ao ano anterior, quando estava no topo do ranking. América do Norte, com 9,11%, e América do Sul, com 10,33% (com destaque para o Brasil), apresentaram um crescimento particularmente robusto no ano passado.

 

 

Como avalia o setor de máquinas para vidro na Itália? Que fatores levaram o país a se tornar uma referência mundial nesse segmento?

 

A Itália tem sido tradicionalmente líder global no setor de máquinas e acessórios para vidro. O rótulo “made in Italy” é historicamente famoso, mundialmente reconhecido e inigualavelmente apreciado e valorizado no mercado internacional. Isso se deve sobretudo a uma perfeita combinação entre inovação tecnológica, qualidade e assistência técnica imediata.

 

Com que olhos a indústria de máquinas para vidro na Itália tem visto o mercado brasileiro?

 

O setor vidreiro no Brasil tem crescido muito nos últimos anos, e o interesse pelas máquinas italianas tem aumentado na mesma proporção. Acredito que o mercado brasileiro tem-se movimentado para incrementar e sofisticar cada vez mais sua produção interna, ainda mais agora com o considerável aumento das linhas de float que estão se instalando no País. Esse volume certamente será processado internamente, o que levará a um aquecimento natural de toda a cadeia, aumentando a demanda por máquinas de última geração. Isso é fundamental para que a indústria brasileira ganhe competitividade em âmbito internacional.

 

 

Quantos expositores estarão na Vitrum 2013 e que setores da cadeia vidreira representam?

 

Esperamos receber este ano cerca de 300 expositores, entre empresas italianas e internacionais, representantes de todos os elos da cadeia vidreira, com ênfase especial aos setores de máquinas e acessórios para a indústria de vidro.

Será uma grande oportunidade para que profissionais do segmento se engajem em novos negócios, desvendem em detalhes as mais recentes tecnologias desenvolvidas por empresas líderes em todo o mundo. Essa troca de conhecimento será crucial para superar as dificuldades decorrentes dos últimos dois anos de crise econômica.

 

 

Quais as principais inovações e destaques esperados para este ano?

 

Este 18a encontro italiano com o mundo do vidro será dividido em três áreas temáticas, todas com um aspecto em comum: a inovação tecnológica. A Vitrum 2013 vai apresentar as mais inovadoras soluções para diferentes aplicações do vidro plano, destacando sofisticadas tecnologias para os setores do vidro industrial, construção civil, decoração, móveis e objetos. O foco também estará em tecnologias para eficiência energética e fontes de energia renováveis, no pavilhão Vitrum Energy, uma área cheia de oportunidades e que jogará luz sobre o papel central do vidro na economia verde. Também teremos uma área especial voltada para o setor automotivo.

 

 

Qual a relevância, para uma empresa brasileira, de participar da Vitrum, como expositora ou visitante?

 

Poderão conferir o que as grandes empresas do setor estão fazendo em todo o mundo. Poderão também trocar experiências com os grandes players do setor que estão sempre presentes na Vitrum.